sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Alô, Europa!

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terça-feira, 8 de setembro de 2015

Cordiais saudações

O disco “Cordiais saudações”, do excepcional cantor Roberto Mahn, mais conhecido como Roberto Seresteiro é “o melhor disco de serestas dos últimos anos!”, como diz o próprio. “Até porque foi o único lançado nos últimos anos”, complementa.

Mesmo que tivessem lançados outros, tenho a tranquila certeza que este disco ainda figuraria entre os melhores! A união da agradabilíssima voz de Roberto com o Regional Imperial como grupo base do disco, além de outros excelentes músicos, com uma execução primordial ajudaram a tornar esse disco inesquecível.


O disco não é só de serestas. No repertório do Seresteiro estão também samba epistolar, samba, tango-canção, samba-canção, canção, samba-choro, valsa, marcha-rancho, fox-canção e canção sertaneja. Pelo menos essas são as designações impressas no encarte.

E qual é a diferença? Toda! Todas essas vertentes são caprichosamente executadas como deveriam pelo Regional Imperial e outros 15 músicos participantes do disco! O ainda jovem e cada vez mais experiente João Camarero é o responsável pelo arranjo de quase todo o disco. Um primor!

As participações especiais não ficam por menos. Roberto Luna, Tuco Pellegrino, Antônio Caros Fioravante (Bolão) e Agnaldo Rayol! Talvez dentre eles, o único conhecido do grande público seja o último. Pois o grande público deve conhecer os outros três! Eis a oportunidade!

E a voz do jovem Roberto Seresteiro é sublime! Não por menos que adotou “Seresteiro” como seu nome artístico. Ele dedica sua vida a estudar a fundo essa vertente (e as vertentes da vertente, como já citado) quase esquecida.

Sua interpretação é incrível! Estando em 2015 é possível sentir a dor dos caboclos nas músicas que falam de sertão e um desamor boêmio de 1920 nas canções. Porque nenhuma música do disco é recente.

Roberto Seresteiro é um cantor brasileiro! Sem cacoetes estrangeiros. Sem gritos histéricos. Sem forçar a barra. Sua voz é limpa. Sua dicção é perfeita. Sua entonação é precisa. Francisco Alves, simbolizando todos os outros cantores brasileiros pra não citar todos e correr o risco de esquecer algum, está feliz!

Uma vez um amigo me disse que parece que o samba nunca teve uma preocupação muito grande em ter um cantor de verdade. Tem uma gama de pessoas muito grande que canta. Mas cantor de verdade, dentro de tantos anos de existência, e dentro de um universo tão grande, não foram tantos. E me questionou um cantor da atualidade.

Guilherme, é com imenso prazer que lhe apresento Roberto Seresteiro!

sábado, 1 de agosto de 2015

Morreu Malvadeza Durão

Morreu na madrugada dessa sexta-feira, no Morro da Mangueira, o Malvadeza Durão. O corpo foi encontrado em frente a uma ribanceira com um punhal no coração. A polícia supeita de José da Conceição, porém sem provas, pois em Mangueira não existe delator.


O que se comenta, à boca miúda, apurado pela nossa equipe de reportagem, é que Malvadeza Durão e José da Conceição, conhecido no morro por Mulato Calado, discutiram durante uma roda de samba. José empunhava seu violão enquanto Malvadeza cantava sambas exaltando Rosinha, sua esposa. Era meia noite quando o Malvadeza chegou. Ao fim da disputa, ainda de madrugada, ele teria ido fumar um cigarro. Seu corpo foi encontrado nas primeiras horas da manhã com uma subscrição para ser enterrado. Ele estava sorrindo.

Apesar do apelido, Malvadeza Durão era considerado no Morro e seu enterro estava cheio de amigos. Rosinha não compareceu ao enterro, mas fincou uma cruz no local onde seu marido foi encontrado.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

A emoção foi geral

Faltava pouco para o carnaval, quando o Bloco de Samba Pega o Lenço e Vai se armava para seu cortejo. Por ironia, o bloco mais brasileiro que eu já vi sai de uma rua com nome estrangeiro: Rua San Juan. Frontalmente ao número 121, no bairro Parque das Américas, em Mauá, no ABCD Paulista, no espaço denominado Centro Cultural Dona Leonor, o CCDL.

Seu ideal tem valor: colocar em prática a lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino da cultura afro-brasileira na escola. O tema deste ano foi a Balaiada, ocorrida no Maranhão. E de cara, a primeira frase da letra do samba emociona:

"No Brasil o opressor recebe condecoração"

Foi aí, já nos primeiros instantes do cortejo, que eu me emocionei. Umas 100 pessoas descendo a rua e cantando com euforia:

"Ô ô ô ô ô
O balaio chegou
Cadê o branco?
Não há mais branco!
Não há mais senhor!"

