quinta-feira, 17 de abril de 2014

[História do samba de Florianópolis] A influência do rádio no samba de Florianópolis

A primeira gravação de um disco no Brasil, segundo o pesquisador Adilson Santos, foi feita em 1901 na cidade do Rio de Janeiro, e de acordo com o livro Caros Ouvintes (2005), a primeira emissora de rádio brasileira, também foi fundada no Rio de Janeiro, em 1923, a Rádio Sociedade. O livro, focado na história do rádio em Santa Catarina, relata que, no estado, a primeira rádio foi a Rádio Clube de Blumenau, fundada em 1936. E em Florianópolis a primeira foi a Rádio Guarujá, fundada em 1943.

Ainda segundo o livro, em 1949 estreava em Florianópolis, na Rádio Anita Garibaldi o programa “Gentleman do Samba” apresentado pelo músico e compositor Zininho, que mais tarde tornou-se um renomado compositor, e autor do hino de Florianópolis, “Rancho de Amor à Ilha”. Alguns anos depois, Zininho passou a apresentar o programa “Bar da Noite” na rádio Diário da Manhã. Os programas eram apresentados ao vivo, em auditório, com sorteios de brindes. Antes, os florianopolitanos ouviam os sambas das rádios do Rio de Janeiro, capital federal na época.

O rádio era a melhor forma de aprender os sambas. Ademais, o público não teria outra maneira de ouvir com frequência as músicas e os músicos cariocas. Talvez com um ou outro disco, mas a grande maioria dos relatos indica o rádio como o grande meio difusor deste gênero musical.

Até surgir um programa específico de samba local, o que se ouvia eram os cantores do Rio. Cantores e compositores, sambistas, que influenciaram o país inteiro. Em Florianópolis não foi diferente. A audição de sambas nas rádios fez surgir o interesse em algumas pessoas a fazer samba também. Reproduzindo da forma como eles soubessem. Tocar os instrumentos da forma como eles achassem melhor. Como disseram Carlos Raulino e Jandira, então produtor e cantora do grupo Um Bom Partido (criado em 1997), no documentário “Ali na Esquina”, de Graziela Storto e Rita Piffer (2005): “A gente ouvia os discos e tentava reproduzir. Como era o certo, se batia assim ou assado, a gente não sabia, mas a gente ia tocando”. É assim que surgiam os primeiros compositores, cantores e instrumentistas.

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