domingo, 25 de outubro de 2009

Samba no Morro da Caixa

Sabem aquelas histórias contadas pelos sambistas mais velhos, de que os sambas no morro duravam dias? Adoro isso, mas confesso que sempre achei que eram lendas.
Pois sexta, 23, vivenciei uma dessas festas e agora posso contar pros meus netos.

O dia estava um tanto estranho, fora do comum, e terminou no outro dia, apenas fora do comum.
Eu estava no Morro da Caixa do Centro e fui convidado para uma festa. Era um aniversário. Chegando lá, por volta das 23h, me deparo, logo na porta, com uma roda de samba. O clima era muito bom. Não conhecia praticamente ninguém, mas fui muito bem recebido.
Comida, bebida, crianças, samba, nenhuma briga, bebida, samba, bebida, bebida. Há quem diga que a Polícia esteve lá e pediu para abaixar o som, mas confesso que não vi.

Às 6h da manhã fui deitar (prova da excelente recepção que tive. Nem bem conheci a família, e já permitiram que eu repousasse em sua casa), mas não consegui dormir. O pessoal ainda ficou lá, conversando, bebendo, fazendo um samba, bebendo. Às 10h eu volto, ao meio dia é servido almoço (comida não faltou) e o samba continuava. Lá pelas 15h, com ninguém mais aguentando levantar um tamborim sequer, o samba para. Só há forças para levantar as latinhas.

Levanto-me, dou os parabéns ao aniversariante do dia anterior, que conheci durante a festa, e vou pra casa, feliz.
O aniversariante é o Leo (abreviação de Ishael, óbvio, com "h", mais óbviu ainda), de verde, preto, branco, verde, preto, branco, verde, preto, branco, verde. Foto: Cristiane de Jesus Lemos.


Enquanto escrevia essa postagem me lembrei do Baile no Elite, de João Nogueira e Nei Lopes. Mas o meu causo não foi sonho. A pesquisa da letra é da internet, então não lá muito confiável.

Fui a um baile no Elite
Atendendo a um convite do Manoel Garçom (Meu Deus do Céu, que baile bom!)
Que coisa bacana
Já do Campo de Santana
Ouvir o velho e bom som (Trombone, sax e pistom)
O traje era esporte
Que o calor estava forte
Mas eu fui de jaquetão (Para causar boa impressão)
Naquele tempo era o requinte
O linho S-120
E eu não gostava de blusão (É uma questão de opinião)

Passei pela portaria, subi a velha escadaria
E penetrei no salão
Quando dei de cara com a Orquestra Tabajara
E o popular Jamelão (Cantando só samba-canção)
Norato e Norega, Macaxeira e Zé Bodega
Nas palhetas e metais (E tinha muitos outros mais)
No clarinete o Severino solava um choro tão divino
Desses que já não tem mais (E ele era ainda bem rapaz)

Refeito dessa surpresa me aboletei na mesa
Que eu tinha já reservado (Até paguei adiantado)
Manoel, que é dos nossos, trouxe um pires de tremoços
Uma cerveja e um traçado (Pra eu não pegar um resfriado)
Tomei minha Brahma, levantei, tirei a dama
E iniciei meu bailado (No puladinho e no cruzado)
Até Trajano e Mário Jorge, que são caras que não fogem,
Foram embora humilhados (Eu tava mesmo endiabrado)

Quando o astro-rei já raiava e a Tabajara caprichava
Seus acordes finais (Para tristeza dos casais)
Toquei a pequena, feito artista de cinema
Em cenas sentimentais (À luz de um abajur lilás)
Num quarto sem forro perto do pronto-socorro
Uma sirene me acordou (Em estado desesperador)
Me levantei, lavei o rosto e quase morro de desgosto
Pois foi um sonho e se acabou

Seu Nelson Motta deu a nota que hoje o som é rock and roll.
A Tabajara é muito cara e o velho tempo já passou!

domingo, 18 de outubro de 2009

Depoimentos para posteridade - Fernanda da Silveira

Depois de aparecer de lambuja na filmagem com o Raphael Galcer por telefone, chegou a vez dela, a professora e cavaquinista de samba e choro, Fernanda da Silveira!



Atualização

Fernanda solicitou que o vídeo fosse removido por questões pessoais. A imagem é dela e a solicitação foi aceita. Mas o material não está perdido. Daqui a 50 anos, quando ela tiver bem velhinha, volto a publicar o vídeo.

Reconhecimento

É bom ser lembrado. Faz bem pro ego.

Diretamente do blog do Nico Ribeiro: Quem viver verá

Vlw Nico!
Abraço!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Maria Aparecida, a capoeirista



Recebi um e-mail amigável da Maria:
"ué, cadê seu comentário? Dos outros vc elogiou, comentou, e blá, e eu?
vou te pegar na próxima roda Nermal, ainda mais que tu vai tá sentado, e eu posso gte acertar viu!"

Atendendo esta ordem (sim, Maria, seu pedido é uma ordem), me senti um pouco pressionado a tecer um comentário.
De fato falhei. Não consegui pensar em nada pra acrescentar ao depoimento "bem bonitinho" dela. Só esqueci que eu deveria comentar sobre ela, não sobre o trecho do vídeo.

Eu já escrevi e reescrevi umas 37 vezes essa postagem, e não consegui encontrar o texto certo sobre ela.
A conheço há pouco tempo, mas sei que ela vive sorrindo, é muito inteligente, tem uma conversa ótima e é cercada de alguns mistérios, pra dar aquele charme.
Passamos o dia da filmagem juntos. Foi muito produtivo e agradável!

Maria, só não vais me acertar na roda, porque eu vou estar em pé, como me ensinaste.


E o povo canta: "Menina, quem foi teu mestre? Meu mestre foi Ceará. Me ensinou a cantar samba, não me ensinou a trabalhar" (verso de Clementina de Jesus no samba "Moro na roça", de Xangô da Mangueira e Zagaia)

domingo, 11 de outubro de 2009

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Depoimentos para posteridade

Saiu no Boletim Eletrônico do Curso de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá de SC:

Acadêmico entrevista representantes do samba da capital

Artur de Bem, acadêmico da 6ª fase de jornalismo, está produzindo o projeto Depoimentos para a Posteridade, que consiste em uma série de entrevistas, em forma de documentário, com representantes do samba local. Em pesquisas sobre o tema, Artur descobriu que o Museu de Imagem e Som do Rio de Janeiro promove uma produção semelhante. Os depoimentos dos sambistas Raphael Galcer e Maria Helena já estão disponíveis no blog do estudante. As entrevistas são realizadas todos os sábados. Confira em http://arturdebem.blogspot.com/


Obrigado professor Paulo Scarduelli.
Obrigado Samira Moratti.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Música no ônibus

Música. Quem não gosta de música? Todos gostam de alguma música.
Mas em um ambiente coletivo, as vezes a música que tu gostas e ouves com som alto, usando a tecnologia do seu celular, não é a mesma que o outro gosta.
Isso num ônibus é horrível.

Respeito. Quem não gosta de respeito? Todos gostam de respeito.


Perfeito!

domingo, 4 de outubro de 2009

Depoimentos para posteridade - Celinho da Copa Lord



Passei a ser mais fã do Celinho depois dessa conversa.
Um dos raros sambistas que está em escola de samba e é respeitado lá.

Escolas de samba, hoje, que não dão mais valor para o sambista.
Duvida? Então me responda: Por onde anda Jeisson Dias, Guilherme Partideiro, Dôga, Jandira, Raphael Galcer, Álvaro Fausane... ?

Salve Celinho!