quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Samba é minha religião - 1

Minha coluna no jornal O Carona, distribuído quinzenalmente às terças no terminal de ônibus daqui de Florianópolis.

É uma série que eu inventei, e vo publicando aqui tmb, já que nem todos vão ter acesso ao jornal e tmb pra movimentar o blog, que anda meio parado.


domingo, 18 de agosto de 2013

Museu Ismael Silva

Saiu no jornal O Dia, do Rio de Janeiro.

Ismael Silva

Vem aí o museu Ismael Silva

A Prefeitura de Niterói quer construir um museu na casa onde morou o sambista Ismael Silva, na bairro de Jurujuba. De acordo com o secretário de Cultura da cidade, Arthur Maia, o estudo de viabilidade já está sendo elaborado e deve ficar pronto até o fim do ano.

A intenção é que o local funcione como uma espécie de casa do samba e do choro, reunindo artistas do gênero para pequenos shows, cursos e eventos. “A casa ainda não é tombada. Neste momento vamos levantar o custo do projeto e discutir a ideia com a sociedade”, disse.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

DCS - Metalinguagem

Tá. Eu sei. Meu blog se resumiu aos vídeos da Deixa Falar. Mas minha vida se resumiu aos vídeos da Deixa Falar. E o blog só reflete isso.
Pelo menos ainda há produção. E enquanto houver samba na veia, atualizarei esse blog.

Esse vídeo ficou um pouco maior do que os outros, mas está recheado de sambas e alguns inéditos.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

DCS - Enquanto se luta, se samba também

E a coluna dessa quinzena continua sendo sobre as manifestações Brasil afora.



Música
Viver (Candeia)

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Manifesto

Quilombo é um símbolo de resistência. Lembrando os quilombos dos negros fujões, que não aceitavam a escravidão. O mais famoso foi o Quilombo liderado por Palmares.

Candeia, um líder do movimento negro, fundou o seu. Também como válvula de escape para tudo aquilo que ele via de errado e não aceitava no carnaval, e em especial na sua Portela. Era o Grêmio Recreativo de Arte Negra e Escola de Samba Quilombo. Ou GRANES Quilombo. Ou Quilombo do Candeia. Ou só Quilombo.

Quando da sua fundação, Candeia apresentou um manifesto, que transcrevo abaixo.

A primeira parte é perfeitamente cabível ao momento que vivemos hoje em nosso país.

Salve Candeia!

E vamos nos manifestar!

Candeia com megafone na roda de samba

"Estou chegando...
Venho com fé.
Respeito mitos e tradições.
Trago um canto negro.
Busco a liberdade. Não admito moldes.

As forças contrárias são muitas.
Não faz mal...Meus pés estão no chão.
Tenho certeza da vitória.
Minhas portas estão abertas. Entre com cuidado.
Aqui, todos podem colaborar. Ninguém pode imperar.
Teorias, deixo de lado.
Dou vazão à riqueza de um mundo ideal.

A sabedoria é meu sustentáculo,
O amor é meu princípio,
A imaginação é minha bandeira.
Não sou radical.
Pretendo, apenas, salvaguardar o que resta de uma cultura.
Gritarei bem alto desafiando um sistema que cala vozes importantes
E permite que outras totalmente alheias falem quando bem entendem.
Sou franco-atirador. Não almejo glórias.
Faço questão de não virar academia. Tampouco palácio.
Não atribua a meu nome o desgastado sufixo -ão.
Nada de forjadas e malfeitas especulações literárias.
Deixo os complexos temas à observação dos verdadeiros intelectuais.

Eu sou povo.

Basta de complicações. Extraio o belo das coisas simples que me seduzem.
Quero sair pelas ruas dos subúrbios com minhas baianas rendadas sambando sem parar.
Com minha comissão de frente digna de respeito.
Intimamente ligado às minhas origens.
Artistas plásticos, figurinistas, coreógrafos, departamentos culturais, profissionais:
Não me incomodem, por favor.
Sintetizo um mundo mágico.
Estou chegando..."

terça-feira, 11 de junho de 2013

DCS - Soberba

De Carona com o Samba dessa quinzena e a soberba do G1 ou do Exposamba.




