domingo, 30 de novembro de 2008

Assessibilidade

Essas "calçadas para cegos", popularmente conhecidas como "pisos guia", não estão ali para bonito. Elas têm uma função. Mas, por estarem empregadas de forma errada, acabam ficando para bonito. Ou para feio.
Alguém já tentou andar com os olhos fechados nas calçadas que possuem os pisos guia?

É impossível.


Há uma norma (NBR 9050/2004) e um decreto (5296/2004) que regulamenta as leis 1048 e 1098, ambas de 2000, que podem ser consultados no Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis - Ipuf, no setor de Assessibilidade, que instruem como devem ser construídos os pisos guia, com detalhes de ângulo, metragem, etc.

Mesmo com tudo isso, já é sabido, até de olhos fechados, que as calçadas que ainda estão sendo instaladas em Florianópolis NÃO ESTÃO ADEQÜADADAS AOS CEGOS. Ou idosos, ou míopes, ou qualquer outra pessoa que precise desse auxílio.


Modelo certo:
Piso guia

Este modelo indica que pode transitar.

Piso alerta

Este modelo indica atenção, pois há algum obstáculo na frente: poste, orelhão, nível, curva, etc. Em caso de orelhão ou poste, o piso deve ser instalado ao redor do obstáculo. E não basta ao redor do poste que é fincado no chão. Nos casos de orelhões, tem que ser instalado ao redor da área que a proteção abrange, caso contrário o cego baterá com a cabeça no molde.


Modelo errado:

Isso é uma mistura de "ande com atenção".

É visível, não?


O que eu não entendo é que as empresas que fabricam essas placas ainda continuam fabricando, mesmo sabendo que estão erradas.

O setor de assessibilidade do Ipuf informa que já encaminhou ofícios para as empresas fabricantes, mas essas placas erradas foram fabricadas em gigantesca escala, antes da norma e decreto de 2004, e as empresas não estão com muita vontade de jogar as placas fora, por isso implanta nas nossas calçadas
a torto e a direito, como diria minha mãe.

Se um dia você for implantar este piso guia em sua calçada, pense nisso.

O pior cego é aquele que não quer ver!!


E o povo continua cantando: "Foi em Diamantina, onde naisceu JK, que a Princesa Leopoldina arresolveu se casá..." (Sérgio Porto)

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Dia Nacional do Samba de 2008 em Florianópolis


Dia Nacional do Samba no Mercado Público, 2007. Foto: Jair

Mesmo com as trágicas notícias que surgem das águas do estado, trago boas novas anunciando o Dia Nacional do Samba.
No local do evento haverá um espaço para receber alimentos e roupas para os atingidos pelas enchentes.


No dia 02 de dezembro, comemoramos o Dia Nacional do Samba, homenageando uma das maiores expressões da cultura nacional. O Mandato do vereador Márcio de Souza e a Galeria da Velha Guarda da Protegidos organizam a 5ª edição do evento comemorativo ao Dia Nacional do Samba, no Clube 12 de Setembro, em Capoeiras, a partir das 19h.


Exibir mapa ampliado


Em solidariedade aos atingidos pela enchente, no local haverá um posto para recebimento de alimentos não perecíveis e/ou agasalhos.
O show principal será com cantores locais (Maria Helena, Jeisson Dias, Vlademir Rosa, Sabaráh, Neném Maravilha, Wânia Farias, Camélia, Iara Germer, Juju, Paulinho Carioca, Jandira, Júlia e Léia Farias). Haverá também participação dos intérpretes das escolas de samba (União da Ilha da Magia, Copa Lord, Protegidos, Coloninha e Consulado) e encerramento com as Velhas Guardas das Escolas.

O repertório deste ano será baseado em sambas locais, sambas de Cartola (em homenagem aos 100 anos de nascimento) e de Luiz Carlos da Vila (falecido este ano).

