sábado, 30 de maio de 2009

Lobby

O termo “lobby” é muito utilizado no meio político. Infelizmente, grande parte da população possui uma concepção errônea do significado da palavra. Primeiro, precisamos entender que lobby nada mais é do que um grupo de pressão na esfera política, um grupo de pessoas ou organizações que tentam influenciar, aberta ou secretamente, as decisões do poder público em favor de seus interesses.

O projeto de lei (PL) do couvert artístico está tramitando, e até agora NENHUM músico foi até a Câmara Municipal falar com qualquer vereador para tentar aprovar esse projeto. Nem o que mandou e-mail solicitando a criação do PL. Se não tem ninguém a favor, não há nenhuma razão pra esse projeto ser aprovado.

Não é nenhuma ameaça, nem pedido para que façam lobby, até porque não tenho mais nenhuma esperança que isso aconteça, é apenas uma constatação óbvia pelo andar da carruagem: O projeto que obriga as casas noturnas a repassar todo o couvert artístico para o músico será arquivado.

Depois não adianta chorar, dizer que os políticos não trabalham, que o poder público não dá importância pra cultura, e ficar numa de "ai de mim".
Parte da culpa é de vocês, músicos, que quando tem a oportunidade de fazer alguma coisa, se calam.
Tem mais é que ficar ganhando 50% da porta, e pagar R$70 reais por hora pra um estúdio enquanto podiam pagar R$100 por ano pro mesmo fim.

Eu to largando de mão dessa questão do PL do couvert, até porque daqui a pouco não terá mais PL, já que ele será arquivado. E a campanha do selo de responsabilidade social não terá mais sentido se não houver projeto.


E os músicos cantam: "Ai ai, meu deus! Tenha pena de mim. Todos vivem muito bem, só eu que vivo assim. Trabalho e não tenho nada, não saio do miserê. Ai ai, meu deus! Isso é pra lá de sofrer" (Babaú / Cyro de Souza)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Gravação do DVD de Izabela Soares

Recebo mais um convite do Luiz Sebastião. Dessa vez para gravação do DVD dessa moça.


Olá Amigos.
É com muito orgulho que divulgo à todos vocês, a gravação do DVD de Izabela Soares.
Izabela vai interpretar 12 músicas dos compositores florianópolitanos Luiz Texeira (Siri-Patola) e Amaro da Costa (Gente da Terra). O DVD terá circulação nacional e internacional, uma vez que Izabela mora e atua no meio musical de Paris na França. Por isso contamos com a participação ativa dos amantes da boa música e dos companheiros de profissão.
O projeto ainda conta com a participação dos seguintes músicos ilhéus:
Marco Aurélio (trombone)
Alexandre da Maria (percussão)
Neno Moura (bateria)
Rafa do Amaro (percussão)
Dú Seara (percussão)
Thiago Larroyd (cavaco e bandolim)
Nilinho (Baixo)
Luiz Sebastião (violão, arranjos e direção musical)
Sendo assim espero que todos vocês compareçam.


Serviço:
DVD IZABELA SOARES
local: Célula Cultural - João Paulo
data: 24 de maio
horário: 22h
Convite antecipado à R$ 10,00
Convite no dia do evento à R$ 15,00
Convintes e maiores informações com Luiz Sebastião (9928 9838 ou 3238 9613)
Muito Obrigado
Luiz Sebastião

terça-feira, 19 de maio de 2009

Greve de ônibus

Solidariedade humana. Ah! A solidariedade humana.
Convivemos em sociedade. Deveríamos, portanto, ser sociáveis.

No entanto, durante 1 hora em que eu estive na rua Santos Saraiva, em Capoeiras, ninguém parou pra me dar carona até o Centro. E passaram bastante carros. Nenhum deles com a capacidade máxima ocupada. A maioria com apenas 1 pessoa dentro, o próprio motorista. A maioria, e eu duvido que eu me engane nisso, estava indo para o Centro.
E SERÁ POSSÍVEL QUE NINGUÉM PODE PARAR E ME DAR UMA PORRA DE UMA CARONA???


Por isso que o povo continua cantando: "Foi em Diamantina, onde naisceu JK, que a Princesa Leopoldina arresolveu se casá..." (Sério Porto)

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Noite de samba com Izabela Soares


Recebo informação de Luiz Sebastião, o violonista de 7 cordas, sobre esse show.
Confesse que não a conheço, mas o Luiz disse que é muito bom e que vale a pena!

Eu confio no Luiz e tá lançado o convite!

As informações estão todas na imagem.

Greve de ônibus terça-feira às 9h

Chegando no centro hoje, o motorista e o cobrador disseram pro pessoal que estava dentro do ônibus que na terça-feira, a partir das 9h, começará a greve.

