segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Salve, Candeia! Salve, Dinho!

Dinho?
É... Dinho. Aquele que tocava no Um Bom Partido.
Não voltou pro samba (ainda), mas deu uma canja.

Torresmo à Milanesa, Projeto Nosso Samba, Maria Helena, Reizinho (que eu não vi pois cheguei atrasado), Boca de Siri, de Itajaí, que me desculpem, mas foi tudo esquecido quando o Um Bom Partido começou a tocar.

E começaram com capoeira, jongo e ponto, pra abrir os caminhos. Depois ainda teve samba, choro, partido alto e participações de Verônica, Marçal, Mará, Denise e Marcão, de Balneário. Tudo de Candeia. Tudo para Candeia.

O grupo estava impecável. Músicas novas, um clima legal e um axé muito forte naquela roda.
Jandira é uma entidade. Josiane apresentou belos sambas canções, do estilo dela. Fernanda comandava a harmonia e fazia o clima. Pedro, mesmo com 6 cordas em um momento, foi brilhante. Adão no berimbau, deu um charme à roda. Derik me impressiona a cada dia. Fabricio fazia o peso no surdo. Dôga quebrava tudo na conga, tamborim, cuíca e repique de anel. Mazinho... Mazinho é o Mazinho. Mata a pau.
E a Júlia. A Júlia é a melhor cantora de samba que temos hoje. E ponto.

Os olhos gordos, que arrebentaram algumas cordas, foram embora quando Dôga pediu um lá menor e cantou para as retinas fofinhas: "Não, não é bem assim. É bem diferente o que anda falando essa gente de mim".

Pronto. Estava esticado o tapete vermelho para o que se seguia: Dinho.

Um diminutivo. Mas foi o maior. É o maior.
Afastado do samba há alguns anos por questões pessoais, deu o ar de sua graça.
Subiu no tablado meio tímido, na humildade. Mesmo o meio tímido dele já era uma presença maior e melhor do que qualquer outra pessoa. Pediu um ré maior e assim que começou a cantar, provocou o choro de muitos dos presente.


Dinho e Jandira. Par perfeito!

Ele cantava e pedia, rindo, o coro das pastoras, que cantavam em meio a soluços e tentando enxugar os olhos.
A cada frase que cantava, mais e mais lágrimas corriam.
Mudou o tom e puxou: "Saio de casa e vou pra rua. A noite está pra violão..."
Não havia mais lágrimas pra derramar. Todos já estavam em alfa.
Jandira estava mais embriagada pela presença do irmão do que pela cachaça.

A homenagem era pra Candeia, mas Dinho roubou a cena.
Quando puxou um partido alto, todos já estavam alucinados. Dinho e Jandira são os melhores partideiros dessa cidade.
Foram versos fortes. Mesmo se não estivéssemos em clima de cordialidade e festa, seria difícil derrubar a dupla.
Ainda houve participação de Dôga, Amarildo, Marçal, Mará e a minha modesta contribuição no partido alto, mas Dinho deu aula.

Foi um evento emocionante! Perfeito!
Pra lavar a alma. Calar a boca dos faladores (...). Ensinar os que acham que entendem.

Foi pra fechar "muito bem, obrigado" o ano.
Mas ainda tem água pra rolar.
Aguardem!

4 comentários:

Dôga disse...

Sente o peso do couro!!

Rosa Helena Souza disse...

Me senti lá, descrição perfeita!
Malé!

Josiane Maria Souza da Rosa disse...

Treze anos de Um Bom Partido! Com toda certeza de todas as apresentações que fizemos, essa vai ficar para história... ainda estou em estado de êxtase, tudo graças ao bom e maravilhoso DEUS, foi tudo perfeito.Já acompanhamos tantas feras do samba, mais momento como este acho que não vai haver outro igual. Quem foi presenciou a melhor roda de samba, e quem não oi com toda certeza, perdeu... Quando a minha sobrinha Clara começou a cantar Rosa de Pixinguinha... ali já não deu mais para conter as lágrimsa, e logo depois vê meu Dinho cantar, versar...foi muita emoção! Se eu morresse naquele momento com toda certeza morreria feliz!!!

Erik de Almeida disse...

Foi um momento incrível mesmo! Uma honra fazer parte deste evento e aprender com todos desta grande roda! Tenho algumas imagens deste dia e do momento da homenagem a Candeia, infelizmente a hora que o Dinho subiu pra cantar a fita já tinha acabado, mas ficou impresso na memória dos presentes. Vou passar para o computador e depois diponibilizo!
Abraços!