sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Floripa Ágil

Ganhei um espaço do Cleber lá no portal dele.
Agora estou, também, coluniando lá no Floripa Ágil.

Não será o mesmo texto. Se fosse, nem faria sentido ter outro espaço.

Pensei em algumas coisas:
Crio um pseudônimo pra assinar lá?
Falo sobre o mesmo tema com abordagens diferentes?
Mudo o foco deste meu blog?
Porque sempre olhamos para a caixa de som quando ouvimos alguma música?

Não tive resposta para nenhuma pergunta. Vou fazendo e ver no que vai dar.


E o povo canta: "Pogréssio! Pogréssio! Nóis sempre escuito falá que o pogréssio vem do trabaio. Então amanhã mesmo nóis vai trabaiá" (Adoniran Barbosa / Oswaldo Moles / J. Belarmino Santos)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Retorno

Só pra não usar "feedback", expressão extrangeira.

Estou começando a gostar desse negócio de blog. Estou recebendo e-mails de retorno. Isso é legal. Mensagens concordantes ou desconcordantes, de conhecidos ou desconhecidos.
Aproveito pra dizer que qualquer comentário deixado no meu blog eu recebo por e-mail automaticamente. Só não sei qual é o e-mail da pessoa que comenta. Ou não há essa opção no Blogger, ou eu não sei mecher direito, mas meu e-mail é arturdebem@hotmail.com pra quem quiser ter conversas mais longas fora do blog. Estou à disposição.

E obrigado pela leitura.


E o povo canta: "...Pois no chão, bem perto do fogão, encontrei um papel escrito assim: Pode apagar o fogo, Mané..." (Adoniran Barbosa)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Reivindicações

Existe muita gente que é exigente.
O gaúcho tem a fama de reclamar por tudo, ser crítico e buscar os seus direitos. Estão certos.
João Gilberto tem a fama de reclamar da acústica dos lugares. Nada pra ele está bom.

Anuncio, com grande satisfação, que a próxima atração do Centro de Atendimento ao Idoso de São José (CATI) é o show nacional de João Gilberto cantando seus grandes sucessos.
(São três brincadeiras: não há show nenhum e não gosto das expressões "show nacional" e "cantando seus grandes sucessos")

Já imaginaram o João Gilberto no CATI?

Dia 17 de fevereiro houve a festa de aniversário de 4 anos do Restaurante Praça 11.
Tinha tudo pra ser uma grande festa. Várias atrações, sambistas de qualidade, público adorável, etc. Mas a tal da acústica fez todos irem embora com dor de cabeça.
Vi gente ir embora do evento e dizer: "Nunca mais venho aqui!"

Se eu fosse músico, faria o mesmo.
Aí os músicos vão me dizer: "Mas temos que ganhar dinheiro."
Concordo. Mas há outros lugares, e com acústica menos pior, pra se ganhar dinheiro.
Acho que está na hora dos músicos começarem a reivindicar melhores condições de trabalho. A começar pela acústica dos lugares.
Temos músicos de excelente qualidade que não combinam tocar em ambiente ruim.
Não há condições de mostrar seu trabalho, a música, num ambiente onde as pessoas não escutam a música, seu trabalho.
É o mesmo que um pintor expôr seus quadros numa sala sem luz.
Tem gente que sai de lugar com acústica ruim colocando a culpa na banda. E até provar que sapo não é jacaré......

Por falar em reivindicações de músicos, está tramitando na Câmara Federal um Projeto de Lei que disciplina o pagamento de couvert artístico. Mas isso é assunto pra outra postagem.


E os músicos cantam: "Nós iremos até Paris arrasar no Olympiá. O show tem que continuar!" (Luiz Carlos da Vila / Arlindo Cruz / Sombrinha)

domingo, 17 de fevereiro de 2008

100ª publicação

Ninguém dá bola pra quem ganha 99 vezes, ou pra quem faz 999 gols, ou pra quem tem 99 anos.

Não sou muito fã de esperar números redondos para comemoração.
Qualquer aniversário e qualquer número deve ser comemorado. Qualquer momento é expressivo e deve ser celebrado.

