Desde que o mundo é mundo, várias perguntas permeiam a mente humana, como:
- "Como o universo foi criado?"
- "Porque o chuveiro só queima em julho?"
- "Quem matou Odete Roitman?"
- "Porque não trabalhar em uma escala 4x3?"
- "Quem criou o banjo?"
Vou focar nesta última.
A resposta mais comum é que Almir Guinéto inventou esse instrumento lá no Cacique de Ramos, após arrebentar muitas cordas do cavaquinho, já que a roda era acústica. Pra suprimir isso, ele teria pegado o banjo norte-americano, e colocado o braço de cavaquinho, com ajuda de um luthier.
A partir daí, a ciência começa a atuar, duvidando da primeira hipótese e buscando saber se existe uma resposta diferente. Existe.
Almir teria inventado tudo isso, mas muito antes de frequentar o Cacique, quando ainda era apenas um músico acompanhante de outros artistas, como do grupo Originais do Samba. E lá, ele já teria usado o banjo.
Mas tem outra versão.
Mussum (o mesmo dos Trapalhões), integrante dos Originais do Samba à época, teria inventado esse instrumento junto com Almir. Mussum deu a ideia e Almir executou.
E por aí vai.
Mas ninguém perguntou pro próprio Almir? Sim. Diversas vezes. Por algum motivo, ele só confirmava a primeira versão. Que motivo é esse? Quando ele respondeu, ele e deus sabiam. Hoje, só deus sabe.
O que pouca gente sabe é que por volta da década de 1950, um rapaz já tocava banjo em Florianópolis. Mais especificamente pelas bandas do Pantanal. Seu nome? Carlos Tomaz Antunes.
Não há provas.
Infelizmente, não há registros em foto dele tocando, muito menos áudio ou vídeo. Não há recortes de jornais, nem um post no Instagram. Até porque, na época, ninguém se preocupava em saber quem criou o banjo. Todo mundo, pelo menos de Florianópolis, sabia: Tomaz.
Mas há evidências.
O neto do Tomaz, que carrega parte do seu nome, Carlos Guilherme Antunes, conta que ouvia histórias de que seu avô tocava um instrumento redondo.
Mais evidências.
Luiz Carlos Antunes, filho do Seu Tomaz, pai do Carlos Guilherme, ganhou o apelido de Banjo, por causa do pai. É só chegar no Corinthians do Pantanal e perguntar pelo Banjo. Todo mundo, principalmente os mais velhos, sabem quem é.
Então, nem Almir Guinéto, nem Antônio Carlos (o Mussum) inventaram o banjo. Ele é manezinho. E tem nome e sobrenome que repito com muito orgulho: Carlos Tomaz Antunes.
Agora, a verdade verdadeira, é que quem levanta essa bandeira sou seu, apenas para criar uma historinha pseudo lúdica. Explico.
Segundo seu neto, outros depoimentos relatam que Seu Tomaz tocava um "cavaquinho dobrado", o que leva Carlos Guilherme a crer se tratar de bandolim, e não de banjo. Mas se eu conto essa parte antes, perderia a graça da história. E por que seu pai tem o apelido de Banjo? Realmente ninguém sabe.
Carlos Tomaz Antunes, um possível bandolinista. Luiz Carlos Antunes, o Banjo, nunca tocou nada. Carlos Guilherme Antunes, o Guilherme Partideiro, grande músico de Florianópolis que toca... violão.
Moral da história: Ninguém sabe quem inventou o banjo. Ninguém sabe o que Seu Tomaz tocava ao certo. Ninguém sabe porque Seu Luiz é o Banjo. Ninguém sabe de nada. Ninguém conhece ninguém, porque dentro de alguém ninguém mora. E eu só sei que nada sei. Até porque, eu não vim pra explicar, eu vim pra confundir.
Me desculpe o clickbait do título, mas acredito que valeu a pena a historinha.