terça-feira, 15 de março de 2011

Precisamos da mídia?

Esse texto não vai apontar uma solução. Nem tenho esse poder. É apenas uma análise da mídia atual.

Eu não leio jornal, não ouço rádio, nem vejo tv, mas sei de tudo de "importante" que se passa no mundo.

O que acontece? Os jornais estão sem informações importantes para passar? Nada de importante acontece? A gente pode viver bem sem saber das informações "importantes" transmitidas?

Acho que até há pautas interessantes. O problema está na abordagem. As reportagens são feitas de uma forma muito superficial, somente com informações de assessorias de imprensa. Não há um informante secreto, repórter não se infiltra em lugar nenhum e há um profundo e irritante uso de câmeras escondidas. A mídia perdeu tanta credibilidade que, pra provar as coisas que diz, usa compulsivamente as câmeras escondidas.

A mídia tá ruindo. Quem tem twitter, por exemplo, não precisa ler jornal. A internet está acabando não só com os impressos, mas com toda a mídia. Não só pela rapidez, mas pela qualidade e credibilidade das informações.
Pode ser tão desconfiável quanto, já que não há uma agência reguladora de informação da internet, mas temos a certeza de estarmos lendo notícias com clareza de posicionamento.
O jornal O Estado de São Paulo (O Estadão) publicou um editorial durante as eleições declarando abertamente apoio ao candidato José Serra. Então quem for ler O Estadão terá certeza que está lendo matérias e opiniões contrárias ao governo PT. É um marco na nossa imprensa.

A internet está dando um banho na mídia convencional. Mas aí surgem os problemas de mídia convencional: TSE concede primeiro direito de resposta no Twitter.
E as pessoas que retuitaram a mensagem original? Seria estranho, mas nada incoerente, se todos fossem obrigados a publicar a resposta.

A mídia tem uma ligação muito forte com os políticos. As grandes corporações são donas de jornais, portais de internet, emissoras de rádio e tv, essas últimas, concessões públicas, aprovadas (ou não) pelo Congresso. A outra ligação é com publicidade governamental, grande parte da renda da mídia. E os políticos dão bola pra mídia porque ela ainda atinge a maioria da população, além de lucrarem, já que muitos deles são donos dessas empresas de comunicação.
Além disso, as corporações não tem nenhum interesse em apurar as informações corretamente ou responder as perguntas que deveriam fazer nas reportagens.

Nada disso acontece na internet.
Por não haver ligação com nenhum político (pelo menos não tão forte quanto às grandes corporações), há uma grande mudança na qualidade da informação publicada. É escancara a posição política e os blogs podem falar, tranquilamente, sobre os variados aspectos da política nacional entre outros assuntos. Aí sim com investigações, informantes, comprovações com documentos escaneados, etc. Tudo isso até que o político entre com um processo na justiça e mande fechar o blog.
E o blogueiro, twitteiro, facebookeiro, enfim, não precisa ser jornalista. Não precisa seguir a cartilha de ética jornalística como todos os jornalistas seguem (sic).

Isso é liberdade! Isso é pluralidade de informação!

A mídia está ruindo e não precisamos dela para viver. Não essa mídia.

Um comentário:

Vinicius Leandro Terror disse...

É Artur,
Até o JB abandonou sua publicação impressa e hoje é lido on line...

Assim como você quase não assisto TV, não ouço rádio nem leio jornais... As informações estão nos blogs, no sites, pra todo lado... Hoje, quando vou abrir meu e-mail já fico por dentro das principais notícias...

Mas um problema que vejo nessa "nova midia" é que nem sempre podemos confiar na informação que estamos lendo, as fontes se perdem... Sei que com a midia impressa tem esse mesmo problema, porém existem hoje uma infinidade de locais na net onde se divulga informação, ficando dificil pra gentre filtrar o que é bom de verdade... Se é assim pra nós que somos teoricamente "um pouco mais instruidos" imagina pra grande parte do povo que tem o costume de engolir tudo que lhes é apresentado sem um mínimo de questionamente e senso crítico...

Veja esse caso: http://www.humornaciencia.com.br/noticias/boimate.htm

Acredito que essas coisas estão muito mais propensas a acontecer na internet que na midia impressa ou televisionada. E aí entra a questão de "qualquer um poder ser jornalista"... Abre espaço pra muita gente boa, mas também surge muita coisa que não presta... Outra profissão em que vejo a mesma situação é a musica...

Bom, chega de viajar... vamo trabalhar!..rsrs

Abraço!