Músicas do vídeo

Na subida do morro (Moreira da Silva / Ribeiro Cunha)


Acertei no milhar (Wilson Baptista)


Jogo proibido (Moreira da Silva / Zé da Zilda / Tancredo Silva / David Silva)


Quem espera sempre alcança (Paulo da Portela)

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Moraes Moreira e o samba de breque

Em São Paulo acontece a Exposamba, um festival de mostra de sambas.

O G1 reuniu especialistas (grifo meu) da Exposamba para mostrar as diferenças entre diversos tipos de samba que chegaram a ser inscritos na competição: samba-enredo, samba de breque e partido alto.

Saiu esse samba do crioulo doido:


O professor que resolveu dar a aula, o cantor Alex Sandro, disse que o um dos que faziam samba de breque era Moraes Moreira. É possível que o moço tenha se confundido com Moreira da Silva. Ou não.

Além dessa balbúrdia, os músicos (um deles com a alcunha de "mestre Rafael") fizeram uma salada de fruta na exemplificação dos ritmos.

Isso tudo poderia ser uma piada. Mas como eles falaram sério, surge piada do fato...

quinta-feira, 6 de junho de 2013

DCS - De carona com Wilson Baptista

Com muito atraso, depois de alguns problemas, publico a coluna de semana passada.




Músicas do Wilson Baptista que falam de bonde, trem ou lotação:

A mão do Alcides (c/ Ferreira Gomes / Bruno Gomes)


Ai, Ari (c/ Jorge de Castro)


Boca de siri (c/ Germano Augusto)


Cala a boca, Etelvina (c/ Antônio Almeida)


Datilógrafa (c/ Jorge Faraj)


E o 56 não veio (c/ Haroldo Lobo)


Lá vem o Ipanema (c/ Arlindo Marques / Roberto Roberti)


Meu último cigarro


Mundo de zinco (c/ Nássara)


O bonde São Januário (c/ Ataulfo Alves)


Pedreiro Waldemar (c/ Roberto Martins)


Tenho que fugir (c/ Germano Augusto)


Você já foi a São Paulo? (c/ Jorge de Castro)


segunda-feira, 20 de maio de 2013

Coleção completa dos discos Marcus Pereira em Torrent

Enquanto eu não conseguir colocar isso tudo num 4shared da vida, segue pelo Torrent, mesmo.

Copiado do blog Esquizofia (já não existe mais). Os grifos são meus.

Os Discos Marcus Pereira são uma grande contribuição deste publicitário, musicólogo e amante da música popular para a nossa cultura musical e humana. Nosso povo teve oportunidade de ter contato com aquilo que lhe pertence em sua constituição ontofilogenetica, mas que cada vez mais com a (m)idiotização das rádios e televisões (felizmente com algumas poucas exceções), com a imposição da subjetividade cultural norte-americana e de outros padrões da indústria cultural, o brasileiro deixou de conhecer sua música.

O acervo dos Discos Marcus Pereira que foi comprado pela extinta Copacabana, depois ABW, e hoje está engavetado no acervo da Odeon. Preciosidades de grandes músicos, interpretes e istrumentistas que puderam enfim lançar discos como Abel Ferreira, Altamiro Carrilho, Banda de Pífanos de Caruaru, Canhoto da Paraíba, Carlos Poyares, Cartola, Chico Buarque, Chico Maranhão, Dercio Marques, Dilermano Reis Donga, Elomar, Evandro do Bandolim, Jane Duboc, Leci Brandão, Luperce Miranda, Luis Carlos Paraná, Marcus Vinicius, Noel Guarany, Papete, Paulo Vanzolini, Quinteto Armorial, Quinteto Villa-Lobos, Raul de Barros, Renato Teixeira, Tia Amélia, Tó Teixeira, Walter Smetak entre outros.

Porém o acervo de Marcus Pereira foi recuperado na internet e catalogado com todo esforço e esmero do amigoblog 300 discos (não existe mais) que contou com auxílio de vários outros blogs como Abracadabra (não existe mais), Um que tenha (não existe mais), Toque Musical, Preludiando, Acervo Origens e tantos outros.

