quinta-feira, 5 de junho de 2008

Citar o autor

Outro dia travei uma discussão com minha professora da faculdade. Tema: plágio no jornalismo.
Como eu sirvo de fonte de informação pra algumas pessoas (não é querer me gabar, nem nada), vira e meche encontro textos meus em outros blogs, jornais, etc.

Há toda uma discussão sobre o jornalista que não vai cobrir a matéria, que fica fazendo jornalismo na cadeira, por telefone, que o tempo é cada vez mais escasso, que, por vezes, um release é publicado como matéria, e por aí vai...

Já vi textos meus serem publicados da forma como foi redigido, como redigo este. Por dois lados fiquei feliz: meu cliente foi exposto na mídia e um texto meu foi parar no jornal. Por outros lados fiquei triste: não foi citado meu nome, o jornalista levou a fama, o jornalista foi anti-ético em fazer isso, o jornalista foi preguiçoso e o jornalista fez plágio do meu texto.

Faço meus textos para serem lidos e, se agradar um editor, ser usado. Mas se vai usar, cita o autor. É só isso que peço.
Não digo nem citar a fonte, porque um jornalista jamais revela suas fontes, mas que cite o autor do texto publicado.

Procuro sempre publicar um trecho de um samba que ilustre minhas postagens, e procuro sempre citar o autor, afinal, é dele! Aconteceu umas duas vezes de não encontrar o autor, ou ser de Domínio Público.

Obrigado.


E o povo canta (só pra chatear), um possível plágio, não confirmado, do João Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro: "O monstro de oito cabeças, a lâmina clara, espessa, é a espada sagrada que corta o mal" (Mará)

8 comentários:

Willian Tadeu disse...

Não há plágio no samba citado, da Embaixada Copa Lord. Também ouvi essa história. Há uma semelhança, inegável, mas há várias diferenças na melodia, especialmente nas divisões e nas pausas (salvo equívoco, pois pouco entendo de teoria musical, falo "de ouvido" e pela maneira como pessoas que entendem explicaram as diferenças que eu também percebo entre as duas obras).

Da mesma maneira, não havia plágio no samba concorrente meu e de meus parceiros para a Consulado, que sofreu tal acusação neste mesmo blog, atribuída a algum músico, que teria contado não sei quantos compassos. Wagner Segura, que era jurado do concurso, não considerava plágio. Adriano do Cavaco, Carlão e Josué, autores da obra supostamente plagiada, também não consideravam plágio. Claro que era semelhante. Mas isso é natural em qualquer gênero musical. Porém, ser semelhante não é ser igual.

É preciso tomar cuidado com essas coisas. Nas escolas de samba de Florianópolis, criou-se uma euforia atrás de plágios, por causa de um ou dois casos que ocorreram por aí. Parece que há algum tipo de trauma ou mesmo uma vontade exacerbada de depreciar o trabalho alheio. No entanto, é fundamental diferenciar semelhança de plágio, caso contrário há sérios riscos de se cometer injustiças.

Há uma semelhança no samba da Copa Lord, campeã do carnaval de 2008 com todos os méritos. E semelhança não é plágio.

Willian Tadeu disse...

Para concluir, penso que devemos buscar soluções novas sempre. No entanto, a humanidade já produziu uma infinidade de combinações de possibilidades melódicas. Por mais que se evite, muitas vezes não é possível escapar de uma semelhança com uma obra que não ouvimos há muito tempo, que não damos importância, que desconhecemos... ou mesmo que ouvimos freqüentemente e gostamos muito. Enfim, são coisas que acontecem e que os compositores devem evitar o máximo possível. É uma discussão delicada, que deve ser aprofundada. Só uma coisa é certa: semelhança não é plágio.

E peço que tome cuidado, Nermal, porque muita gente gosta de difundir certos boatos por motivos diversos. O nosso samba, por exemplo, foi muito atacado por sermos os então atuais campeões da Consulado... sendo que outros sambas tinham semelhanças - não plágios! - tão grandes quanto a nossa que não foram mencionadas, nem aqui nem em qualquer outro lugar. O samba da Copa Lord... enfim, todos sabiam que a Copa Lord faria um desfilaço... era natural tentar achar algum problema... enfim...

Abraços!

Artur de Bem disse...

Eu imagino que não tenha plágio. Por isso que eu disse que era "só pra chatear", como cantava Roberto Ribeiro, a música de Príncipe Pretinho. :)

Desculpa se eu acusei. Estava chateado por terem eliminado o samba do Cesão, que era um baita. Eu quis alertar para a semelhança. Foram comentários que eu ouvi. Quem quisesse ter certesa que analisasse os sambas, teoricamente, iguais. Eu não tava muito afim de fazer isso... :)

É... concordo com isso de que um quer estragar o trabalho do outro. Tem muito disso aqui.

Também concordo que uma vez ou outra, fatalmente vamos encontrar melodias parecidas. Quem sabe até iguais. Mas tem muita gente fazendo melodias novas. Moacyr Luz, Wilson Moreira, etc. Esses caras nunca vão fazer samba, nem perto de plágio. Usam umas melodias locas da porra...
Quando eu faço um samba, a minha primeira preocupação é saber se ela é plágio de algum outro samba ou se lembra algum samba.
É complicado. Pra não repetir melodia teríamos que conhecer todos os sambas do mundo e criar uma melodia e letras novas, ou não conhecer samba nenhum. Se for samba igual é coincidência. Não posso plagiar o que não conheço, certo? :)

Pra terminar, meu presidente, eu faço alguns comentários, mas no fundo eu não to nem aí pro que acontece nas escolas de samba. Não é segredo nenhum que eu não gosto de carnaval e escolas de samba. Então se é plágio ou deixa de ser, eu nem quero saber. Eu já digo de tempos que os sambas enredo ultimamente, desde fins da década de 90, estão tudo iguais.

Anônimo disse...

É... lógico q ele conhece o samba do joão e do PC.
Vendo que ficou parecido,
devia ter feito uma melodia diferente né ow. Tazé loco!
Tenho pena do Wilson Bombeiro, deve se contorcer pouco.

Anônimo disse...

Esse citar o autor serve pro Samba tbm?
auhaihuaia
demorô!

Willian Tadeu disse...

A questão é que ele, como nós, deve conhecer centenas de sambas e talvez não tenha percebido a semelhança, não tenha lembrado na hora. Ou, quando lembrou (ou foi alertado, sei lá), talvez já fosse tarde para mudar. Ou mesmo, percebendo que é somente uma semelhança e percebendo as diversas diferenças, preferiu não mudar. Não sei se, no lugar dele, eu mudaria algo que tem tantas diferenças... pois, do jeito que vai, daqui a pouco qualquer verso "corrido" será colocado como igual a outro verso "corrido" ou qualquer verso "esticado" será colocado como igual a outro verso "esticado".

Enfim, estou levantando hipóteses pois prefiro não pré-julgar para não ser pré-julgado.

Abraços!

Artur de Bem disse...

Não, não!
Se ele conhecia o samba e percebeu a semelhança, deveria ter mudado pra evitar a comparação.

Pode ocorrer a lembrança de outro samba. Normal.
Semelhança é beirar o plágio. Risco muito alto. Que ele tá pagando até hoje.

Uma coisa que eu até comentei com o Guilheme tempos atrás: o samba dele: "E ê, e ê, quem dá mais quer ver. Me dê 20 mil e um bom disco de samba, que eu bato o martelo e ela vai com você" me lembra o samba "quem quer comprar uma nega lá do morro?". Me lembra, mas não tem nada de plágio.

Anônimo disse...

Obrigado por intiresnuyu iformatsiyu