quarta-feira, 30 de julho de 2008

Terceirização do jornalismo

"Mande sua imagem para nós!"
"Mande seu vídeo para nós!"

Quando vejo esses pedidos em programas de televisão fico assustado.

O jornalismo está indo de vento em poupa, mas pra direções suspeitas, sem GPS, e com o padre de co-piloto.

Será que uma redação não consegue se manter só com pautas e tem que apelar, ao ponto de abrir espaços que poderiam ser utilizados para transmitir informações relevantes, para coisas fúteis?
Há tanta falta do que dizer?
Há tanta ociosidade no jornalismo?
Acho que não.

O jornalismo quer tanto informações, por sinal, cada vez mais rápidas, e fica se prostituindo para amadores que enviam vídeos não jornalísticos, de graça. Tolos. Além de tirar espaço de profissionais habilitados em vídeos, o jornalismo tira espaço que poderia ser preenchido com matérias de informações importantes, ou reportagens realmente interessantes, ou de utilidade pública, coisas que aprendemos na primeira fase do curso de jornalismo. Mas isso custa. Tem que pagar uma equipe. Pensamento óbviu? "Conclamemos o povo a enviar seus vídeos e fotos. Daremos publicidade para eles, que não vão receber nada por isso, nem ganhar dinheiro aparecendo, só uma fama tola, e economizaremos."

O jornalismo já é econômico em suas redações. Cada vez menos podemos encontrar jornalistas especializados em alguma área. Exemplo? Não consigo citar 3 jornalistas específicos em samba, sendo que temos 3 jornais de grande circulação na cidade.
Dieve Oehme (JND), Ângela Bastos (Hora SC), Nico Ribeiro (O Estado)?
Apesar de jornalistas, o papel deles nos jornais é de colunistas.
Rodrigo Brasil (JND)? Jornalista de cultura. (1)
Jéferson Lima (A Notícia)? Jornalista de cultura. (2)
DC? Ah... o DC...

Enfim... hoje qualquer um pode se meter a ser jornalista. Pode se meter a ser câmera, editor... basta enviar seus vídeos e fotos para as redações, cada vez mais enxutas, mais fracas.

Mas isso é uma fase. E não precisa ser muito inteligente, nem visionário, pra prever que um dia os leitores vão voltar a buscar informações corretas, importantes, coerentes, interessantes, e não essas balelas que são feitas hoje em dia.


E o povo canta: "Você me diz que detesta ser notícia de jornal. Mas quando vê jornalista fica perto, e coisa e tal" (Gisa Nogueira)

segunda-feira, 28 de julho de 2008

"Não gostei desse blog!"

Ótimo! Por dois motivos: 1 - sinal de que você, pelo menos, leu. 2 - você tem uma opção muito, mas muito apreciada por mim: Comentários.

Durante muitos anos os jornais eram escritos sem uma resposta dos leitores, sem o chamado feed-back, alimentação de volta, o retorno de quem leu, uma realimentação para um melhor texto da próxima vez.
As respostas dos leitores até eram feitas, depois de dias, já que as cartas não eram entregues tão facilmente.
Hoje temos o e-mail, correio eletrônico, que envia uma carta muito mais rápido que o Sedex 10, dos Correios.
Este Cantinho possui uma ferramenta maravilhosa, chamada Comentários.
Somente desta forma eu poderei escrever cada vez melhor para quem lê. Já que cada dia que passa eu descubro alguém que diz que le o meu blog.


Mas vocês não sabem da agonia que me dá em não saber suas opiniões.
Não se acanhem com o "0 Comentários". Seja o primeiro! Todos os comentários feitos, até antigos, são enviados automaticamente para o meu e-mail.
Não sei o que posso fazer para melhorar, para tornar mais agradável, ou, pelo menos, não monótono.
Comentem! Falem mal! Falem bem! Discordem! Mas falem!!

Obrigado.


E o povo canta: "Quero e
star só. Não quero ouvir conselho pra não ser mal educado. Quero estar só. Não me vejo no espelho pra não me ver acompanhado." (Candeia / Wilson Moreira)

Volta às aulas!

Que maravilha!
Caderno novo, lápis novo, caneta nova, borracha novo, colegas novos, tudo novo.

Não fosse pelo fato de que eu não uso caderno, nem lápis, nem caneta, nem borracha e os colegas não são novos.

Mesmo com a, ainda, falta de tempo, frequentando aula eu consigo uma fonte maior para informações. Assim sendo, há uma probabilidade maior para publicação no blog. Como o que se seguirá.