A própria lei de direitos autorais afirma que não se pode restringir o acesso a educação e a cultura, algo que acontece no caso dos Discos Marcus Pereira que há um bom tempo o povo é vilipendiado tanto no acesso através dos meios de comunicação de massa tanto quanto pela indústria fonográfica.

Desta forma com auxílio de uma leva de pessoas que disponibilizaram sua coleção pessoal trazemos com toda esta moçada e muito carinho e respeito a nossa música uma coleção praticamente completa dos Discos Marcus Pereira em torrent. Há somente três compactos que foram lançados como MP e não estão na lista: um de Adauto Santos, o primeiro de Leci Brandão, além de Walter E Tereza Santos (Pesquisa, Arranjos E Direção Musical – Folclore Musical Baiano).

BAIXE AQUI O MAGNET LINK/TORRENT DA COLEÇÃO COMPLETA DOS DISCOS MARCUS PEREIRA

terça-feira, 14 de maio de 2013

DCS - Noel Rosa plageador?

Historinha sobre a música "Fita amarela".




Músicas

Fita amarela (Noel Rosa)


Quando você morrer (Donga / Aldo Tarânto)

terça-feira, 30 de abril de 2013

DCS - Noel Rosa e Floripa

Nova coluna De Carona com o Samba audiovisual.



Não deu e incluir a música "Vitória" (Noel Rosa e Nonô) no vídeo. Para baixar, clique aqui.
Ouça aqui embaixo:

Vitória
(Noel Rosa e Nonô)

Antes da vitória não se deve cantar glória
Você criou fama, deitou-se na cama
Eu que não estou dormindo
Vou subindo, vou subindo
Enquanto você vai decaindo

Quero a minha independência
E com jeito e paciência
Me preparo pro futuro
Não garanto, nem duvido
Mas você tome sentido
Que entre nós o páreo é duro
Aguentei muita indireta
Mas andei na linha reta
Não maldigo a minha sorte
Vou agindo com cadência
Sei que a minha independência
Há de ser a sua morte (vitória)

Sua voz, se alguém percebe
Bem humilde lhe recebe
Sua entrada ninguém veda
Você goza de ventura
Mas quem voa em grande altura
Leva sempre grande queda
Não tenho medo de grito
Sempre fiz papel bonito
O que eu falo é bem pensado
Não receio escaramuça
E que aceite a carapuça
Quem se sente melindrado (vitória)

Para baixar a música "Até amanhã" (Noel Rosa), clique aqui.
Ouça aqui embaixo:


Até amanhã
(Noel Rosa)

Até amanhã se Deus quiser
Se não chover eu volto pra te ver, oh, mulher!
De ti gosto mais que outra qualquer
Não vou por gosto
O destino é quem quer

Adeus é pra quem deixa a vida
É sempre na certa que eu jogo
Três palavras vou deixar por despedida
"Até amanhã! Até já! Até logo!"

O mundo é um samba em que eu danço
Sem nunca sair do meu trilho
Vou cantando o teu nome sem descanso
Pois do meu samba tu és o estribilho

Eu sei me livrar do perigo
No golpe de azar eu não jogo
É por isso que risonho eu te digo
Até amanhã! Até já! Até logo
(verso registrado, mas não gravado)

terça-feira, 23 de abril de 2013

Samba da traição

Lembrei de alguns sambas sobre traição de amigo com mulher.


Assim não é legal
(Noel Rosa de Oliveira)

Quando eu passo pela porta do seu barracão
Ouço uma voz que atormenta o meu coração
Que diz que você me ama
Por isso me chama
Mas a deslealdade não vive comigo
Eu não posso trair um grande amigo

A ele tenho grande consideração
Não é possível uma traição
A este grande amigo eu serei leal
Ela anda errada
Assim não é legal


Com lealdade
(Alberto Lonato)

Fita os olhos da mulher que eu adoro
E não posso confessar o meu sofrer
Prefiro sacrificar minha amizade
Mas não quero ser falso a alguém que me trata
Com lealdade, com lealdade

Tenho feito investidas pra me declarar
Trazendo escritas palavras bem ditas e na mão meu chapéu
Mas quando me aproximo os olhos me embaçam
Eu não posso ser falso a um amigo fiel
Fita os olhos da mulher...