O Dia Nacional do Samba é comemorado em todo Brasil, a partir de uma proposição de um vereador de Salvador, Luis Monteiro da Costa, em homenagem a Ary Barroso, que visitou a Bahia pela primeira vez em 2 de dezembro, depois de ter composto a música "Na baixa do sapateiro", que enaltece o estado nordestino. A partir de então, a comemoração da data foi se espalhando por todo o país.

sábado, 22 de novembro de 2008

22 de novembro - Dia do Músico

O presidente da Ordem dos Músicos, Machadinho, encaminha uma singela mensagem aos músicos pelo Dia do Músico, 22 de novembro.


PARABENIZO O COLEGA PELO DIA DO MÚSICO 22 DE NOVEMBRO DE 2008, DIA DE SANTA CECÍLIA. VOU CONTINUAR MINHA LUTA, PARA QUE NO PRÓXIMO ANO, TENHAMOS MUITO O QUE COMEMORAR.
 
UM ABRAÇO,
 
MACHADINHO
PRESIDENTE

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Floripa imita Rio de Janeiro

Florianópolis tem a estranha mania de copiar tudo que vem de fora. Do Rio de Janeiro principalmente. Beiramar, morros, praias, lagoa, carnaval, samba, etc. Até as coisas erradas.

No quesito carnaval, está praticamente igual. Até os sambas são iguais. Cariocas.

Imaginem-se visitando o Rio de Janeiro e ver em cartaz no Canecão a peça: Dona Bilica. Vocês iriam?
Eu não. Primeiro: Já vi, a vejo quase sempre no Jornal do Almoço, posso vê-la com frequência na Felipe Schmidt, e ela imita uma florianopolitana, mané. Ir ao Rio de Janeiro para ver uma manezinha não vale a pena.
Assim é aqui em Florianópolis. O carioca não vem para cá para ver samba carioca. Se fosse pra isso, ficaria no Rio. Paulista não vem pra cá pra ver samba carioca. Se fosse, iria pro Rio. O pessoal vem pra cá, e os daqui permanecem, para ver sambas manés.

Carro alegórico usado pelas das escolas de samba é outro item que Floripa copia do Rio. Assim como no Rio, Floripa está importando os carros lá do Amazonas, com o pessoal de Parintins.
Não seria mais barato importar da Faculdade de Engenharia da UFSC?

O mundo inteiro premia o Departamento de Engenharia da UFSC, mas acho que as escolas de samba daqui só vão contratar o pessoal da UFSC quando as escolas do Rio fizerem primeiro.
É uma dependência tamanha. As escolas de samba daqui não sabem pensar por conta própria?


Duas coisas Florianópolis não copia do Rio: o Rio não importa samba e dá moral pra quem é da própria terra.

Claro que isso é só mais um comentário vazio, porque não vai dar em nada.


E o povo canta: "Esse jongo é meu, esse jongo é meu. Esse jongo é meu, quem mandou você entrar?" (Osvaldinho da Cuíca)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Rancho do Neco visita Armazém Vieira

Peguei esta informação no blog do Mercado Público. E não é a primeira vez que eu vejo isso aqui em Floripa. Título no estilo Agenda Samba-Choro.
Nei Lopes já brincou com isso2 vezes, com o título de "O samba recebendo". Procurem nestes links, já que não há link para uma postagem específica no blog dele, somente para um período.

Além do título ser legal, a idéia é muito boa! Sambas freqüentando, prestigiando outros sambas.
Isso poderia se tornar uma constante na cidade.
Imaginem a infinita possibilidade de eventos que poderiam ser feitos. Quanto intercâmbio cultural, quanta troca de experiência!!

Ex.:
- Kanttum visita De Raiz
- Praça 11 recebe Rancho Beiramar
- Varandas visita Bar do Tião
- Confraria Chopp da Ilha recebe Jinga Bar
- Café dos Araçás visita Coloninha
(a troca de "visita" para "recebe" é indiferente... só muda o ponto de vista... até poderia ser padronizado sempre para "recebe")

Claro que meus exemplos não cabem muito, já que em algumas das casas citadas não há uma banda fixa, mas a idéia é muito boa!!