Mas pra quem se interessar, esta é a publicação de número 100 deste blog.


E o povo canta: "Há quanto tempo eu não vejo uma nota de 100! Eu também!" (Eraldo Divagar / Crioulo Doido / Osmar Santos)

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Partido alto

Partido alto é a expressão mais autêntica do samba!

Samba de partido alto, em algumas formas existe uma grande semelhança com a música nordestina, com os repentistas nordestinos. Porque o samba de partido também tem aquela forma da improvisação. A improvisação que vai nascendo não só sobre o tema (refrão), mas também sobre o ambiente, sobre o clima que vai se criando aos poucos.

Existem diversas formas de partido alto, variando, entretanto, no número de versos: versos de quadra, versos duplos. Depois o partido se extendeu de uma tal maneira que ficou sendo o que hoje é considerado a primeira parte de um samba. Os sambas de antigamente não tinham segunda parte. Era uma espécie de partido: era uma só, a primeira, onde os versos eram improvisados.

Havia na Portela uma forma de partido muito diferente do que se tem feito hoje em dia, que, por sinal, não se faz mais: era um partido que se identificava pelo som de um cavaquinho, pelo instrumento de um prato, e se formava a roda de samba sem refrão. Era somente o cavaquinho fazendo aquela sonorização e os ritmos, que iam se aderindo ao espírito do trabalho que se pretendia fazer.

Nós tivemos no partido alto passos diversos: o miudinho, o amoladinho e uma forma de dançar o partido, com as mãos na cadeira. A cabrocha entrava na roda se requebrando, se rebolando com as mãos na cadeira.

(Antônio CANDEIA Filho)


A roda de partido é um momento de liberdade. O partideiro, mesmo, tira o verso de improviso como faziam João da Gente, Alcides, Aniceto do Império, Candeia e tantos outros. Hoje, como não há mais essa obrigação, qualquer um pode dizer seu verso, mesmo decorado.

Quando menino, eu via no partido uma forma de comunhão entre a gente do samba. Era brincadeira, a vadiagem, onde todo mundo participava como podia e como queria. A arte mais pura é o jeito de cada um. E só o partido alto oferecia essa oportunidade.

O samba tem, hoje, muitos compromissos, que reduzem a criatividade dos sambistas aos limites ditados pelo grande espetáculo. No partido, porém, tudo acontece de um jeito mais espontâneo. Por isso sempre haverá partideiros. E o verso, de improviso ou não, refletirá as verdades sentidas em cada um.

Vamos vadiar?

(Paulinho da Viola)

Textos retirados do documentário Partido Alto.


Baseado nisso eu os convido para irem na praçinha da Lagoa da Conceição, toda terça-feira, a partir das 21h.

Raphael Galcer e Bernardo fazem uma roda de choro com violão e flauta. Após a roda de choro tem início uma das melhores rodas de partido alto que eu já frequentei! Da forma como Candeia e Paulinho ditam: uma gostosa brincadeira entre os partideiros, feita no improviso, livre para qualquer um participar, do jeito que pode: versando, dançando, tocando, cantando apenas o refrão, enfim.


E o povo canta um dos partidos mais difíceis de se versar: "Ô limoreiro, ô limão. Ô limoeiro, ô limão. Tanta laranja madura limão, derramada pelo chão." (Manacéa)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Tempo

Meu blog não é diário. Não tem periodicidade. E o melhor: não tem chefe.

Gostaria de poder colocar um texto por dia, mas não tenho tempo. E as vezes nem assunto.

Agora começaram as minhas aulas. Isso pode ser sinal de um vácuo maior entre as postagens, ou o sinal de maior movimentação, com os trabalhos acadêmicos. Eu aposto na primeira opção.

Vou tentar manter, pelo menos, a freqüência de envio de e-mails que, por sinal, também não tem frequência.

Talvez o que possa acontecer é a diminuição de assuntos relacionados a samba e mais assuntos esmos.