Sim
(Cartola / Oswaldo Martins)

Sim
Deve haver o perdão para mim
Se não, nem sei qual será o meu fim
Para ter uma companheira até promessas fiz
Consegui um grande amor, mas eu não fui feliz
E com raiva para os céus os braços levantei, blasfemei
Hoje todos são contra mim

Todos erram nesse mundo
Não há exceção
Quando voltam à realidade
Conseguem perdão
Porque é que eu, Senhor
Que errei pela vez primeira
Passo tantos dissabores
E luto contra a humanidade inteira?


Samba da traição
(Chico Santana)

Quem vê cara não vê coração
Um sorriso também pode ser uma traição
Cristo também foi traído
Por Judas, fingindo ser amigo
Com tanta ternura um beijo na testa lhe deu
E por 30 dinheiros lhe vendeu

Com um sorriso Cristo recebeu o beijo de ironia
Dando a impressão que nada sabia
Judas estremeceu ao ouvir sua voz:
"Existe um traidor entre nós!"

terça-feira, 16 de abril de 2013

Cartola bagunceiro

A cada quinzena eu vou criar um vídeo para acompanhar minha coluna no Jornal O Carona, distribuído quinzenalmente às terças nos terminais de ônibus de Floripa.

Esse primeiro vídeo é um piloto, pra ver se dá certo.



A coluna dessa semana é essa:

sábado, 13 de abril de 2013

Nelson Cavaquinho e Noel Rosa

Taí uma combinação que nunca me passou pela cabeça.

Mas pensemos:

Noel Rosa nasceu em 1910.
Nelson Cavaquinho nasceu em 1911.
Noel Rosa era amigo de Cartola.
Nelson Cavaquinho era amigo de Cartola.
Noel Rosa andava muito em Mangueira.
Nelson Cavaquinho andava muito em Mangueira.
Noel Rosa fez samba junto com Cartola.
Nelson Cavaquinho fez um samba junto com Cartola.

E coincidentemente, o único samba de parceria de Nelson com Cartola, "Devia ser condenada", era cantado lá no Morro de vez em quando. Em uma das idas de Noel por lá, ele ouviu e gostou.

Eis a história do Noel.


Eis a história do samba.


E eis o samba completo que recebeu elogios de Noel Rosa, na voz do Nelson. A primeira do Nelson e a segunda do Cartola.
Sabe-se lá de qual autoria o Noel ficou sabendo. Se somente do Nelson, enquanto só havia a primeira; Nelson e Cartola; ou Nelson e o outro policial.


Devia ser condenada
(Nelson Cavaquinho / Cartola)

Devia ser condenada ou crucificada pois juraste falso
Beijaste a cruz do Senhor e dissesses que me tinha amor
Quando eu ouço as baladas do sino daquela igrejinha
Julgo-me ainda feliz e que és toda minha
E quando vejo a torre bem alta daquela linda catedral
Fujo da tua amizade infernal

Eu vivo tão magoado
Não sei viver mais ao teu lado
Só peço a Deus que me dê coragem
Eu preciso esquecer
Da tua grande mentira
Que me faz sofrer
(Me faz sofrer)

Só faltou uma parceria Nelson e Noel.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

A turma do Estácio

Esse documentário chegou às minhas mão sabe-se lá como. Em alguma transação de troca de arquivo com amigos, provavelmente.

O vídeo tava perdido numa pasta sem muita importância, até que eu resolvi abrir.

Reza a lenda que isso seria uma produção da Rede Globo, num tal Super Sexta que eles tinham nas décadas de 1970 e 80.

No documentário, depoimentos importantes e valiosos de pessoas como Ismael Silva, Bucy Moreira, Raul Marques, Morengueira, Roberto Martins, entre outros que não foram identificados, além de imagens raras de músicos como Doutor e Marçal, o bailado de Bucy e Raul, os versos de improviso de Alcides Malandro Histórico da Portela, a Velha Guarda da Portela, entre outras belezuras.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Roda no Bar do Noel dia 23!


