quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Barrados no baile

Com essa maravilha da modernidade, a tal "evolução", as escolas cresceram e passaram a ter quadras com cobrança de entrada, porteiro, segurança, catracas, etc. O mais importante passa a ser o dinheiro, e não mais a convivência da comunidade. Quanto mais gente entrar, mais eles faturam. Só que Velha Guarda nem sempre pensa assim, e vira e mexe algum membro é barrado na porta da escola que ajudou a fazer crescer, ou por vezes fundou.

Foi assim com um compositor da Mocidade. Depois de ser barrado na porta da escola, foi pra casa e compôs um samba de terreiro que diz assim: "Mostrando a minha identidade / Eu posso provar a verdade / A essa gente / Como eu sou da Mocidade Independente".

Marimbondo (foto), da Unidos de Vila Rica, também teve um caso parecido e compôs: "E vou contar / A minha mágoa, minha dor / Fui barrado na porta da escola que sou fundador".



E o pior é que essa história não é coisa da modernidade, somente. Em 1941, Paulo da Portela foi barrado no desfile da escola. Em casa, com muita mágoa no coração, compôs: "O meu nome já caiu no esquecimento / O meu nome não interessa a mais ninguém". O caso do Paulo foi um pouco mais complexo, mas está dentro do contexto.