domingo, 25 de janeiro de 2009

Raphael Galcer

Foto: Gaia Petrelli

Wagner Segura foi, provavelmente, o responsável por existir choro em Florianópolis. Isso em meados de 80. Começou no bandolim e depois foi para o violão de 7 cordas, tornando-se um dos maiores violonistas de 7 cordas da cidade.
Mas não é dele que eu quero falar. Não agora.
A introdução foi para dizer que Wagner Segura, chorão, é um dos maiores e toca 7 cordas.

Raphael Galcer é chorão e toca 7 cordas. Mas a coincidência não termina aí. Raphael Galcer tem se tornado um dos maiores violonistas da cidade. Tanto quanto Wagner. Tive o privilégio e o prazer de gravar uma roda de choro com os 2 no violão. Segundo Raphael, até onde ele lembre, foi a primeira vez que eles tocaram juntos.

Raphael (com ph) é chorão, sambista, compositor, estudioso, esforçado, dono de um bom e rápido ouvido, cantor, e um dos maiores violões de 7 cordas.
O ver tocar é um prazer muito grande. O som é maravilhoso, as baixarias são certeiras, a levada é completa, o dedilhado é hipnotizante.
Ele até erra. Mas só pra dizer que é humano.
Seu nome consta na lista de músicos indicados deste blog, no canto inferior direito.

Raphael organizava uma roda de choro na praçinha da Lagoa, às terças-feiras. Tudo improvisado, sem aparelhagem de som, descontraído. Era ótimo!
Cavacos, violões, flautas, acordeãos, pandeiros, clarinetes, todos juntos, felizes, animados, animando, culturando os transeuntes. E não eram poucos. A praçinha inteira parava pra ver. Saiu até no jornal. E, óbviu, no Youtube.
Raphael não está tocando essa música, mas está ao lado do 7 cordas, conversando.

Claro que a ignorância fez com que proibissem a manifestação artística e cultural. A polícia aparecia, mandava fechar a tendinha e pedia para o pessoal ir embora.

Hoje Raphael retorna às terças na Lagoa, um pouco mais a frente, no bar
Varandas, no começo da Avenida das Rendeiras. Integrando o Grupo Ginga do Mané, Raphael Galcer (violão de 7 cordas), Fabrício (pandeiro), Bernardo Sens (flauta), Fernanda da Silveira (cavaco) e Thiago Larroyd (bandolim) organizam uma roda de choro a partir das 22h. A entrada é de R$5.
QUEM FOR MÚSICO NÃO PAGA!






Por tudo isso e mais um pouco ele é digno de uma postagem só dele.
Raphael Galcer é, hoje, um dos maiores expoentes do Choro.


E o povo canta: "O amor que floresce em paz resiste ao tempo. E o tempo até é gota que escorre pela flor que cai num rio que já não volta mais" (Raphael Galcer / Dôga)

2 comentários:

Anônimo disse...

só um detalhe, não era eu quem organizava as rodas de choro da pracinha, mas com certeza estive mais presente as terças que qualquer um.. a roda da praça era mais como uma manifestação espontanea.. a vontade do povo de ouvir uma música verdadeiramente brasileira.

Cimples Ócio disse...

Rafa evoluiu muito. Pude acompanhar durante alguns anos esta evolução.