O grupo Um Bom Partido volta a tocar no Bar do Noel!!
Será uma apresentação única! SOMENTE ESTE SÁBADO, dia 23, às 14h!!


Estamos torcendo para que voltemos a tocar lá regularmente, mas a princípio haverá roda somente neste sábado dia 23!!!

Quem nunca foi e quiser saber como era o samba, é oportunidade única!!
E pra quem tá com saudades, relembrar os tempos de outrora!!


O Bar do Noel fica na esquina da Rua Tiradentes com a Travessa Ratclif, no Centro.

A roda é de graça, no calçadão da Travessa.

segunda-feira, 11 de março de 2013

100 anos e 248 músicas de Wilson Baptista

Esse ano Wilson Baptista faria 100 anos se estivesse vivo.


Segundo o próprio Wilson, ele tem umas 700 músicas. Existem umas 500 catalogadas. Eu to disponibilizando 248.
Não tenho a pretensão de distribuir todas as músicas do Wilson. Até porque eu não tenho a pretensão de encontrar todas as músicas do Wilson. Essas são apenas as que eu consegui organizar.

Wilson Baptista parte 1
https://www.box.com/s/qkkhwxo7e8hts27hk3m1

Wilson Baptista parte 2
https://www.box.com/s/iv553vxp5uu04nhvtpjf

Wilson Baptista parte 3
https://www.box.com/s/7ms3oapixyiz09zj8698

Aqui, a relação das músicas:
  1. A carta
  2. A mão do Alcides
  3. A morena que eu gosto
  4. A mulher do Seu Oscar
  5. A mulher que eu gosto
  6. A respeito do amor
  7. A voz do sangue
  8. Abgail
  9. Acertei no milhar
  10. Ai ai, que pena
  11. Ai, Ari
  12. Alberto bronqueou
  13. Amor perfeito
  14. Apaguei o nome dela
  15. Apesar dos pesares
  16. Argentina
  17. Artigo nacional
  18. As pupilas do senhor Bocage
  19. Até Jesus
  20. Averiguações
  21. Baiana escandalosa
  22. Balzaquiana
  23. Barulho no beco
  24. Benedito não é de briga
  25. Boa companheira
  26. Boca de siri
  27. Botões de laranjeiras
  28. Brigamos outra vez
  29. Cabelo branco
  30. Cabo Laurindo
  31. Cadê a Jane?
  32. Café Nice
  33. Cala a boca, Etelvina
  34. Cansei de chorar
  35. Canta
  36. Carta verde
  37. Casa vazia
  38. Casinha pequena
  39. Cego de amor
  40. Chico Brito
  41. Chico Viola
  42. Chinelo velho
  43. Cidade de São Sebastião
  44. Cocktail de 44
  45. Coisas do destino
  46. Com açúcar
  47. Comício em Mangueira
  48. Como se faz uma cuíca
  49. Complexo
  50. Conversa dos olhos
  51. Conversa fiada
  52. Cosme e Damião
  53. Cowboy do amor
  54. Datilógrafa
  55. Deixa de ser convencida
  56. Deixai vir a mim as mulheres
  57. Depois da discussão
  58. Derrota
  59. Desacato
  60. Deus no céu e ela na terra
  61. Dia dos meninos
  62. Diagnóstico
  63. Dolores Sierra
  64. Duas janelas
  65. É mato
  66. E o 56 não veio
  67. E o juiz apitou
  68. É tudo meu
  69. Ela é...
  70. Elza
  71. Emília
  72. Essa mulata
  73. Essa mulher tem qualquer coisa na cabeça
  74. Essa noite eu tive um sonho
  75. Essa vida não é sopa
  76. Estás no meu caderno
  77. Eu e mar
  78. Eu lhe avisei
  79. Eu não sou daqui
  80. Eu também sou Batista
  81. Eu vivo sem destino
  82. Fala, baiano!
  83. Fantoche
  84. Faz um homem enlouquecer
  85. Felicíssimo
  86. Filomena, cadê o meu?
  87. Flor da Lapa
  88. Formosa argentina
  89. Frankenstein da Vila
  90. Fui eu
  91. Ganha-se pouco mas é divertido
  92. Garota dos discos
  93. Gaúcho bom
  94. Gênio mau
  95. Goodbye, amor
  96. Gostei de você
  97. Gosto mais do Salgueiro
  98. Greve de alegria
  99. Grito das selvas
  100. Guiomar