Moradores, frequentadores do buteco logo a frente, transeuntes em geral, olhando espantados para o aglomerado de maluco cantando. Consigo até imaginar eles pensando: "Que negócio é esse de balaio?"

E o samba foi repetido inúmeras vezes. É daqueles sambas que quando termina a primeira parte dá vontade de ir pra segunda, e quando termina a segunda dá vontade de começar de novo. E assim foi feito.

Cavaquinhos, pandeiros, cuícas, tamborins, recos-recos e surdo. Batuqueiros, pastoras soltando a voz no agudo, homens no grave, crianças!!

Findado a parte temática, digamos assim, do Bloco, começam a ser cantados os sambas livres, também feitos pela ala de compositores.

Momento sublime foi quando o Bloco parou no meio da rua, faz uma roda, e começam os versos de improviso. O tema? O bloco! Samba de malandro que balança mas não cai.


Ao centro, o estandarte, sendo inaugurado, desfraldado e aclamado pelo povo. Pelo menos o povo do Bloco. Enquanto os moradores da região e comerciantes olhavam atentos e atônitos.

Segue o barco! Ou o Bloco!

Uma volta na praça e o retorno pro CCDL! Depois de todas as músicas entoadas, na subida da rua, o que tocar pra voltar pra sede? O tema, lógico! E lá fomos nós subindo a San Juan cantando a Balaiada de novo!

Várias colunas de instrumentos tomaram a cidade de Mauá. Após derrotarem o cansaço, cantaram triunfantes melodias!

O Bloco defende o samba o ano inteiro. O que justifica o meu atraso de uns 3 meses em escrever sobre ele, que me faz viajar todo ano pra Mauá pelo menos uma vez ao ano, em fevereiro.

Até 2016!

terça-feira, 21 de abril de 2015

Mapa dos sambas de Florianópolis

Usando uma função do google maps, um banco de dados está sendo montado coletivamente para mapear, literalmente, os sambas da cidade.

O intuito é mapear, principalmente, os sambas que existiam. Pros sambas que existem há outros meios para divulgação. A ideia é que se conheça onde já teve samba na cidade. Os pontos de encontro dos sambistas. Os períodos. Os grupos. Os personagens. Os famosos anônimos. Ajudar a montar a história do samba de Florianópolis.

O link para visualização e edição é este
https://www.google.com/maps/d/edit?mid=zoVbtxJwb14g.kFoWV4L__LM8


Se houver erro, é possível corrigir. É público. Qualquer um pode mexer!!

Qualquer dúvida, você pode entrar em contato no e-mail mapasambafloripa@gmail.com.

terça-feira, 10 de março de 2015

Glória ao Império Serrano

"A gente não quer mudar a história da música, a gente não quer revolucionar nada. Nós só queremos mostrar o que a velha guarda tem!"

Foi com essa frase do grande Fernando Paiva que se iniciou pra mim, em 2010, a primeira série de homenagens que soube e participei. Foi uma homenagem ao compositor Chico Santana, da Portela, com presença da filha dele, Neide Santana, em Uberlândia. A homenagem foi orquestrada pelo pessoal de Uberlândia e seguiu Brasil afora. Porto Alegre, São Paulo e terminou no Rio de Janeiro.

Depois disso, houve outras várias. Wilson Baptista, Herivelto Martins, Irmãos Andrade, Casquinha, Monarco, Chatim, Manacéa, Alvaiade, Mano Décio da Viola, Morro do Salgueiro, Bide, etc. A maioria delas organizada por uns e outros maneiros que não tem outro objetivo a não ser mostrar o que a velha guarda tem.














Para que elas acontecessem, foram realizadas várias pesquisas em sites, blogs, livros, discos, mais velhos, para juntar tudo que fosse possível para uma homenagem honesta. Todas essas homenagens não foram em vão. Muito desse material, dessas histórias descobertas, sambas resgatados, fazem parte do repertório de um monte de roda de samba Brasil afora.

E são esses uns e outros maneiros que organizam agora uma homenagem ao morro da Serrinha. Foi mais um trabalho grande de pesquisa de sambas já gravados, e entrevistas com os mais velhos do morro da Serrinha, para descobrir sambas inéditos de Silas, Mano Décio, Manula, Molequinho, Aniceto, etc. E foram vários.

A homenagem que será realizada neste sábado, 14, na quadra do Império Serrano será uma homenagem não só ao Império, mas também ao Prazer da Serrinha. Ou seja, a todo o morro da Serrinha.

Por conta desse histórico todo, e mais um pouco, tenho certeza que essa homenagem à Serrinha será excelente, como excelente tem sido os eventos organizados pelo Glória ao Samba, Roda de Samba de Uberlândia, Ora Chove e Molha a Flor, e cia ilimitada.