terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Férias!

Acho que nunca "fechei" o blog. Mas tudo tem sua primeira vez.

Estou entrando de férias. Só volto em meados de fevereiro.
Até lá, não vou usar computador.

Precisando de mim, estarei no celular.

Obrigado a todos que acessam com frequência.
Voltarei ano que vem!


Felicidades, um forte abraço e um grande beijo!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

João da Baiana

Não estou descobrindo o mundo. Está na internet.


Velho João da Baiana sambando aos 80 anos.

O do violão é Baden Pawell. O outro é o diretor do documentário.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Projeto Resgate na Rádio

Reportagem especial de Rosa Helena para o Blog Cantinho do Nermal.


O Projeto Resgate também foi pauta pra Rádio Guarujá e Rádio Udesc.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Projeto Resgate

O Projeto Resgate veio, venceu o cansaço e ficou na memória de todos que viram, ouviram e se emocionaram.
Fernandinho, Coisa Linda, Careca, Meu Cumpadre Wlademar, Mathias, Susin, Mário, Milene, Pikachu, Gustavo, Banana, Moah, Vilmar, participação especial de Cupim e dos representantes em Santa Catarina: Rosa, Dôga e eu. Digo isso porque eles não se intitulam um grupo de samba, mas uma reunião de amigos. E aí tomo a liberdade de nos incluir.

"Mas isso não é um grupo de samba, é um banda da Polícia Militar" disse o porteiro de uma das casas onde se apresentaram. Senti até uma ponta de ironia na infeliz frase. Mas acho que ele se calou depois.

Eu organizei o roteiro e no fim fiquei com pena. Foi uma correria muito grande.
Desculpa, Resgate. Não faço mais isso.

Mesmo com a chuva miúda que cismava em cair durante todo a manhã e meio da tarde, o Projeto Resgate foi até a Travessa Ratclif onde o Um Bom Partido tocava. Antes de acabar, o grupo abriu espaço para apresentação dos gaudérios. Até a chuva parou para ouvi-los. Debaixo dos guarda-sóis que ainda estavam abertos o coro do Projeto Resgate chamou atenção e comeu.
A chamada nem todos devem ter ouvido: "Ahh, la vem...", mas o coro que se seguiu, todos ouviram: "Lá vem o Ipanema, o bonde que nunca viaja vazio...". Dizem até que o Tuco e o Batalhão de Sambistas, lá de São Paulo, ouviram.
Fernandinha não se conteve. Pediu licença, pegou o cavaco e acompanhou, em pé mesmo, algumas músicas. Maria Helena ficou admirada. Cantou junto vários sambas e ainda foi ver a apresentação deles no Praça 11.

Lá no Praça, uma surpresa aos presentes, acostumados a ouvir outro estilo de samba. Ficaram estupefatos com a apresentação. Até os bêbados pararam com as arruaças para ouvir.

Na Barra, todos cansados e a metade, como diria Vilmar, passou mal e não pode ir. Na verdade foram somente duas ausências, Banana e Moah. Mas a roda foi muito legal também.

Nas três rodas, as mesmas coisas aconteceram: Todos ficaram em silêncio, chegaram perto da roda para ouvir e ficaram admirados, atônitos, não acreditavam no que viam.
Era uma cadência mais lenta, sambas recém descobertos de compositores quase esquecidos, outros que já haviam sido gravados, pelo menos uma vez, há mais de 60 anos, uma roda de samba, instrumentos desplugados (nas apresentações ligamos os violões), um lençol de vozes, todos cantando.
Foi muito bom!

Dizem que teve quem chorou. Eu não vi.
Foi mesmo algo que Florianópolis nunca tinha visto.

Obrigado, Projeto Resgate, pela presença, pela paciência e pela bagunça que vocês fizeram!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Projeto Resgate em Florianópolis neste sábado



O Projeto Resgate, de Porto Alegre, estará se apresentando neste sábado aqui em Florianópolis.
Serão 3 apresentações:

15h - Travessa Ratclif, no Centro;
18h - Praça 11, em SJ;
23h - Vigia do Casqueiro, na Barra da Lagoa.


O Projeto Resgate, fundado em 07/09/2008, é uma união de músicos e amigos admiradores do samba tradicional (samba de morro, samba de roda, samba de terreiro, época do rádio). A idéia principal é - através da execução de um repertório musical baseado em pesquisas - tocar sambas utilizando, dentro do possível, técnicas, idéias e valores dos fundadores e bambas do gênero. Por isso, o Projeto Resgate não se propõe à inovações, pelo contrário, o fundamental é manter o espírito da música que representa um dos aspectos mais importantes da cultura brasileira, ou seja, o samba. Sempre enaltecendo sambas das velhas-guardas como: Portela, Salgueiro, Mangueira, Estácio, Império e outros, buscando o seu formato original no momento da execução, desde o apito inicial até a última marcação. Desta forma, cada escola é representada com respeito e reverência.

Ao longo do tempo, o Projeto Resgate realizou e diversas rodas, incluindo a participação de outros grupos e artistas, como Central do Samba (RS), Núcleo de Samba Jequitibá (SP), Império Serrano, Moacir Luz e Gabriel da Muda, Nei Lopes e Rui Quaresma, entre outros.