E o povo canta: "
Vou começar a aula! Diante da comissão, muita atenção que eu quero ver se diplomá-los posso! Salve o fessor! Dá mão prá ele senhor! Quatorze com dois doze, noves fora tudo é nosso (Paulo da Portela)

terça-feira, 15 de julho de 2008

Futebol

Momento raro neste Cantinho: eu falando de futebol.
Mas é só pra fazer mais uma análise que não vai dar em nada, por culpa da tal evolução e do tal dinheiro. Qualquer semelhança com o carnaval atual é mera coincidência.

Digamos que eu seja torcedor do Bragantino. O Bragantino começa o Campeonato Brasileiro com uma formação X.
Durante o campeonato 10 jogadores são transferidos e 10 novos são contratados. Nesse vai e vem do começo do campeonato até o fim, digamos que todos os 10 que terminaram no Bragantino, coincidentemente começaram no XV de Jaú. Digamos que o Bragantino tenha sido campeão.
O campeão foi o Bragantino ou o XV de Jaú?

Os contratos com as equipes deveriam ser feitos por campeonato. Estadual, nacional.
E os jogadores da seleção deveriam ser somente os que jogam no Brasil.

Aí eu acordo e vou tomar café.


E o povo canta: "Domingo eu vou ao Maracanã" (Neguinho da Beija-Flor)

De novo Iara. De novo.

Me provaram que não é difícil fazer um bom evento de música.
Local bom, sem grandes estruturas, simples, até, e música de qualidade.
Cadeiras, mesas, espaço para dança, uma aparelhagem de som perfeitamente audível, uma equipe de músicos profissionais, um dia de ensaio e uma bela cantora. Receita de sucesso? Não. Inteligência. De ambas as partes: contratante e contratado.

Iara Germer não precisa de esforço pra cantar, e Luiz Sebastião na direção musical retira qualquer indício de esforço que por ventura ainda paire sobre ela.

Mais um show incrível. De novo, me senti no Rio de Janeiro, acompanhando um show de alto nível, sem nenhum obstáculo entre eu e a cantora, a não ser uma caixa de som de retorno, um pedestal de apoio de letra de música e pedestal de microfone.

O show foi dividido em 2 blocos e o repertório, previamente anunciado ao público em forma de folder, era qualquer coisa de sublime. Pra ajudar, tinha música de compositor de Florianópolis. Essa atitude de privilegiar compositor local será sempre reverenciado por mim.

De novo, me provaram que não é difícil.
E agora que eu já vi um show incrível, aliás, dois, sei que, se é difícil, pelo menos é possível.

Parabéns para Iara Germer e Luiz Sebastião. De novo.


E o povo canta: "Olha o povo pedindo BIS. Os ingressos vão se esgotar. O show tem que continuar" (Arlindo Cruz / Sombrinha / Luiz Carlos da Vila)

sábado, 12 de julho de 2008

Agenda semanal de Samba em Florianópolis

ATUALIZADO EM 15 DE OUTUBRO DE 2008.

Pois bem.
Depois de anunciar vários eventos na Agenda Samba-Choro, e esquecer do meu blog, anuncio em primeira mão a agenda semana do samba em Florianópolis.

Às segundas:
Armazém Vieira - Saco dos Limões
Jeisson Dias e Rachel Barreto
com Du KDS (cavaco), Gu (violão), Alexandre (Tijuqueira) e Neno (Gente da Terra) na percussão.
O evento começa às 21h e a entrada é de R$7.

Terças:
Confraria Chopp da Ilha - Lagoa da Conceição
Jeisson Dias e Rachel Barreto
O evento começa às 22h e a entrada é de R$7.
Varandas - Lagoa da Conceição
O evento começa às 21h e a entrada é de R$5.

Quartas:
Não sei de nada.

Quintas:
Não sei de nada.

Sextas:
Bar do Tião - Monte Verde
com Rachel Barreto, Fabrício (pandeiro), Dedinho (violão), Fernanda da Silveira (cavaco), Mika (tantã)
O evento começa às 23h e a entrada é de R$5 para mulheres e R$10 para homens.
De Raiz - Joaquina
Jeisson Dias
O evento começa às 23h30 e a entrada é de graça para mulheres e R$10 para homens.

Sábados:
Praça 11 - São José
Projeto Cultural Mantendo as Tradições
com Número Baixo
O evento começa às 15h e a entrada é de R$5.
Bar do Tião
com Camélia, Fabrício (pandeiro), Dedinho (violão), Thiago Laroyd (cavaco) e Mika (tantã)
O evento começa às 23h e a entrada é de R$5 para mulheres e R$10 para homens.