Enquanto isso o povo continua cantando: "Sinhá, Sinhá, ora essa! Devagar também é pressa!" (Não encontrei o autor, mas o Mensageiros do Samba gravou)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

2 anos

Pra quem interessar, pra quem se importar com datas, hoje o Cantinho do Nermal faz 2 anos.


E o povo canta: "Parabéns pra você, nesta data querida. Muitas felicidades! Muitos anos de vida!" (Autor desconhecido por mim)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Elias Marujo


Elias agradece o público do Mercado Público, num show de seu CD

Grande compositor! Figuraça!

Pequena homenagem!

Não o conheço muito pra moldar algo a seu respeito. Por isso os convido a visitar seu site: http://www.eliasmarujo.mus.br/

Mestre, estou lhe devendo uma tarde de conversa e um cd. Marcaremos um dia!


E o povo canta: "Saudades da Velha Guarda. Quando a cuíca chorava e o velho sambista cantava. Lembranças de um grande amor, na noite enluarada. Poesia era flor da madrugada" (Elias Marujo / Zeca Swinguinho / Renato Demétrio)

4 anos de Praça 11

O Restaurante e cervejaria Praça 11 está comemorando 4 anos de funcionamento. Para celebrar a data, haverá show de Marquinhos Satan, no Centro de Atendimento ao Idoso (CATI), na Beiramar de São José, dia 17, domingo, a partir das 15h. A entrada é de R$10.

Participações de Jeisson Dias, Rachel Barreto, Maria Helena, Vlademir Rosa, Marú, Kchaça, Telinho, e dos grupos Número Baixo, Novos Bambas, Bom Partido, Kadência do Samba, Sambatuque e a Velha Guarda da Copa Lord.

A realização é do Bloco Liberdade.


Conhecido, entre outras coisas, pela boa comida e por todo sábado ter o Projeto Cultural Mantendo as Tradições, o Praça 11 comemora em grande estilo seu 4º aniversário. Um amigo do Praça 11 e do Mantendo as Tradições, Marquinhos Satan, vem do Rio de Janeiro para dar um reforço ao time de sambistas que também se apresentará no evento.

O nome do restaurante é uma alusão à Praça Onze do Rio de Janeiro, palco das primeiras manifestações das escolas de samba, em 1932. 4 de fevereiro de 1932, domingo, para ser mais exato, vencido pela, então, Estação Primeira que, mais tarde, viria a ser chamada de Estação Primeira de Mangueira.A Praça não existe mais. Foi derrubada pelo progresso. No seu lugar, hoje, há a Avenida Presidente Vargas.

O Restaurande Praça 11 é citado no livro Almanaque do Samba, do pesquisador André Diniz, como um dos lugares para freqüentar e ouvir samba em Santa Catarina, e, também, no site Agenda Samba-Choro (
www.samba-choro.com.br), de Paulo Eduardo Neves, um dos melhores e mais conhecidos sites dos gêneros.


E o povo canta: "Oh! Praça Onze! Tu és imortal! Teus braços embalaram o Samba. A tua apoteose é imortal" (Beto Sem Braço / Aluísio Machado)

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Jornalismo e Samba

"O chefe da polícia, pelo telefone, mandou avisar que na Carioca tem uma roleta para se jogar" (Mauro de Almeida)

Sim! Esta frase é do Jornalista Mauro de Almeida. Uma paródia do Samba de Donga: "O chefe da folia, pelo telefone, mandou avisar que com alegria não se questione para se brincar".

A paródia ficou tão famosa quanto o Samba original. O resultado foi a junção dos 2 e a divisão da autoria. Hoje se canta das 2 formas e quem assina é Donga e Mauro de Almeida.

O Jornalismo e o Samba sempre estiveram intimamente ligados.

O inventor do desfile das Escolas de Samba foi o Jornalista Mário Filho.

Almirante foi Jornalista, radialista.
Noel Rosa foi radialista.
Ary Barroso foi apresentador de televisão, radialista, narrador.
Sérgio Cabral, meu Papa, maior pesquisador de Samba, é Jornalista e compôs alguns sambas.
Pretendo manter esta linhagem nobre, emaranhando Jornalistas e Sambistas.