E o povo canta: "Eu não vou na sua casa porque tem muita ladeira. Seu cachorro é muito bravo. Sua mulher é faladeira" (Candeia / Alvarenga)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Nação Balanço recebe Um Bom Partido

E viva a Agenda Samba-Choro, pioneira neste tipo de título!!!



O grupo Um Bom Partido estará no Drakkar, centrinho da Lagoa, esta sexta-feira, 21, às 22h, visitando o Nação Balanço.

A entrada é de R$10 e mulheres que entrarem até às 23h não pagam.


Nação Balanço é um encontro de culturas, cores e ritmos brasileiros e afro-americanos. No projeto, idealizado pelo DJ Marcelo Pimenta, o samba-rock encontra o maracatu, o soul, o funk'70, o reggae, o samba, o hip-hop latino e a blaxploitation.

O Nação Balanço tem uma proposta de mesclar a música dos anos 60 e 70 às sonoridades contemporâneas que bebem desta fonte. Marcelo Pimenta é o mestre de cerimônias da festa.

A cada edição recebe convidados de diferentes estilos, o que aumenta ainda mais a diversidade dessa festa que já é endereço certo pra quem busca música de qualidade, alto astral e muita gente bonita.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Variedades - DC

Alguém pode me explicar porque o caderno Variedades do Diário Catarinense está sempre escondido?
Ele fica dentro do caderno Vestibular, ou Kazuka, ou qualquer outro, que, por sua vez, fica dentro do Classificados, ou GuiaTV, ou qualquer outro.

Não que este caderno seja exemplo de cultura, mas é o lugar onde mais ou menos se concentra as matérias de música, teatro, exposições, etc.

É a cultura escondida do povo.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Confraternização do Samba



O grupo Um Bom Partido está se preparando para ir ao Rio de Janeiro, no encontro das Velhas Guardas.
Para isso, organiza uma grande festa no dia 16 de novembrodomingo, no Kanttum.

A festa começa mais cedo, às 17h, com participações das Velhas Guardas de Florianópolis (Coloninha, Consulado, Copa Lord e Protegidos), Denise de Castro, Maria Helena, Jeisson Dias, Marçal do Samba, Poeta Cesar Felix, Vlademir Rosa, o grupo de choro Ginga do Mané, e participações de outras cidades: Marcão, de Balneário Camboriú, a Confraria do Samba, de Blumenau, e Jorginho do Império, do Rio de Janeiro.
Às 20h o grupo Um Bom Partido sobe ao palco.

Apesar de tantas canjas, a entrada é de apenas R$5 para quem entrar até às 19h. Após, a entrada será de R$10. Desta vez não haverá desconto para quem possui a carteirinha do grupo.

Mais informações pelo telefone 9991-3218, com Carlos Raulino.


Mais agenda do grupo Um Bom Partido:
Todo domingo, às 20h30, no Kanttum, cabeceira da ponte no lado continental;
Todas às quintas-feiras, às 21h, Jandira se apresenta no Bar Varandas, na Lagoa, com o show A Fina Flor do Samba;

Dia 19 de novembro, às 21h, no Largo da Alfândega, em comemoração ao Dia da Consciência Negra, acompanhando Jorginho do Império;

Dia 21 de novembro, às 22h, no Drakkar, Centrinho da Lagoa, com Marcelo Pimenta;

Dia 2 de dezembro, Dia Nacional do Samba, às 12h, no Terminal Integrado do Centro - TICEN;

Dia 12 de dezembro, no Jinga Bar, na Lagoa.

domingo, 9 de novembro de 2008

De Artur de Bem para Paulinho da Viola

Querido Paulinho,

infelizmente não pude ir ao seu show aqui em Florianópolis, dia 7, na UFSC. Os ingressos haviam se acabado.