Alguém me dá carona???
Por volta das 11h30 de terça-feira estarei na Santos Saraiva, em frente a Distribuidora de Bebidas ADL, que fica perto do INSS da Ivo Silveira.

Show do Wagner Segura dia 22

Recebo a informação de Cláudio Caldas, gente boa e aluno do Wagner, sobre o show do professor.

O texto é pronto, não é meu, e pode ser visto em tudo que é blog que recebeu o mesmo texto.


Num show batizado de Pulsação, onde o choro é a atração principal, o violonista Wagner Segura vai interpretar alguns clássicos da música brasileira, além de composições próprias e de outros autores catarinenses. O show faz parte do Projeto Arte Comercial, que tem por objetivo promover uma maior aproximação entre lojistas e seu público através de uma manifestação artística de qualidade.

Para este show, Wagner conta com duas participações muito especiais. Uma já consagrada nos meios musicais, o violonista Luiz Meira, que já tocou com vários artistas brasileiros e há muitos anos acompanha Gal Costa em suas apresentações. A outra consolida seus passos pelos caminhos da música, Julie Philippe, cantora, já foi solista do coral da UFSC, do espetáculo Vozes da Primavera e recentemente apresentou shows em homenagem aos 50 anos da Bossa Nova. Alguns integrantes do Centro Cultural Kirinus também farão participação especial.

No palco estarão ainda músicos de alta qualidade: Bernardo Sens (flauta), Rafael Calegari (contrabaixo), Fernanda Silveira (cavaquinho), Rogério Piva e Eduardo Boabaid (bandolim), Carlos Augusto Vieira (violino), Dôga, Fabrício Gonçalves e Alexandre da Maria (percussão). Alguns alunos do Centro Musical Wagner Segura também estarão no show: Vinicius Buch, Pedro, Isaac, Antonella, Sofia de Brito Cícero Dutra, Vitor Caminha, Leonardo Collaço, Bruno Brasil, Sofia Araújo e Marcos Paulo.

Há mais de 25 anos na estrada, o catarinense Wagner Segura tem participado de alguns dos mais importantes eventos musicais de nossa terra. Mantém o Centro Musical Wagner Segura, onde já transmitiu seus conhecimentos para mais de mil alunos.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Estúdio de gravação

Foto: Artur de Bem

Criei uma enquete no blog.
Quem tiver interesse, favor responder.

Caso queira expressar alguma outra idéia, mande um e-mail pra mim: arturdbem@gmail.com

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Que Barra!


Eduardo Moore (Tiriba), Fernando Garoto, Álvaro Fausane (pescador...), Iara Germer, Derik Bellardi, Moreno. Foto: Divulgação (quando a gente não sabe quem bateu a foto, é Divulgação).

O samba na Barra da Lagoa é muito bom! Isso eu já disse.

O samba na Barra da Lagoa começa às 22h, todo sábado, no Vigia do Casqueiro, lá na Prainha da Barra! Isso eu já disse.
O samba na Barra é R$6 pra quem entrar até às 23h. Depois é R$8. Isso eu já disse.
Então eu já disse tudo!

O que eu não disse ainda é que o Vigia do Casqueiro é um dos bares que repassa o couvert todo pro músico. Então pra ele, o Selo de Responsabilidade Social!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Escola de Samba

"O sambista não precisa ser membro da academia. Ao ser natural em sua poesia o povo lhe faz imortal" (Candeia)
"Batuque é um privilégio. Ninguém aprende samba no colégio" (Noel Rosa)

No primeiro exemplo Candeia se refere à Academia Brasileira de Letras, mas eu usei para o ambiente acadêmico (faculdade). No segundo, Noel já é mais específico.

Dizem que o ambiente acadêmico só reconhece autores que foram formados pela academia, ou aqueles que não passaram pela academia, mas que tem "notório saber" sobre o assunto. 
É... não existe escola de samba. Então como dizer que alguém é sambista e outra pessoa não? Como provar?
Será que Candeia e Noel Rosa tem esse "notório saber"?

O Samba é reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil. Isso faz dos sambistas o que? Guardiões desse patrimônio? Pessoas de "notório saber"? Ganham dinheiro com isso? Mas de novo surge a pergunta: quem seriam esses guardiões de "notório saber"?

