terça-feira, 15 de novembro de 2011

Tocar em pé


Tem gente que me critica por tocar meu tamborim em pé lá no Bar do Noel. Dizem que faço isso por vaidade. Com o intuito de me aparecer.

Pura ignorância!

Primeiro: Não faço parte do grupo Bom Partido. Faço parte da manifestação cultural que o grupo protagoniza. A roda é do grupo. Só senta na roda quem é permitido por eles. A não ser que um mal educado, ou mal intencionado, sente sem permissão;

Segundo: Ali, em pé, me torno subalterno à roda. Quem está sentado é que dá as diretrizes. Sendo assim, quem está sentado, tem mais autonomia do que eu, em pé;

Terceiro: Não preciso me aparecer. Se eu quisesse me aparecer, pintava a rodoviária de vermelho;

Quarto: Só o fato de tocar naquela roda, a pessoa já está exposta. Não precisa ficar em pé;

Quinto: Gosto de tocar em pé.

Sexto: Então se eu chego numa tendinha, com apenas 1 mesa e 3 cadeiras, ocupadas, eu não posso participar do samba em pé porque estaria com o objetivo de me aparecer, me tornar melhor do que os que estão sentados? Ora essa. Era só o que me faltava.

Sétimo: Quem quer se aparecer são aqueles que não sabem tocar nada, não tem nenhuma intimidade com o instrumento, não tem nenhuma intimidade com o ambiente da roda de samba, não conhece a música que está sendo executada, chega na roda, puxa um instrumento qualquer que está parado em cima da mesa (geralmente o molho: tamborim, agogô, reco-reco, afoxé), pensa que não vai atrapalhar (mas atrapalha, e muito), toca três, quatro músicas pra mostrar pros outros que sabe alguma coisa, que tem moral pra chegar na roda e pegar qualquer instrumento e tocar, larga e parte pra cima da mulherada com ar de bonzão. Esse sim quer se aparecer.

Oitavo: Aquela manifestação aos sábados não é uma simples apresentação de um grupo. É, acima de tudo, uma roda de samba. E uma roda de samba é.... Ora, meus caros críticos de meia tigela. Se não sabem o que é uma roda de samba, não me venham fazer acusações levianas e críticas infundadas.


Felicidades, um forte abraço e um grande beijo!

Um comentário:

Thiago do Nascimento disse...

Falou e está falado. Isso mesmo...Tocar de pé é ser livre,e interagir de forma autêntica com o pessoal que está ali sentado.