Quando eu soube que irias fazer um show na minha cidade, tratei de divulgar a informação. Mandei e-mail para a minha rede, relativamente boa, coloquei a notícia em meu blog, relativamente bem lido na cidade, e no site Agenda Samba-Choro, do Paulo Eduardo Neves, que deves conhecer, o maior site de informações de samba do país, do qual eu tenho acesso.
Fui buscar informações sobre o ingresso. Depois de 14 ligações para a UFSC, em uns 4 dias, soube que iriam começar a vender no dia 3, mesma semana do show. Como a minha mãe é professora da UFSC, pedi para ela ir comprar os ingressos. Para nossa surpresa, no mesmo dia em que começaram a vender, já haviam se esgotado (acabaram em 4 horas).

Começou o meu desespero. Liguei para a IMK, empresa que fez o anúncio, para a superintendência do Banco do Brasil, patrocinadora do show, e para a sua produção. Infelizmente não obtive sucesso.

O que me deixa triste é que o pessoal que foi ao seu show não gosta de samba. Se gostasse, também teria lotado o show do Monarco, no mesmo lugar. Mas no show do Monarco havia metade do público. Se gostasse, iria ver os shows de samba que ocorrem todos os dias da semana em Florianópolis, com uma qualidade elogiada por músicos cariocas e paulistas.
O pessoal que foi ver teu show não conhece 1/10 do que eu conheço de ti. Sendo que o que eu conheço de ti não deve chegar a 1/10 do todo.
O pessoal que foi ver teu show deve ter cantado somente Foi um rio que passou em minha vida. E nem deve ter cantado o samba completo.
O público que foi ver o teu show não tem nem idéia de quem seja Cristina Buarque, Celsinho Silva ou o sobrenome Rabello.
O público que foi ver o seu show pensa que Casquinha é apenas aquela parte crocante do sorvete. Que Chatim é o diminutivo de chato, no sotaque florianopolitano. Que Candeia é um trecho do samba que o Zeca Pagodinho canta. Que Bide é aquela peça de banheiro. Que Padeirinho é apenas aquele que faz pão. Que Zé com Fome é nome de mendigo ou de exu. Que Xangô da Mangueira é algum orixá carioca. Que Cartola só compos As rosas não falam. Que Pixinguinha só compos Carinhoso. E que Paulo da Portela será o novo puxador da escola em 2009.

Vários sambistas e chorões de nossa cidade não puderam ir ao teu show. Várias pessoas que entendem de samba não puderam ir ao teu show. Aquele que, muito provavelmente, foi o responsável por avisar mais da metade de quem foi ao teu show, eu, não pode ir ao teu show.
Agora eu mais ou menos sinto na pele o porque de Candeia ter fundado a Quilombo.

Quando eu começei a gostar e entender de samba, o que me deixava frustrado era o fato de que eu nunca iria conhecer os sambistas do Rio e São Paulo. Com sorte já consegui conversar com Monarco, 2 vezes, com Luiz Carlos da Vila, e outros sambistas, que não são da linhagem antiga.

Tu esteves em minha cidade e não pudemos nos encontrar.
Sabe-se lá quando haverá outra oportunidade.
Quem sabe um dia.
Até mais.


De seu fã,

Artur de Bem


-- 
Felicidades, um forte abraço e um grande beijo.

Artur de Bem
http://arturdebem.blogspot.com

E o povo continua cantando: "Foi em Diamantina / Onde nasceu JK / Que a Princesa Leopoldina / Arresolveu se casá..." (Sérgio Porto)

sábado, 8 de novembro de 2008

E dá-le choro



Está tudo no folder.
Só posso acrescentar que é muito bom e que vale a pena!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Oficina de pandeiro amanhã

Celsinho Silva, um dos maiores pandeiristas do Brasil, integrante da banda de Paulinho da Viola, filho de Jorginho do Pandeiro e sobrinho de Dino 7 Cordas, fará uma oficina de pandeiro no Baiacu de Alguém, em Santo Antônio, amanhã, dia 8 de novembro, das 13h30 às 16h30.
Às 16h30 tem início uma oficina de Prática em Conjunto, com Mário Sève, também integrante do banda que acompanha Paulinho da Viola.

