quinta-feira, 28 de junho de 2012

Depoimentos para Posteridade - Dona Uda

Dona Uda Gonzaga, ex-esposa de Armandino Gonzaga, um dos maiores presidentes que a Copa Lord já teve, e filha de uma das primeiras moradoras do Morro da Caixa em seu depoimento.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Depoimentos para Posteridade - Bira Pernilongo

Bira Pernilongo fala um pouco sobre o início de sua carreira.

Samba de terreiro em Floripa (2)

Mais um videozinho...

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Não quero mais amar a ninguém

Carlos Moreira de Castro, o Carlos Cachaça, certa vez, fez isso:

Não quero mais amar a ninguém
Não fui feliz
O destino não quis meu primeiro amor
Morreu como a flor ainda em botão
Deixando saudades que dilaceram o meu coração

Cartola ouviu e colocou uma segunda:

Semente de amor sei que sou desde nascença
Mas sem ter brilho e fulgor eis minha sentença
Jurei pela primeira fez um sonho vibrar
Foi beijo que nasceu e morreu sem se chegar a dar


Às vezes dou gargalhada ao lembrar do passado
Nunca pensei em amor, nunca amei nem fui amado
Se julgas que estou mentindo, jurar sou capaz
Foi simples sonho que passou e nada mais



A Mangueira desfilou com este samba em 1936.

Após o carnaval, o Zé da Zilda procurou o Carlos Cachaça com uma proposta de gravação e pediu pra ele assinar uma autorização. Carlos Cachaça ponderou que o Cartola também era autor do samba e devia ser consultado. Zé concordou.

De posse da autorização assinada pelo Carlos Cachaça, ele escreveu uma segunda parte



O que dou preferência hoje em dia
É viver com bastante alegria
E o sorriso que esperava esconder
Saudade que me faz sofrer

e registrou o samba no nome dele e do Carlos Cachaça. Aracy de Almeida gravou este samba em 09/09/1936, e no selo saiu "Não quero mais" (José Gonçalves/Carlos Moreira da Silva). Erraram o nome do Carlos Cachaça. Quando o Cartola soube da gravação foi falar com o Carlos Cachaça que explicou a história toda. Cartola não ficou magoado com o Carlos Cachaça, mas nunca mais falou com o Zé da Zilda.

Em 1973 quando o Paulinho da Viola gravou o samba com a letra original, a Zilda procurou o Paulinho dizendo que tinha direitos, que o Zé era parceiro da música, coisa e tal. O Cartola assinou uma cessão de direitos pra Zilda e nunca mais falou com ela também.

Hoje o Zé consta como autor do samba, mas não tem uma vírgula da autoria dele na letra com que o samba é cantado.
Não significa que o Zé seja encrenqueiro ou "comprositor". Zé tem obras belíssimas, inclusive em parceria com a Zilda, sua esposa.

Colaborou: Barão do Pandeiro

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Que baixo!

Retirado do Songbook Noel Rosa, de Almir Chediak. Texto de Sérgio Cabral.

Em entrevista cedida ao Diário Carioca (o entrevistador era o grande jornalista da música popular e do carnaval, João Ferreira Gomes, o Jota Efegê), em janeiro de 1936, Noel Rosa contou que Araci de Almeida não queria gravar esta marchinha, destinada a compor o outro lado do disco em que gravaria 'Palpite infeliz'. E explicou a razão: "Onde já se viu namorar pulga? E sem saber qual é o macho?"
Noel respondeu dizendo que se ela não queria gravar 'Que baixo!', não gravaria também 'Palpite infeliz'.
Araci de Almeida gravou, é claro.
Primeira gravação lançada em janeiro de 1936, por Araci de Almeida, em discos Victor.

Que baixo!
(Noel Rosa e Nássara)

Você cozinha, racha a lenha e eu não racho
Que baixo!
Que baixo!
Namora pulga sem saber quem é o macho
Que baixo!
Que baixo!
Você me diz que faz a gente de capacho
Mas eu não acho
Mas eu não acho
Planta dinheiro pra nascer dinheiro em cacho
Que grande baixo!
Que grande baixo!
Você cozinha, racha a lenha e eu não racho
Que baixo!
Que baixo!
Namora pulga sem saber quem é o macho
Que baixo!
Que baixo!
Você me diz que toca bem o contrabaixo
Mas eu não acho
Mas eu não acho
Você afina, parte a corda e eu me abaixo
Que grande baixo!
Que grande baixo!