Jornalistas até são "homenageados" em alguns sambas:

Verdade aparente
(Gisa Nogueira)

Pra quem gosta de cachaça
Toma uísque muito caro
Pra quem diz que é do subúrbio
"Luna bar" fica distante
Pra quem prega a todo instante a justiça social
Tá ganhando muita grana e investindo capital
É melhor deixar de extremos que já tá pegando mal

Que verdade é essa que você conta pra gente
Na verdade a verdade é geralmente aparente

Você me diz que detesta ser notícia de jornal
Mas quando vê jornalista fica perto e coisa e tal
Dita as regras do jogo, mesmo sem saber jogar
Freqüenta escola de samba, mas só curte a classe A
Bom crioulo só tem vez quando for pra impressionar

Que verdade é essa que você conta pra gente
Na verdade a verdade é geralmente aparente

Critica, implica, explica
Enreda, remeda e conserta
Agita, atiça e fuxica
Futrica, complica, intriga e entrega
Manobra a obra e cobra os louros daquilo que você não fez
Você parece com cobra que ataca de bote e mata de vez

Que verdade é essa que você conta pra gente
Na verdade a verdade é geralmente aparente

Acende uma vela pra Deus e uma outra pro diabo
Aos domingos vai à missa
Sexta-feira faz despacho
Diz que o feijão ta caro, mas só come feijoada
Teu problema é de fachada
É de cara mascarada
Tá sempre em cima do muro
Esperando uma virada


Sinal aberto
(Casquinha)

Pode dizer que meu samba é sambinha
Pode me meter o malho
Enquanto você diz que meu samba é sambinha
Encontra matéria para seu trabalho

Mocinho bonito que quer ser locutor
Quer ser jornalista e até produtor
Espera o crioulo do morro errar
Pra ir pra coluna do jornal malhar

Aponta um erro insignificante
Ficando famoso e até importante
Esquece de que “nego” é chefe de “famia”
Que tem cinco “fio”, “muié” e três “fia”

Errei desta feita pra você corrigir
Juntar sua patota e ficar a sorrir
Dizendo que o “nego” de fato é boçal
Pra ele não tem singular nem plural

E ficam metidos a intelectuais
Se chegam a jurados de televisão
E esquecem de que se não fossem os boçais
Jurado aqui não era profissão

Mas quando chega fevereiro
Pra encher seu baú de dinheiro.
Freqüentam os ensaios com pinta de bamba
No meio dos “criolos” da escola de samba.


Extra! Extra!
(Guilherme Partideiro)

Andei sabendo que um nego, o maior metido
Semana passada tinhase envolvido
Num rolo pra lá de federal
Homem de boa pinta e metido a sambista
Maior matador, era o topo da lista
Empinava a crista, era o rei do local

O povo mal acreditou quando viu o farçante
Passando batom e de saia excitante
Com bastante prazer
É notícia anual

Extra! Extra!
É manchete de jornal
O malandro virou moça
E nem era carnaval

Poxa
A decepção tomou conta do morro
Tentava explicar, mas só tomava esporro
Fugiu dos amigos de azaração
Deu pena
Eu sei que o problema do nego foi duro
Mas quem mandou ficar em cima do muro
Querer morder fronha e posar de gatão

O pior é que agora acabou-se o reinado do moço
Nem gata e nem macho, é só fundo do poço
E uma foto estampada em primeira edição

Batuque na Cozinha Especial

Aprendo com meus erros. Por essas e outras é que vou falar dos lados positivos deste evento. E pra ajudar, vou começar essa impressão com os lados positivos e deixar as críticas pro final. Quem não quiser ler as coisas ruins que eu percebi, é só não ler tudo.


Dia 22 de dezembro de 2007 houve um evento diferente na Coloninha. Os participantes eram somente convidados dos organizadores. Comida, muito boa por sinal, e bebida liberadas.