As inscrições podem ser feitas com Gabriela Flor (8405-4128), ou com Fabrício (9934-4540). Investimento: R$30 para uma oficina, R$50 para as duas.

Celsinho Silva, Jorginho do Pandeiro e Dino 7 Cordas, são alguns dos músicos que participam (no caso do Dino, participava) de qualquer bom disco de samba ou choro. São músicos que têm o respeito e confiança de todos os sambistas e chorões do país.


E hoje é dia de ver Paulinho da Viola na UFSC, a partir das 21h.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Paulinho da Viola em Florianópolis amanhã

Paulinho da Viola fará um show na UFSC, amanhã, às 21h.

Os ingressos acabaram no primeiro dia de vendas.

Paulinho trás a banda completa (o que é muito importante):
Beatriz Rabello - coroLink
Cristina Buarque - coro
Muiza Adnet - coro
Celsinho Silva - percussão
Marcos Esguleba - percussão
Hercules Nunes - bateria
Cristóvão Bastos - piano
Dininho Silva - baixo
João Rabello - violão
Mário Sève - sopros
Eu ia colocar os mais importantes em negrito, pra ressaltar, mas, se todos ficarem em negrito, nenhum ficaria ressaltado.


E depois de amanhã tem oficina de pandeiro com Celsinho Silva e oficina de choro com Mário Sève,
no Baiacu de Alguém, Santo Antônio de Lisboa.
Mais informações:
Gabriela - 8405-4128 ou Fabrício - 9934-4540.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Celinho da Copa Lord homenageia meu blog

Eu conheci Celinho da Copa Lord apenas como Celinho. Faz tempo.
Eu nem sabia quem eu era e ele já era Celinho da Copa Lord.

Quando começei a gostar de samba, em conversa com amigos, o nome do Celinho surgiu. Disse que o conhecia e o pessoal ficou espantado. "Tu conheces o Celinho da Copa Lord??? Altos compositor!!"
Eu não fazia nem idéia de quem ele era. Pra mim era só um amigo da mãe.
Mais tarde eu reconheci Celinho da Copa Lord.

Hoje ele me manda um e-mail com essa letra.
Acho que é a primeira homenagem que meu blog recebe.

Obrigado, professor!!


Seu jornalista o sambista de fato
(Celinho da Copa Lord)

Seu jornalista o sambista de fato
Montou barato bastante legal
Tá querendo saber faça logo contato
Acessando o blog Cantinho do Nermal

Lá se encontra tudo de samba
De choro ao partido raiz até de umbanda
É esse malandro é linha de frente
Um cobra criada mantendo a corrente
Realmente esse cabra é bamba

Ele tá sempre na luta por nossos direitos
Valorizando os nossos conceitos
Muita luz o malandro emana
Por isso a gente segue a linha do trem
Com nosso compadre Artur de Bem
De bem com o samba

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Contratação de músico



Quando vou contratar um médico, a primeira coisa que pedirei é o diploma da academia. Depois peço a carteira do Conselho Regional de Medicina (Cremesc).
Quando vou contratar um advogado, também peço o diploma. Depois peço a carteira da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Pra um músico não deveria ser muito diferente. Peço o diploma da academia. Se não tiver, tudo bem. Peço a carteira da
Ordem dos Músicos do Brasil (OMB). Se não tiver, “sinto muito, mas no meu estabelecimento não vais tocar.”
O que ocorre hoje é que a academia não obriga o formando a fazer o teste na OMB e o estabelecimento não obriga o músico a ter carteira da OMB.