O sambista tem, por um dos princípios, ser fiel às suas origens.
Nelson Sargento (pessoa de notório saber?), em entrevista a Grande Othello (pessoa de notório saber?), reconhece que não se pode exigir de um sambista(?) de hoje que se faça o mesmo samba que ele fazia na década de 40, 50, 60. É do instinto da pessoa de criar algo novo. Mas não se pode esquecer do passado. Há de se respeitar. O resto é gosto. Mas muita gente peca: esquecem o passado. Aí é que muitos sambistas (de notório saber?) não reconhecem essas novas pessoas como sambistas. E se os sambistas não reconhecem um sujeito como sambista, o que fazer? Sugestão: adotar outro estilo musical e nunca mais tocar samba, até que estude e aprenda samba.
Waldir Azevedo (pessoa de notório saber?) peitou uma banca de chorões formado por pessoas como Jacob do Bandolim (pessoas de notório saber?) ao apresentar "Brasileirinho". Foi rejeitado mas gravou assim mesmo como sendo choro. Agora pergunta pra qualquer chorão que se preze (de notório saber?) se "Brasileirinho" é choro ou fox-trote.

Arlindo Cruz (pessoa de notório saber?), junto com Acyr Marques e Chiquinho, fez um baita de um samba. Segue a letra:
"Mil perdões pelo meu senso de criticar, mas existo e logo penso, e pensando vou falar aos novos compositores, promissores empolgados, reconheço alguns valores realmente inspirados. Mas tem gente forçando barra, gente querendo inventar, fazendo samba na marra, sem ligar pra criação. Dessa gente eu gostaria de atenção, pois nessa terra de ninguém o samba se mantém porque mantém a tradição. Estou querendo criticar pra construir. Pra não deixar quem é do contra criticar. Para acabar com os argumentos de quem diz que o samba não frutificou, só tem raiz. Vamos escrever ouvindo a voz do coração, deixar fluir a verdadeira inspiração. E, assim, novamente criar para continuar o que nos ensinou velhos bambas.  Só assim, sem ter o que falar, eles vão se curvar, vão tocar e cantar novos sambas."

Nessa música o Arlindo, o Acyr e o Chiquinho mataram a pau. Pena que hoje eles fazem o contrário do que eles mesmo disseram. Quer exemplo? "Só no sapatinho, ô ô" (Arlindo Cruz)

Sambista de "notório saber" nenhum no mundo iria fazer samba comercial.
Os sambistas antigos faziam samba e vendiam? Faziam! Faziam samba para ser vendido? Não. Percebem a diferença? O samba não é comercial. Não faz parte da sua essência.
Não falo isso por falar. Digo com a propriedade de quem estuda isso há 9 anos (muito? pouco? foi intenso? foi fraco?).
Infelizmente não convivi com Candeia, por exemplo, que é o maior exemplo que eu posso dar, pra transmitir, palavra por palavra, sua mensagem. Mas do que eu estudei dele, sei que ele pensava isso. Quem estudou Candeia, sabe que eu estou certo. E quem não estudou Candeia não pode se dizer sambista. Sambista preza pela sua raiz, sua origem. É necessário estudar, conhecer o que existe no meio. Não só a música, mas o sambista. E nisso é que muita gente peca, de novo: ouve um samba, decora a letra e diz que conhece.

Existe sambista novo, afinal? Vários! Sambista não é só quem já morreu, ou só quem toca música da década de 30. Sambas novos também são bons. Muito mais raros de se encontrar, porque muita gente deturpa o samba, assim como deturparam o pagode na década de 80.

Um outro detalhe importante é a questão de gosto. Eu não gosto muito dos sambas do estilo Cacique de Ramos, mas ainda considero samba. Tem alguns desse estilo bons? Tem! Assim como também acho alguns sambas antigos ruins. Quase que na mesma proporção.
O que não se pode fazer é cantar "Falsa bahiana" com banjo. Cada macaco no seu galho. Assim como se cantar "Insensato destino" com bandolim também deve ficar ruim. E muita gente hoje grava sambas antigos com instrumentos novos, levada nova... tudo errado. Descaracteriza o samba. Descaracteriza o sambista. Vai tocar samba novo ou samba antigo? Misturar não dá!

Por isso que eu sou chato. Não gosto de ninguém. Se é pra fazer, faz direito!

É impossível explicar em texto o que é um sambista.
O objetivo maior é levantar essa discussão sobre quem é sambista. Não é um item apenas. É muito complexo.

Só o que eu queria saber é quem considera os de "notório saber" como tendo "notório saber"? A academia?