  101. Hilda
  102. Hildebrando
  103. História da Favela
  104. História da Lapa
  105. História de criança
  106. Homem marcado
  107. Inimigo do batente
  108. Inocente
  109. Interessante
  110. Lá vem Mangueira
  111. Lá vem o Ipanema
  112. Ladrão de corações
  113. Lar vazio
  114. Largo da Lapa
  115. Lavei as mãos
  116. Lealdade
  117. Lenço no pescoço
  118. Louca alegria
  119. Louco (Ela é seu mundo)
  120. Louco
  121. Mãe solteira
  122. Mal agradecida
  123. Mangueira meu berço
  124. Mania da falecida
  125. Marcha da fofoca
  126. Marcha das fãs
  127. Marcha do J-J
  128. Margarida
  129. Mariposa
  130. Martírio
  131. Matéria plástica
  132. Meia noite
  133. Memórias de um torcedor
  134. Mercador
  135. Meu assunto é sambar
  136. Meu drama
  137. Meu mundo é hoje
  138. Meu último cigarro
  139. Meus 20 anos
  140. Minha linda hindu
  141. Miss Brasil
  142. Miss Mangueira
  143. Mocinho da Vila
  144. Mulato calado
  145. Mundo às avessas
  146. Mundo cruel
  147. Mundo de madeira
  148. Mundo de zinco
  149. N A O til Não
  150. Na estrada da vida
  151. Não devemos brigar
  152. Não durmo em paz
  153. Não é economia
  154. Não era assim
  155. Não me pise o calo
  156. Não sei dar adeus
  157. Não sou Manoel
  158. Não tenho juízo
  159. Nasci cansado
  160. Nega Luzia
  161. Nelson Cavaquinho
  162. No boteco do José
  163. No fim da estrada
  164. No mundo da lua
  165. Nossa Senhora das Graças
  166. Nosso presidente continua
  167. O bonde São Januário
  168. O cinzeiro de Zazá
  169. O doutor quer falar com você
  170. O gato e o rato
  171. O Juca do Pandeiro
  172. O princípio do fim
  173. O último
  174. Oh, Dona Inês!
  175. Oh, Seu Oscar!
  176. Olho nela
  177. Olhos vermelhos
  178. Os melhores dias da minha vida
  179. Outras mulheres
  180. Papai não vai
  181. Parabéns para você
  182. Passa, moreninha!
  183. Pausa para meditação
  184. Pedreiro Waldemar
  185. Perdi meu carinho
  186. Pertinho do céu
  187. Pombinha branca
  188. Por favor vá embora
  189. Prece ao sol
  190. Preconceito
  191. Quando dei adeus
  192. Que malandro você é?
  193. Que papagaio sou eu
  194. Quero um samba
  195. Raiando
  196. Recado que a Maria mandou
  197. Refletindo bem
  198. Rei Chicão
  199. Rosalina
  200. Sabotagem no morro
  201. Samba de 42
  202. Samba do Meyer
  203. Samba rubro-negro
  204. Sambei 24 horas
  205. Sapoti
  206. Se eu fosse rei
  207. Se fosse minha
  208. Se não fosse eu
  209. Sempre Mangueira
  210. Senhor açougueiro
  211. Senhor do Bonfim te enganou
  212. Senhor do Corcovado
  213. Será?
  214. Sereia de Copacabana
  215. Sistema nervoso
  216. Sophia Loren
  217. Sou fã da jovem guarda
  218. Sou um barco
  219. Suplício
  220. Tá maluca
  221. Tá na cara
  222. Taberna
  223. Tenho que fugir
  224. Terra boa
  225. Terra de cego
  226. Teu retrato
  227. Teu riso tem
  228. Tião
  229. Timidez
  230. Tortura mental
  231. Transplante de coração
  232. Um baile na Chacrinha
  233. Um pedaço de mim
  234. Uma casa brasileira
  235. Vagabundo
  236. Vale mais
  237. Vedete
  238. Velho marinheiro
  239. Vem amor
  240. Venha manso (O tambor do Edgard)
  241. Vinte e cinco anos
  242. Virou virou
  243. Você é meu xodó
  244. Você já foi a São Paulo?
  245. Volta pra casa, Emília
  246. Volúvel
  247. Vou botar no fogo
  248. Vou pra Goiás