Domingo:
Kanttum
Um Bom Partido
O evento começa às 19h e a entrada é de R$5 para mulheres e R$10 para homens.
Rancho do Neco - Sambaqui
Neco, Reizinho e outros
O evento começa às 19h e a entrada é de R$10. Estudante paga meia.
De Raiz
Jeisson Dias
O evento começa às 22h30 e a entrada eu não sei.
Bar Brahma - Shopping Itaguaçú - SJ
O evento começa às 20h e a entrada eu não sei.

É mais ou menos isso.
Eu sei que tem mais uns eventos, mas eu não tenho a mínima informação de onde é, que horas começa, quem toca e quanto é a entrada, então por hora é isso.

Boas festas!

ATUALIZADO EM 15 DE OUTUBRO DE 2008.


E o povo canta: "Se alguém perguntar por mim, diz que fui por aí, levando o violão debaixo do braço" (Zé Ketti)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Anel de Jornalista

Porque além de sambista eu também sou jornalista.

Pra resumir, estamos reivindicando que pra atuar como jornalista a pessoa tem que ser formada em jornalismo. Meio óbviu, mas que não existe hoje em dia.

Você se consultaria com um médico se ele não for médico?
Então porque pessoas que não são jornalistas escrevem em jornal, apresentam programas de tv e locutam em rádios? (mesmo que não exista esse verbo)

Carta divulgada em redes de e-mails de jornalistas. Ao menos os Jornalistas, formados, com a Carteira Nacional de Jornalismo e acadêmicos de jornalismo, futuros jornalistas com a Carteira Nacional de Jornalismo.






Convidamos todos a participarem da luta em defesa do jornalismo qualificado, democrático e ético. O STF está prestes a julgar a necessidade de formação superior para o exercício da profissão de jornalista. A obrigatoriedade do diploma interessa não apenas à categoria, mas a toda a sociedade. Abaixo encaminhamos o Manifesto para o qual pedimos a mais ampla divulgação.

Saudações sindicais.
Sérgio Murillo de Andrade
Presidente da FENAJ

Valci Zuculoto
p/Coordenação Nacional da Campanha em Defesa da Formação e Regulamentação
Diretora de Educação da FENAJ


Manifesto à Nação

Em defesa do Jornalismo, da Sociedade e da Democracia no Brasil

A sociedade brasileira está ameaçada numa de suas mais expressivas conquistas: o direito à informação independente e plural, condição indispensável para a verdadeira democracia.

O Supremo Tribunal Federal (STF) está prestes a julgar o Recurso Extraordinário (RE) 511961 que, se aprovado, vai desregulamentar a profissão de jornalista, porque elimina um dos seus pilares: a obrigatoriedade do diploma em Curso Superior de Jornalismo para o seu exercício. Vai tornar possível que qualquer pessoa, mesmo a que não tenha concluído nem o ensino fundamental, exerça as atividades jornalísticas.

A exigência da formação superior é uma conquista histórica dos jornalistas e da sociedade, que modificou profundamente a qualidade do Jornalismo brasileiro.

Depois de 70 anos da regulamentação da profissão e mais de 40 anos de criação dos Cursos de Jornalismo, derrubar este requisito à prática profissional significará retrocesso a um tempo em que o acesso ao exercício do Jornalismo dependia de relações de apadrinhamentos e interesses outros que não o do real compromisso com a função social da mídia.

É direito da sociedade receber informação apurada por profissionais com formação teórica, técnica e ética, capacitados a exercer um jornalismo que efetivamente dê visibilidade pública aos fatos, debates, versões e opiniões contemporâneas. Os brasileiros merecem um jornalista que seja, de fato e de direito, profissional, que esteja em constante aperfeiçoamento e que assuma responsabilidades no cumprimento de seu papel social.

É falacioso o argumento de que a obrigatoriedade do diploma ameaça as liberdades de expressão e de imprensa, como apregoam os que tentam derrubá-la. A profissão regulamentada não é impedimento para que pessoas – especialistas, notáveis ou anônimos – se expressem por meio dos veículos de comunicação. O exercício profissional do Jornalismo é, na verdade, a garantia de que a diversidade de pensamento e opinião presentes na sociedade esteja também presente na mídia.

A manutenção da exigência de formação de nível superior específica para o exercício da profissão, portanto, representa um avanço no difícil equilíbrio entre interesses privados e o direito da sociedade à informação livre, plural e democrática.

Não apenas a categoria dos jornalistas, mas toda a Nação perderá se o poder de decidir quem pode ou não exercer a profissão no país ficar nas mãos destes interesses particulares. Os brasileiros e, neste momento específico, os Ministros do STF, não podem permitir que se volte a um período obscuro em que existiam donos absolutos e algozes das consciências dos jornalistas e, por conseqüência, de todos os cidadãos!

FENAJ – Federação Nacional dos Jornalistas
Sindicatos de Jornalistas de todo o Brasil