"Ah, Artur! Estais dizendo tudo isso hoje. Assim é fácil. Mas um dia, no começo disso tudo, quando não havia samba, alguém resolveu dizer que fazia samba. Quem me garante que o que ele fazia era realmente samba? Tinha alguém pra aprovar ou recusar? Quem regulamentava isso? Já começa por aí." Perguntou minha consciência.
Respondi pra mim mesmo: Alguém reclamou pra si a titularidade do samba? Que eu saiba não. O que aconteceu uma vez foi uma "briga" entre Donga, que dizia que a música de Ismael Silva não era samba, era marcha, e Ismael Silva, que dizia que a música de Donga não era samba, era maxixe. Algum dos dois tem "notório saber"? Lembrando que Donga foi considerado (por quem? pessoas de "notório saber"?) o autor do primeiro samba gravado no Brasil (embora alguns pesquisadores, formados pela academia, questionem) e Ismael Silva é o criador das Escolas de Samba (inquestionável, até então).
Então Ismael esqueceu suas origens ao criar coisa nova (do instinto, como dizia Nelson Sargento)? Acho que não. Acho que ele criou algo novo dentro da linguagem do samba. Acho até que eles frequentavam vários mesmos lugares. Acho que até cantavam os mesmos sambas. Então a discussão pode ter sido intriga pessoal? Ou quem sabe os dois estavam certos? Quem sabe Donga não teria feito um maxixe, e Ismael uma marcha?
Pixinguinha (pessoa de notório saber?) dizia que samba pra ele é de antes de Donga.
Se ninguém discordar desses 3, então os 3 estão certos. Certo?

Minha consciência conclui: o samba, então, sobre mutações. E me pergunta de novo: "Então o samba atual é samba! Se pra cada época um dizia que samba era uma coisa diferente. Hoje samba é com banjo e repique! O que havia antes era outra coisa."
Me respondo: Não. Samba não tem época. Complete a frase: "Meu coração, não sei porque, ......." (Pixinguinha e João de Barro). Isso é música da década de 30. Todo mundo conhece. Pode errar uma palavra aqui, ali, errar um pedaço da melodia, mas todo mundo canta. Detalhe: é um samba-choro.
Quem classifica isso tudo? Pessoas de "notório saber"?
O samba, pelo fato de ter repique e banjo, não deixa de ser samba. Pode ser ruim, mas pode ser samba. Só não pode ser apelativo, como disse antes.

Nos fins do século XIX, início do XX, o samba estava surgindo. Então ele passou, claro, por um processo até tomar forma de samba, que tem uma roupagem mais próxima de Ismael do que de Donga. O samba(?) da Bahia, por exemplo, antes de ir pro Rio e tomar a forma de hoje, era muito diferente do samba de Donga. Pra não negar nossas origens, os sambistas hoje cantam as músicas de Xisto Bahia (antes de Donga), que na verdade fazia muito lundu, de Pixinguinha, que na verdade era chorão, mas sabia fazer samba, de Donga, que também era chorão e fazia muitos sambas amaxixados, e de Ismael.

Confuso? Não ajudou em nada? Eu disse que era complexo.

E pra título de curiosidade de alguns: minha escola de samba foi a rua. E meus professores estão por aí. E antes de ir para a escola eu estudei muito. Aí aprendi que tudo que eu tinha estudado estava errado. Depois aprendi que nem tudo. Formei opinião própria, que pode ser alterada, porque estou sempre estudando, estou sempre aprendendo, e só não muda de opinião quem não raciocina.


E hoje o povo canta as músicas do começo do texto.

domingo, 3 de maio de 2009

Considerações acerca do Dia Nacional do Choro

Choro antigo, choro moderno, choro cantado, choro de rodo (isso não é uma classificação, é uma expressão).

A comemoração do Dia Nacional do Choro, realizada neste sábado no Mercado Público, foi "bem legal", como diria Luiz Sebastião.


Trio Sonoro. Só conhecia 1/3 dos integrantes. Muito bom! Foto: Artur de Bem


Ginga do Mané. Um dos pontos altos do evento. Foto: Artur de Bem


Parte do público. O resto não foi enquadrado ou era o público itinerante. Foto: Artur de Bem


Descontração do final. Foto: Artur de Bem


Vereador Márcio de Souza, principal apoiador do evento; eu, assessor do vereador, divulgador e assessor geral do evento; Luiz Sebastião, o cabeça de tudo e diretor musical. Foto: Nilza Girolla

sábado, 2 de maio de 2009

Novo estúdio para ensaios


Márcio Pimenta, do estúdio Pimenta do Reino, manda avisar que está inaugurando um novo estúdio, só para ensaios, além do estúdio de gravação que ele já possui.

A inauguração será dia 4 de maio, segunda, às 14h, ali no Córrego Grande, Rua Walter de Bona Castelan, 93 (mapa abaixo).
A entrada é gratuita e ele pede pra confirmar presença pelo e-mail estudiopimenta@terra.com.br.
O estúdio Pimenta do Reino já gravou dezenas de cds de samba e choro de Florianópolis.
Conversei com o Pimenta esses dias e ele se demonstrou um grande entusiasta e apoiador desses gêneros. Merece meu apoio.