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Roncou de raiva, a cuíca, roncou de fome

Toquei na noite anterior. Antes de tocar, minha última refeição tinha sido 2 sanduíches de padaria e um suco de laranja, por volta das 17h. Depois de tocar, cheguei em casa às 5h da manhã. Acordei às 13h com um desânimo só. Cansado. Sem vontade de fazer absolutamente nada. Às 17h fui no mercado e comprei pão. Exatas 12h sem me alimentar. Depois de comer eu me animei um pouco. Descobri que meu mal era falta de comida.

Aí fiquei pensando. Eu fiquei somente 12h sem comer e já estava com uma tremenda vontade de ficar 3 anos sem fazer nada. E foi somente por esse dia. Imagina quem fica por 12h sem comer todo dia.

O sujeito sai de casa pra trabalhar, ou procurar o que fazer, e passa o dia na rua. Quando volta, abre a geladeira e encontra um enorme e suculento nada. Água, somente da torneira. Dorme com fome. No outro dia, a história se repete. Sai de casa para trabalhar, ou procurar o que fazer, e passa o dia na rua. Quando volta, abre a geladeira e encontra um enorme e suculento nada. Água, somente da torneira. Dorme com fome. No outro dia, a história se repete. Sai de casa para trabalhar, ou procurar o que fazer, e passa o dia na rua. Quando volta, abre a geladeira e encontra um enorme e suculento nada. Água, somente da torneira. Dorme com fome.

Se cansou de ler? Imagina vivenciar isso.

Ou pior. O sujeito chega em casa e ve os filhos esperando que o pai traga algum pão de trigo, pão dormido, pão que o diabo amassou, qualquer pãozinho, que nunca vem.

E tem gente que diz: E porque não estudou? Tem escolas públicas. De graça!

Com que ânimo, cara pálida? Se eu, que tenho estudo, orientação, uma certa estrutura, já fiquei completamente desanimado do mundo com apenas 12h sem comida e por somente um dia, imagina passar isso todo dia? Ânimo pra estudar? Ânimo pra trabalhar? É nessas horas que o instinto animal fala mais alto. Sim, somos animais antes de tudo. E o instinto animal diz o que? Procure comida, ou dinheiro pra comprar comida, de qualquer maneira, custe o que custar e a quem custar.

Não tenho a solução para este problema. Só queria expor isso pra tentar mudar a mentalidade de algumas pessoas que acham que a resolução dos problemas depende só de cada um. Nem sempre. Isso não é um problema pontual. É um problema social. Não tenho a solução, mas até imagino que possa ser simples. Basta vontade política do Estado. No fim, tudo recai sobre o Estado.

É um ciclo vicioso que somente o Estado pode intervir. Soluções mágicas? Não existem. Ideias? Várias. Lembram do Betinho? Basta vontade política do Estado.

Proponho que o leitor faça essa experiência. Passe dois dias sem comer. Acorde e vá trabalhar. No horário de almoço vá jogar um dominó na Praça XV, ou coisa que o valha. Volte, trabalhe e no fim do dia vá pra casa. Veja sua tv e durma. Tente repetir isso no outro dia. Ainda no primeiro dia, o primeiro sintoma será uma dor de cabeça. Depois a barriga roncando por 2 minutos ininterruptos. Depois volta a dor de cabeça seguido de uma irritação. Você começa a ficar impaciente com coisas simples como tentar colocar uma linha no buraco da agulha. Depois volta a roncar a barriga, volta a dor de cabeça e um cansaço sem fim.

Se sobrar força, tome um banho antes de dormir. Ingestão somente de água. Faça! Você não vai morrer ou ficar doente com apenas 2 dias sem comer. Tem gente que está a semanas e não morreu. E você pode até perder uns quilinhos nessa "brincadeira".

