sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Arrebenta, cavaco!

Há uma teoria de que os músicos de antigamente eram melhores por, entre outras, não errar quando iam gravar no estúdio. Até porque era um custo muito alto para se queimar um vinil com erro.

Com o tempo, a questão era não errar pra se terminar o álbum cada vez mais rápido para se vender mais. De novo, os melhores músicos por, entre outras, não errar em estúdio, estavam lá gravando.

Certa vez o Conjunto A Voz do Morro (Jair do Cavaquinho, Anescar do Salgueiro, Elton Medeiros, Paulinho da Viola e Zé da Cruz) gravou um álbum. Possivelmente um álbum feito completamente sem pretensão, gravado com todos juntos, na brincadeira séria do grupo, transgredindo algumas regras. Ficou registrado, em cada música, a quantidade de tentativas da gravação.



Isso é na década de 1960.

Um pouco depois (1972, pela informação que eu tenho), esse samba "Não posso pisar na areia", do Alvaiade, foi gravado.
Reparem que o cavaquinho entra rasgando no refrão e fica manso nos versos.
Até que...



O que fazer numa hora dessas? Não se pode perder tempo. Queimar matriz em vão. Se apegar a detalhes. Vai do jeito que vai. Sem vaidade.

Depois de ouvir algumas vezes, percebe-se que no refrão anterior ao do acidente, o cavaquinho já está com um som diferente.

E segue o baile.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Facilidade para aquisição de instrumentos musicais

Um projeto que cria linha de crédito especial para aquisição de instrumentos musicais por músicos está parado desde abril na Assembleia Legislativa.

O projeto do deputado Carlos Chiodini (PMDB), apresentado em 14 de fevereiro, está para receber um parecer do deputado Edison Andrino (PMDB) ainda na primeira comissão, das possíveis 2 das quais o projeto deve tramitar antes de ser aprovado.

Segundo informações das assessorias dos deputados, por conta de ser um ano de eleições, o calendário da Assembleia foi alterado e as reuniões da Comissão de Justiça, onde o projeto se encontra, acontecem uma vez por mês. A próxima reunião só deve ocorrer em outubro e não há previsão para o projeto ser apresentado na pauta da Comissão.

Ainda segundo as assessorias, o regimento interno prevê essa alteração no calendário por conta do ano eleitoral. Mesmo sendo eleição municipal.

Segundo o projeto (PL 0028.2/2012), a linha de crédito terá taxas de juros reduzidas e prazos diferenciados, por intermédio de instituições financeiras conveniadas.

Para habilitar-se à linha de crédito, o músico deverá apresentar a nota contratual prevista na Portaria nº 3.347, de 30 de setembro de 1986, do Ministério do Trabalho, acompanhada de declaração da Ordem dos Músicos do Brasil, e comprovante de renda.

Foto: Artur de Bem

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Blogs sobre samba na ilha

Florianópolis não possui muitos sites/blogs específicos sobre o samba local. Praticamente nenhum.
E dos que temos, a maioria fala de carnaval.
Ao longo da história tivemos alguns blogs/sites sobre o tema:
- Batucada (falecido)
- Oh, Carnaval! Oh, Carnaval!
- Carnavalesco SC (falecido)
- Samba na Ilha* (falecido)
- Tamborim (falecido)
- Floripa Ágil
- Samba Floripa (falecido)
- O reino que um dia sonhei
Não lembrei de mais nenhum que tenha existido ou que exista.

Só que muito antes desses, muito antes de muitos dos autores desses blogs pensarem em ouvir um samba, já havia um blog homônimo de um dos listados. O do asterisco. Samba na Ilha, de Edgard Usuy, o japa da cuíca.
Começou em 2001 e a última postagem foi em 2004.

Segue entrevista completa, na íntegra, feita com o autor:

Cantinho do Nermal
Porque parou? Cansou? Tinha outras atividades?

Edgard Usuy
Um pouco de tudo. Muito trabalho, pouco reconhecimento, bastante empenho (risos).
Na real, não era pouco reconhecimento. Na época não tinha rede social. Não sabia se as pessoas conheciam. Não sabia se ele cumpria a função que eu queria, que era a de divulgar o samba. Não sabia se as pessoas o reconheciam como uma fonte de informação. Então desanimei.
Hoje o cara tem "curtir", "compartilhar", "retweetar". Na época, nada (risos). Era tudo muito amador. Mas eu era empolgado (risos).

Era um bom blog. Tinha uma coluna na direita com nomes dos músicos da cidade (modelo que eu copiei e coloquei no meu como "Músicos indicados"), telefone pra contato de quem dava aula, etc.
Na parte principal eu lembro que só via notícias sobre o Wagner Segura. E alguma coisa do Um Bom Partido. Se tinha outras coisas, e devia ter, só ficou na minha memória isso.

Hoje o blog não existe mais e o autor, ainda fanático por samba, segue outra carreira.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Alberto Ribeiro

Alberto Ribeiro da Vinha nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 27 de agosto de 1902. Iniciou sua carreira musical compondo para o bloco de carnaval Só tanga do qual era integrante. O samba Água de coco, em parceria com Antônio Vertulo, de 1923, marcou o início de sua produção editada. Estudou engenharia, mas formou-se em medicina, em 1931, vindo a abraçar o ramo da Homeopatia, porém jamais abandonando a música, sua grande paixão.

No bairro do Estácio conheceu o compositor Bide, com quem logo estabeleceu parceria. Em 1929, criou o Grupo dos enfezados, quarteto do qual faziam parte Mesquita e Sátiro de Melo, no violão, Nelson Boina, no cavaquinho, e o próprio Alberto, como cantor. Com esse grupo gravou dois discos, em 1930, pela gravadora Odeon. Em 1933, lançou As Brabuleta pelo selo Columbia, com interpretação própria. A marchinha Tipo sete, em parceria com Nássara - primeira colocada em um concurso organizado pela Prefeitura do Distrito Federal - foi gravada pela Odeon em 1934, na voz de Francisco Alves.

Com o compositor Braguinha, seu grande parceiro, Alberto Ribeiro compôs, em 1935, Deixa a lua sossegada, gravada por Almirante, Seu Libório, por Vassourinha, Yes! Nós temos bananas e Touradas em Madrid, também por Almirante, em 1938, China pau, por Castro Barbosa, em 1943, e Copacabana, gravada por Dick Farney, em 1946, entre outros grandes sucessos. Em 1945, com a parceria de Radamés Gnattali, compôs o choro Olha bem pra mim e Saudade, vai dizer a ela, samba- canção de 1962.

Faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 10 de novembro de 1971.


Fonte: Catálogo de partituras da Petrobás 2005, da Fundação Museu da Imagem e do Som (RJ).


Não há de que
(Bide / Alberto Ribeiro)
Gravação de Tuco no cd 'Peso é peso'