Desde o início de 2010, o projeto realiza suas rodas na Galeria Dois Pontos, espaço cultural que integra livraria, café e outros eventos na área de cultura e conhecimento. As rodas acontecem sempre no primeiro sábado de cada mês.


Caso chova, somente não haverá samba na Travessa Ratclif, por ser um local aberto. O Praça e o Vigia estão confirmados!



Já falei sobre esse grupo em outras oportunidades.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Salve, Candeia! Salve, Dinho!

Dinho?
É... Dinho. Aquele que tocava no Um Bom Partido.
Não voltou pro samba (ainda), mas deu uma canja.

Torresmo à Milanesa, Projeto Nosso Samba, Maria Helena, Reizinho (que eu não vi pois cheguei atrasado), Boca de Siri, de Itajaí, que me desculpem, mas foi tudo esquecido quando o Um Bom Partido começou a tocar.

E começaram com capoeira, jongo e ponto, pra abrir os caminhos. Depois ainda teve samba, choro, partido alto e participações de Verônica, Marçal, Mará, Denise e Marcão, de Balneário. Tudo de Candeia. Tudo para Candeia.

O grupo estava impecável. Músicas novas, um clima legal e um axé muito forte naquela roda.
Jandira é uma entidade. Josiane apresentou belos sambas canções, do estilo dela. Fernanda comandava a harmonia e fazia o clima. Pedro, mesmo com 6 cordas em um momento, foi brilhante. Adão no berimbau, deu um charme à roda. Derik me impressiona a cada dia. Fabricio fazia o peso no surdo. Dôga quebrava tudo na conga, tamborim, cuíca e repique de anel. Mazinho... Mazinho é o Mazinho. Mata a pau.
E a Júlia. A Júlia é a melhor cantora de samba que temos hoje. E ponto.

Os olhos gordos, que arrebentaram algumas cordas, foram embora quando Dôga pediu um lá menor e cantou para as retinas fofinhas: "Não, não é bem assim. É bem diferente o que anda falando essa gente de mim".

Pronto. Estava esticado o tapete vermelho para o que se seguia: Dinho.

Um diminutivo. Mas foi o maior. É o maior.
Afastado do samba há alguns anos por questões pessoais, deu o ar de sua graça.
Subiu no tablado meio tímido, na humildade. Mesmo o meio tímido dele já era uma presença maior e melhor do que qualquer outra pessoa. Pediu um ré maior e assim que começou a cantar, provocou o choro de muitos dos presente.


Dinho e Jandira. Par perfeito!

Ele cantava e pedia, rindo, o coro das pastoras, que cantavam em meio a soluços e tentando enxugar os olhos.
A cada frase que cantava, mais e mais lágrimas corriam.
Mudou o tom e puxou: "Saio de casa e vou pra rua. A noite está pra violão..."
Não havia mais lágrimas pra derramar. Todos já estavam em alfa.
Jandira estava mais embriagada pela presença do irmão do que pela cachaça.

A homenagem era pra Candeia, mas Dinho roubou a cena.
Quando puxou um partido alto, todos já estavam alucinados. Dinho e Jandira são os melhores partideiros dessa cidade.
Foram versos fortes. Mesmo se não estivéssemos em clima de cordialidade e festa, seria difícil derrubar a dupla.
Ainda houve participação de Dôga, Amarildo, Marçal, Mará e a minha modesta contribuição no partido alto, mas Dinho deu aula.

Foi um evento emocionante! Perfeito!
Pra lavar a alma. Calar a boca dos faladores (...). Ensinar os que acham que entendem.

Foi pra fechar "muito bem, obrigado" o ano.
Mas ainda tem água pra rolar.
Aguardem!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Monsueto

Conheci esse samba em Caiobá, uma cidade próxima de Curitiba (alô, Anildo!), através do Marcão.
Era um domingo, meio dia, e o Bom Partido tocava quando chegou ele.
Cantou vários sambas, com a interpretação brilhante que lhe é peculiar, e, no meio dos sambas, me veio com isso.

Eu, tocando surdo, juro que me emocionei. Era a interpretação, o fato de ser uma música nova, uma melodia desconcertante e uma letra fenomenal.
Até toquei o surdo mais baixo, pra poder ouvir melhor a letra. Fiquei imaginando a cena narrada pela música...

Quem me passou essa música foi o Thales, do blog O Samba é meu dom.



Na casa de Antônio Jó
(Monsueto / Venâncio)

Assisti um quadro na casa de Antônio Jó
Antônio tem oito filhos
Levou um pão para casa
Todos queriam um bico
Mas o pão era um só

Um prato de pirão d’água
Todos sentados ao redor
No centro do prato, um ovo
Todos queriam o ovo
Mas o ovo era um só

Ao chegar a noite
A confusa foi maior
Quem dorme na beira da cama cai
Todos queriam um canto
Mas o canto era um só

Me lembrei daquela frase
O pão de cada dia
Me lembrei daquela cena
A ceia do Senhor
Então eu refleti
Deus é um só
Dá pra todo seu amor