Os textos seriam algo como (salvo alguns erros na tramitação):
O projeto de lei saiu do gabinete do deputado Chico Bezerra e seguiu até o Protocolo da Câmara. Do Protocolo, o PL seguiu diretamente para o Plenário, onde recebeu um número.
Após sair do Plenário, um funcionário encaminhou o PL para a Procuradoria da Câmara, onde recebeu um parecer favorável ao projeto.
Na semana passada, o PL foi encaminhado por um estagiário até o secretário da Comissão de Justiça.
"Eu entreguei o PL, mas confesso que não li o que era. Só faço meu trabalho", declara o estagiário. Na Comissão, o presidente indicou um deputado para ser o relator.
Ainda na semana passada, o deputado relator apresentou o parecer dele e o projeto foi para a votação da Comissão. O PL foi aprovado por maioria e foi levado por um funcionário para a Comissão de Educação.
"Antes de levar o projeto, eu estive no banheiro e nem lavei a mão", confessa o funcionário.
Na nova Comissão, o novo relator pediu mais informações ao autor. O projeto seguiu por um estagiário até o gabinete do deputado Chico Bezerra.
A assessoria jurídica do deputado Chico Bezerra respondeu as dúvidas do deputado relator e encaminhou de volta.
"O relator está equivocado. Todas as informações estão na justificativa do projeto. Acho que ele não leu tudo", alfineta o assessor.
O deputado relator afirmou não ter ficado satisfeito com a resposta e solicitou informações do Ministério da Educação.
"Ele faz isso para atrasar a tramitação. Ele não quer esse projeto aprovado", reclama o deputado Chico Bezerra.
O Ministério tem até 30 dias para responder, período prorrogável por mais 30 dias.
O ministro da Educação afirmou que vai analisar o PL com carinho, mas não tem data para apresentar sua resposta.
O PL ainda está na Comissão de Educação.
No meio disso tudo, os câmeras seguem a pastinha do projeto de lá pra cá.
Os repórteres entram desesperados nos gabinetes dos deputados para ouvir manifestações, conversam com advogados, buscam uma exclusiva dos estagiários, uma opinião dos faxineiros... até a aprovação em Plenário, a sanção do presidente da República e a aplicação prática da lei.
Não sem antes, porém, um perfil do deputado, entrevista com a mãe, esposa...
Seria interessante.
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