Seguindo a contratação.
Vou fechar um contrato com um médico: Papel, letras, uma linha no final para a assinatura. Lá estão especificados o tempo de serviço (8 horas por dia, por exemplo), o período (4 anos, por exemplo), salário, multas contratuais, etc. Tudo que um contrato de trabalho tem direito.
Vou fechar um contrato com um advogado: Papel, letras, uma linha no final para a assinatura. Lá estão, de novo, especificados o tempo de serviço, o período, salário, multas contratuais, etc. Tudo que um contrato de trabalho tem direito.
Vou fechar um contrato com um músico: “Ó! Te dou 300 reais por essa noite. Com público ou sem público, 300 reais são teus e a porta é minha!”
A casa vai pagar um profissional de divulgação, com contrato, provavelmente o mesmo do médico ou advogado, para divulgar aos quatro cantos que na casa dele, naquele dia, haverá música.
Ou
“Ó! Não te pago nada, mas o que entrar do
couvert artístico é teu. E dentro desse teu, 10% são meus!”
O músico vai se desdobrar pra fazer cartaz, mandar e-mails pros amigos, pra ir lá dar apoio, e ajudar a fazer com que o músico receba. Ainda sim, por convidar muitos amigos, ainda dá um desconto, ou libera a entrada.
De ambas as formas, haverá gente no estabelecimento, serão vendidas bebidas e comidas, e a casa vai estar conhecida. Publicidade de graça.

É justo? É muito justo? É justíssimo?


PS.: Sobre o contrato de músico, existe, realmente. Procure a
OMB, ou a Delegacia Regional do Trabalho (DRT), pois há uma regulamentação sobre isso. Decretos, Leis, Portarias, etc.
Não sou eu, aspirante a jornalista, não-advogado e não-músico, quem vai procurar. Vamos e venhamos.


PS2.: Sobre o couvert artístico, há, na Câmara Municipal de Florianópolis, um projeto de lei (12.767/2008) que institui o repasse integral do couvert artístico para o músico. O projeto, de autoria do vereador Márcio de Souza, foi, pela 3ª vez, devolvido ao autor pelo vereador Gean Loureiro que reluta, por algum motivo, para concluir o parecer. Acompanhe a tramitação clicando aqui.


E o povo canta: "Aquela grana que você me deve, deve, faz de conta que não deve, não precisa pagar" (Bucy Moreira)

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Conselho de Cultura amanhã

Amanhã, terça-feira, às 14h, na Câmara Municipal, será realizada audiência pública para finalizar as alterações da lei do Conselho Municipal de Cultura de Florianópolis.
Estamos nos últimos passos para colocar em prática este Conselho.

De novo: TODOS estão convidados!

O pessoal que participou das reuniões queria terminar tudo ainda este ano.
Tomara que eles consigam!

domingo, 2 de novembro de 2008

Choro na Lagoa - músico não paga

E dá-le choro!



Toda terça-feira o grupo Ginga do Mané se apresenta no Varandas, na Lagoa da Conceição, às 21h.

A entrada é de R$5 e quem for músico, chorão, quiser dar uma canja, não paga o couvert.
Faz sentido. Faz muito sentido!!! Mas aqui em Florianópolis é necessário anunciar este fato.

E lá vai a trupe: Raphael Galcer no 7 cordas, Bernardo Sens na flauta, Thiago Larroyd no bandolim, Fernanda da Silveira no cavaco e Fabrício no pandeiro.

Mais informações: (48) 9933-3353


E o povo canta: "O tico-tico tá, tá outra vez aqui, o tico tico tá comendo o meu fubá. Se o tico-tico tem, tem que se alimentar, que vá comer umas minhocas no pomar." (Zequinha de Abreu / Eurico Barreiros)

sábado, 1 de novembro de 2008

Prêmio Franklin Cascaes de Cultura



Pra quem já conhece o Prêmio Multishow de Música Brasileira, a Fundação Franklin Cascaes (FFC) está criando algo parecido.