No começo houve um debate com alguns estudiosos de samba. O tema era: O Samba na atualidade. Comandado por Fernanda, cavaquinista do Bom Partido, o debate foi quente, sem discussões e sem desentendimentos. A proposta do debate foi muito interessante e deveria acontecer mais vezes. Não precisa ser periodicamente, mas de vez em nunca já está bom.
Marçal do Samba, Carlos Raulino, eu, Seu Valter (Velha Guarda da Coloninha), Álvaro (Molho Madêra), Fabrício, Márcio de Souza, e outros que eu não lembro, mesmo porque não os conheço, participaram do debate.

Ao final foi mostrado um vídeo: o filme do Natal da Portela, com participação especial de Almir Guineto interpretando o Paulo da Portela.

Em seguida o Grupo Ginga do Mané se apresentou no palco, executando com muita maestria os melhores choros.

Depois foi a vez do Grupo Bom Partido, que fez uma apresentação incrível. Não lembro de ter ouvido os sambas interpretados em outro momento.

Pra fechar com chave de ouro a Velha Guarda da Coloninha, melhor das 4 Velhas Guardas, na minha opinião, encerrou o evento cantando sambas clássicos do Rio de Janeiro e da Coloninha, além do Hino da Velha Guarda, samba novo.

Apesar das críticas que seguem, o evento foi muito bom. Eu gostei, e aguardo ansioso por próximos.


Infelizmente o evento, que estava marcado pra começar às 11h, começou depois das 11h30. Eu era convidado pro debate, cheguei na hora marcada e não havia nada pronto. É a tal Cultura Florianopolitana. Não se chega na hora porque se sabe que o evento vai atrasar. E os organizadores não iniciam na hora porque sabem que o público chega atrasado. E quem chega cedo é desrepeitado. Quando os eventos começarem a começar na hora marcada, sempre, o público vai aprender a chegar na hora pra curtir mais tempo o evento.

Durante o debate, além dos participantes, ninguém prestava atenção na conversa. Cultura Florianopolitana. Não tem como mudar. E não dá de fazer eventos de samba como é feito no Rio de Janeiro aqui em Floripa. O público é diferente, tem cultura diferente. E, realmente, o tema da conversa, que por sinal mudava muito, como uma conversa de mané, só interessava pra quem estuda samba, não pros leigos.

O vídeo foi iniciado sem qualquer anúncio e, de novo, a Cultura Florianopolitana fazia ninguém prestar atenção.


Pequei por não ter escrito isso nos dias seguintes próximos do evento. Até começei, mas só fui terminar no dia de hoje, por isso não lembro das outras críticas que eu iria fazer. E eram várias! Mas acho que está valendo.


E o povo canta: "Se no Moca, tem samba na Caixa ou então no Bela. Ou em qualquer favela, Covanca ou no Dona Adélia. A ilha encanta através dos seus bambas, que fazem seus sambas que naqueles morros ouvimos dizer" (Marcelo 7 Cordas / Milene do Cavaco)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Motorista de ônibus

Eu dou moral pra motorista de ônibus!

Os caras entram por cada beco, cada ruela, cada viela, cada servidão, na maior, como se estivessem andando numa avenida.
Tiram "finos" dos carros, muros, postes, como se nem existissem.

Eu ando muito de ônibus e nunca vi um acidente. Não quer dizero que não aconteçam, só estou dizendo que EU nunca vi.

Gostaria de pedir para os motoristas de carros, motos, caminhões, que sejam mais educados com os motoristas de ônibus. Tem gente que não "se toca" e estaciona na frente de pontos de ônibus, dos dois lados de ruas estreitas, na esquina, etc.

E só pra lembrar, já virou lei a autorização do uso de bermudas e sandálias para cobradores e motoristas. Eles já usavam, em forma de calças dobradas, e agora estão autorizados a usar bermudas de verdade.


E o povo canta: "O bonde São Januário leva mais um operário: sou eu que vou trabalhar" (Wilson Batista / Ataulfo Alves)

Decisão de carnaval

Achei que não iria falar nunca mais, este ano, sobre carnaval, mas recebi uma notícia sobre o carnaval de São José: O título do Bloco Unidos do Jardim das Palmeiras está sendo questionado.

