terça-feira, 3 de junho de 2014

[História do samba de Florianópolis] “Digníssimo senhor prefeito”

Airton de Oliveira, que até o início de 1980 respondia pela Diretoria de Turismo de Florianópolis, a Diretur, quando passou a se chamar Secretaria Municipal de Turismo pelo decreto lei número 1.674/1979, convidou Nilo Padilha, funcionário da Prefeitura, ainda na década de 1970, para trabalhar no órgão, pelo fato de Nilo ter contato com o pessoal das escolas de samba, principalmente a Protegidos. Por haver muita dificuldade de se encontrar um grupo de samba profissional, Airton pediu para Nilo montar um grupo. Criou-se, então, o Nós e o Samba. Com a saída da Airton da Diretoria, o grupo termina.

Com a dissolução do grupo “Nós e o Samba”, Nilo monta outro grupo: Máquina do Lazer Samba Show: ele no reco-reco e prato; Marquinhos do Cavaco; João Antônio, na voz; Pedrinho, no surdo; Tião, no violão; e Beto, que Nilo não se recorda o instrumento que tocava. Em seguida, após uma confusão interna, o grupo se desfez. Na mesma época, surge o grupo “Samba Sete”, que fazia um samba onde era a boate Lupus, localizado na SC-401. Da Lupus, o grupo foi tocar no restaurante que mais tarde pertenceu à cantora Neide Maria Rosa, na Lagoa.

Nilo Padilha conta que, na sequência, surge o grupo “Malícia”, que logo passou a se chamar “Senti Firmeza”, e que se tornou uma referência para os demais grupos que surgiram depois, pois o Senti Firmeza foi um dos primeiros grupos a ir para o eixo Rio-São Paulo gravar um CD. Depois do restaurante que pertenceu à Neide Maria, no começo dos anos 80, o “Samba Sete” começou a se apresentar no Mercado Público, embaixo do relógio, o Ponto 15, o único que pagava os músicos, que ficavam isolados do público por uma corda. Mais tarde, lembra Nilo, o jornalista Aldírio Simões cria o projeto Música no Mercado, com sambas às sextas, com Mazinho do Trombone e seu grupo; e o Samba Sete aos sábados, das 10h às 15h. O Samba Sete era assim composto: Toninho, no violão e voz; Dimas, no cavaco e voz; Alberto Vitor, no banjo e voz; Marinho, no tamborim; Nilo Padilha, no reco-reco, prato e afoxé; Luiz, no pandeiro e cuíca; e Pelé, no surdo.

Os sambas no Mercado Público continuam até hoje às sextas. Mas o investimento já não é mais o mesmo.

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