terça-feira, 28 de agosto de 2012

Neném Cotó

Provavelmente você já deve ter visto essa foto.


Sempre fiquei intrigado com ela. Quem são? Onde é isso? O que estariam tocando? Como será o som que eles estão tirando? Que roda é essa? O que pensa o senhor que passa ao lado vendo esse bando de gente velha, mal arrumada, um deles sem um braço, com instrumentos velhos? O que pensam eles?

Pois a foto é de Ricardo Beliel, tirada na tendinha do Neném Cotó, no Buraco Quente da Mangueira, nos anos 90, para a revista Manchete.
Na ordem, da esquerda para a direita: Seu Gasolina; Aluísio Dias no violão;  Zé Rock, cujo o filho diretor de bateria foi assassinado; Bira; Mestre Tinguinha no tantã; e Neném Cotó no pandeiro.
Ricardo Beliel juntou essa equipe especialmente para a foto. Mas segundo relatos, esse encontros eram frequentes.

Neném Cotó foi eternizado num samba de Jurandir e Ratinho, "Folha de zinco".
"Passei na tendinha do Neném Cotó
Tomei umas e outras pra esquentar"
Foi goleiro do Floresta de Mangueira, batuqueiro do Mestre Waldimiro - mesmo com um braço só tocava caixa -, e diretor de bateria da Estação Primeira.
Era uma pessoa animada, engraçada e que sempre recebia as pessoas com muita satisfação.
Na sua tendinha, que também funcionava como uma boca, havia muito samba bom, muita droga e muita arma.
E saiu da vida pra entrar pra história no fim dos anos 90, assassinado na linha do trem, em frente à estação de Mangueira.

Sentados: Seu Gasolina, Aluísio Dias, Zé Rock, Bira, Mestre Tinguinha.
Em pé: Não identificado, Não identificado, Neném Cotó.

Colaboração: Onésio Meirelles (via Marcelo Baseado) e Ricardo Beliel
Fotos: Ricardo Beliel

3 comentários:

Unknown disse...

documento histórico! grato! muito grato!

Roger disse...

PQP, OBRIGADO por pesquisar isso, também queria saber ha tempos !

Unknown disse...

Estão sentados a porta do bar do nenêm cotó,num degrau da igreja a direita, não aparece na foto,na entrada a esquerda do famoso"BURACO QUENTE"onde o coro comia. Onde mestre xangô replicação seu apito no dia do desfile,eram praticamente 3 alertas,o primeiro sabíamos que tínhamos de acabar de engolir a cerveja,deixar o que estávamos fazendo pra tomarmos banho.Na bica ao lado da Escola Humberto de Campos,a fila dava o tom do pseudo desespero,no segundo quem já estivesse pronto descia o morro e o colorido se misturava em poesia com o pôr do Sol,era mágico ver baiana,componentes de diversas alas,plumas, paetês bailando nos intermitentes raios de sol ao decerem por várias ladeiras,essa pintura que vos narro se fazia presente quando éramos os primeiros na ordem de sorteio do desfile, quando não,era a luar quem dava o tom da nuance onde o brilho se misturava com gargalhadas. O terceiro informava que os últimos ônibus partiriam em quinze minutos.Retardatario em minoria corria pra estação do trem.Quanta saudade...