Proponho também o seguinte. Peça uma bengala emprestada, um óculos escuros e ande no Centro da cidade de olhos fechados. Faça isso no outro dia também.

Proponho também o seguinte. Arranje uma cadeira de rodas e vá trabalhar.

Depois volte a falar de preconceito. Depois volte a julgar as pessoas.

Eu não fiquei sem comer pra fazer essa experiência. Foi um acaso. Mas foi bom. Bom pra me deixar cada vez mais indignado com o mundo. E é a indignação que o move. Se todos ficassem putos com o mundo sempre, quem sabe ele se movimentasse mais, e pra melhor.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Cuíca

Em homenagem a grandes cuiqueiros que eu vi em ação: Mestre Catonho, Seu Luiz, Dôga, Fabricio Gonçalves, Alfredo Castro, Gustavo Mariante, Brito, Bidu, Padeirinho, entre outros.

A invenção da cuíca é atribuída a João Mina, batuqueiro da Deixa Falar. Mas, como sempre, há controvérsia.

Segundo Sérgio Cabral, a cuíca já era usada há décadas anteriores, nos cordões carnavalescos.
Segundo outras diversas fontes, a cuíca é um instrumento de origem africana. Era um pouco diferente da que se usa hoje em dia, com a vareta, varão, bambu, do lado de fora.
Talvez a cuíca usada nos cordões seja uma mais rudimentar, sendo João Mina o primeiro a usá-la do modo como se usa hoje.
Seja como for, João Mina está na história também por ser parceiro de Noel Rosa no partido alto "De babado".
Mas a postagem é sobre cuíca, então lá vai.

Getúlio Marinho "Amor" fez um samba, "Molha o pano", em parceria com Cândido Vasconcelos, sobre o instrumento.
Gravação de Aurora Miranda.


Molha o pano
Pega na cuíca
Puxa certo e com cadência
Veja o samba como fica

Fui num pagode
A família deu um "não"
Aqui não se quer cuíca
Porque não é barracão

Fiquei sentida
"Coragem!" Gritou meu mano
Quem é rico paga orquestra
E quem é pobre molha o pano

É um abuso
E por demais autoridade
Fazer pouco em quem é pobre
Só por ter felicidade

Não fiz barulho
Porque me julgo decente
Tratei de molhar o pano
E gritei “vamos em frente"


Há este vídeo, de um filme feito em 1936. É o mesmo áudio de cima.
O mais interessante nisso é que quem está tocando cuíca, ao menos no filme, é o grande Bide! Uma imagem rara, talvez única, do Bide em vídeo.



Wilson Baptista também dá o seu recado. Neste samba, em parceria com Haroldo Lobo, ensinam "Como se faz uma cuíca".
Gravação de Anjos do Inferno, em 1944.


Um pedaço de pau
Um pedaço de couro
Numa barrica
É assim que se faz uma cuíca

Depois de tudo acabado
Tem outra observação
Arranje um pano molhado
Para fazer a marcação
Venham ver como é que o samba fica
O piano é de nobre
O instrumento de pobre é a cuíca


Cuíca, pra mim, é instrumento de molho. De acompanhamento.
Mas bato palmas pra Fritz Escovão!


Agora sim! Fritz Escovão!



Termino a postagem com este breve documentário, de 1978, sobre cuíca.


Grande dúvida que me corrói: instrumento de percussão ou de harmonia?

sábado, 5 de janeiro de 2013

Cantador (Candeia)

Única gravação dessa música, em 1973, feita pelo Os Pagodeiros. A voz principal é do Nadinho da Ilha.

Cantador
(Candeia)


Cantador canta sem medo
Cantador não se atrapalha
Cantador não há segredo
Ferro frio não se malha

Canta moça no banheiro
No pregão, o leiloeiro
No terreiro da escola
Canta o samba, partideiro

O português canta o fado
O francês o cançoneiro
Com dinheiro ou sem dinheiro
Canta o samba brasileiro

Aranha arranha o jarro
O jarro arranha a aranha
Na pia o pingo pinga
O pinto não pinga pia

(O último verso é um controverso. Se alguém entender diferente, avise. Obrigado!)