quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Só não passa a dor de uma saudade

São Paulo!!! Ah, São Paulo!!!
São Paulo da garoa, São Paulo terra boa!!!

Ir para São Paulo é uma das maiores felicidades do mundo!! Se você nunca foi a São Paulo, deve ir!!

Já não é a primeira vez que vou visitar esta bela cidade com nome de santo e tão belo encanto. São Paulo, terra onde se planta e tudo dá. É uma glória poder visitar esta terra brasileira!

O nervosismo de perder o avião e deixar de ver os amigos na última oportunidade do ano, numa das melhores festas de samba, dos @migos do samba.com, fez com que eu acordasse meio ruim na manhã da viagem. Mas depois de aterrissar em terras paulistanas, já fui me acalmando.

Desde que cheguei, na sexta, não parei. Congonhas, Centro, Fradique Coutinho, Vila Buarque, Rua Augusta, Bom Retiro, Centro. Aí eu descansei. Domingo foi Mauá. Pra não perder o costume.

Sambisticamente falando, a oportunidade de tocar com pessoas como Junior Pita, Adriana Moreira, Alfredo Castro, mesmo que numa canja de 3 músicas, é arrepiante. Adriana Moreira tem um axé inexplicável. Cris, obrigado pela oportunidade! A Ação Educativa é excelente!

José Ramos Tinhorão. O maior, com 1,65m (por aí).
O evento principal do fim de semana, no sábado, no Anhanguera, foi emocionante. Para mim, pelo menos. Conheci e tirei uma foto com o maior de todos, José Ramos Tinhorão, fui homenageado por tabela no troféu Pé de Cachorro e tive a honra de participar da roda do Glória ao Samba na homenagem ao Chatim.

Enquanto se armava a roda do Glória, conglomerado de pessoas com sérios distúrbios e que andam na contra mão da música brasileira, que eu sou fã incondicional, eu conversava com Saci e Gustavão e ele me perguntou se eu não ia participar da roda. Quando me virei, me deparei com Paulo Mathias apontando pra mim e me chamando. Foi o primeiro instante de emoção. Gelei. Mas corri. Peguei o cavaquinho e sentei, todo faceiro.

Na primeira música da homenagem ao Chatim, ninguém me viu chorar, mas juro que chorei. Com a cabeça baixa sem cantar. Se eu abrisse a boca naquele momento, ia abrir um berreiro junto. Depois de me recompor um pouco, pude levantar a cabeça e apreciar o momento.

Siiinooooooo...
Era eu do lado de meus ídolos! Lo Ré, Mateus, Tuco, Marcelo, Jorgera, Paiva, Paulo Mathias, Padeirinho, Zeca, Galego, e demais.

E os sambas inéditos. Cantados com vontade. Como se fossem grandes sucessos da rádio ou tv. Como se fosse o último samba da vida de cada um. E a força do coro. E o lençol de vozes. E a batucada infernal. E o samba se repetindo inúmeras vezes, sem se prender pra padrões de gravações. E zaz... e zaz...

Foi demais! Foi uma Glória!!!

Domingo em Mauá, uma feijoada de primeira, e uma confraternização excelente. Nem precisaria de uma roda. Nem parecia que aconteceria algo expressivo. Mas com Edinho, Baseado, Didi, David, Léo, e o Lo Ré, sempre o Lo Ré, juntos, é inevitável que não aconteça alguma batucada. E a bagunça foi brasa! Por cima de Brasa!

Resumindo tudo isso, eu fico cada vez mais envaidecido e emocionado de estar presente em momentos como esses, com todos esses citados, e mais um pouco. Pessoas que tem troscentos anos de história, um profundo conhecimento de samba e, acima de tudo, um excepcional tratamento com o próximo. Uma vontade e alegria de transmitir o conhecimento que eles adquiriram.

Eu tenho uma eterna gratidão com todos por tudo que eles me ensinam, mesmo sem querer, mesmo sem saber. Cada viagem para São Paulo é uma aula. Volto revigorado.

Posso escrever 412 páginas que não vou conseguir descrever minha alegria, nem agradecer a todos como deveriam e como quero.

A indisposição que eu tive antes de viajar já passou. Só não passa a dor de uma saudade.


Um comentário:

Vicente disse...

Grande Artur! Sou seu fã. Em breve nos vemos aí na sua terra. Obrigado pela força!