Entrem no
site da Fundação e indiquem pessoas, projetos ou instituições, em diferentes áreas para receber o Prêmio Franklin Cascaes de Cultura.
As áreas são: teatro, música, artes visuais, letras, cinema, dança, prêmio revelação e prêmio personalidade do ano.

Como a FFC não conhece a cultura de Florianópolis, esta é uma boa oportunidade pra você apresentá-los: Cultura, essa é a Fundação. Fundação, essa é a Cultura.

Acessem o site! Indiquem quem vocês acham que merece ganhar um prêmio.

Por mais que não seja importante pra vocês, artistas, receberem um prêmio da FFC, a iniciativa é boa.


E o povo canta: "Sou eu, sou eu. Sou eu, maculelê, sou eu" (Folclore popular)

Crônica de futebol - jogo do Avaí

Trabalho da faculdade.
O professor pede para cobrirmos o jogo do Avaí. A minha sugestão de pauta era cobrir o jogo vendo a transmissão pela tv em algum butiquim.
Não fiz notícia, só saiu em forma dessa crônica.
É a segunda vez que o tema futebol vinga no blog. Mas é que eu gostei do texto. Meio louco, confesso, mas gostei!


Se a noite é uma criança, os bares deveriam fechar às 18h, porque lugar de criança não é em bar.
Bar é um lugar sagrado. Principalmente em uma sexta-feira de tempo bom. Cervejas, petiscos, mulheres, mendigos, prostitutas, 3 televisões e um jogo de futebol à vista. Menos a conta, que pode ser pendurada.
Dói ver um jogo desses. A tv fica na parte de cima de um pilar. Ao fim da partida a nuca reclama do jogo.

Com 30 minutos de jogo os ânimos começam a se alterar. "Marquinho! Desce uma latinha de Antártica bem gelada!"
Os que estão em pé, na geral, já não prestam muita atenção no jogo. Começam os palpites, as sugestões para os jogadores. E não tem problema se eles não podem escutar. Também não escutariam se pudessem.
Fim do primeiro tempo e o jogo está truncado. Zero a zero. O bar é que continua aberto. E assim permanecerá até que o alvará de soltura das excelentíssimas permita.

Segundo tempo. A torcida ainda chega ao templo.
São torcedores, mas nas horas vagas são prefeitos, presidentes, advogados, juízes, poetas, profetas. No bar você pode ser qualquer um. O espaço sagrado te dá espaço para tudo isso. Diploma? Eles são formados na vida, no bar.
Amigos desde pequenos, mas ninguém sabe o nome de ninguém. É um tal de Zé, Alemão, Negão, Barba, Barriga, Maluco, Tim Maia, Chico, Irmão... E assim eles se entendem.

Os olhos vidrados no vidro do monitor. Lá do canto vem o recado. Milissegundos de silêncio. Um silêncio sábio de quem sabe o que se segue. Depois da calmaria vem a tempestade: GOOOOOLLLL!!!!
Gritos de alegria! Agora sim! Sobra abraços até pro secador. E deveria ter vários. Em um jogo como esse não houve chuva.

Os secadores estavam fazendo seu trabalho. Sem chuva o time não desenvolve bem. Empate.
Os mesmos palavrões que antes eram usados como forma de elogio, de incentivo, agora são usados para denegrir.

Uma vitória não é completa se não tiver aventura, emoção.
Eis que surge o jogador que vai levando a bola com classe e fuzila o arqueiro.
E vem a chuva. Salgadinhos, cerveja, tudo vai pro ar. A festa está completa. Logo chegam os cantores e o hino é entoado. Todos cantam, batem palma.

Curta, mas intensa, a festa termina quando termina o jogo.
90 minutos de jogo e 5 minutos para pagar a conta e terminar de comemorar no lar.

"Marquinho! Me trás mais um guaraná, porque eu to indo pra casa!"