Segundo o diretor carnavalesco do Bloco, Renann Inácio, não havia regulamento para o desfile dos blocos. Até o anúncio do vencedor.

Apareceram, não sei quem, com um regulamento dizendo que o Bloco Unidos do Jardim das Palmeiras não poderia desfilar com 2 das bahianas, pois essas 2 haviam desfilado na Protegidos da Princesa, escola de samba de Florianópolis.

Não há informações de punição pelo uso das bahianas, mas querem que o título saia das mãos do Bloco.

Se tudo isso é verdade, o concurso já começou errado por não ter regulamento.

E se havia regulamento, que diabos de problema é esse que impede que desfile com integrantes de escolas de samba de Florianópolis?

Ah! Se a Copa Lord, Coloninha e Consulado fossem punidas por trazer integrantes de fora.......

E vamos e venhamos, proibir trazer integrantes de São José para Floripa, ou de Floripa para São José, é, no mínimo, absurdo! Eu tava com a idéia de levar os blocos de SJ pra desfilar junto com os de Floripa, e o povo quer dividir! Chega de aparthaid, né?

Com a resposta, o responsável pelo regulamento do carnaval de SJ...


E o povo canta: "Como tem, como tem, como tem malandro, dando uma de esperto. Enrolando a todo mundo e ainda diz que é honesto" (Elias Marujo)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

150 sambas ininterruptos!

Essa é a contagem do Projeto Cultural Mantendo as Tradições até 2007.

Desde o primeiro acorde, na tarde de sábado, 19 de fevereiro de 2005, todos os sábados subsequentes foram abrilhantados na Grande Florianópolis. A sua maioria com o Grupo Número Baixo.

Faça chuva, faça sol, faça Natal, faça Ano Novo, faça o Samba!

Sambistas do país inteiro, e até participação internacional, já estiveram no Restaurante Praça 11 para conhecer o Projeto: Adilson Bispo (2 vezes), Jorginho Chinna (2 vezes), Cleber Augusto (ex-Fundo de Quintal), Yara Rocha (a dama do samba de São Paulo), Marquinhos Sensação, Carica, Marquinhos Satan, Wantuir (intérprete de samba enredo do Rio de Janeiro), e o grupo de Candombe, ritmo uruguaio, La Gozadera.

O Projeto também contou com participações de Joinville, Itajaí, e os velhos e novos sambistas, cantores, músicos e compositores de Florianópolis, que são os mais importantes para o Projeto: Grupo Kadência do Samba, Grupo Novos Bambas, Grupo Bom Partido, Grupo Sambatuque, Grupo Pixaim, Vlademir Rosa, Renê, Piti, Marú, Maria Helena, Sabaráh, Rachel Barreto, Mirela, Júnior (Constâncio), Amarildo (dono do Praça 11), Márcio Martins, David de Floripa, Thiago Pixaim, Jeisson Dias, André Calibrina, Leonel Januário, Celinho da Copa Lord, Bira Pernilongo, Vicente Marinheiro, Júlio Cesar, Petoco, Juju da Gegê, Marco Sorriso, Gu, Aranha, Reizinho, Wagner Segura, Dú, Leandro do bandolim, Xexéu, Dú da Cuíca, Bidu, Catonho da Cuíca, Seu Luiz da Cuíca, Zé Mário, Karloxs, Aurélio do Trombone, Fabiano, Ânderson Queiroz, Gi, Dôga, Guinha, João Carlos (filho de Lupicínio Rodrigues, visitou apenas), e outros tantos, amadores, que participam da roda para se divertir.

Cantando músicas da Bahia, de São Paulo, Minas Gerais, do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, e de Santa Catarina, o mais importante pro Projeto. Músicas de Jeisson Dias, Marçal do Samba, Rafael Leandro, Guilherme Partideiro, Dôga, Zininho, Leonel Januário, Jandira, Avez-vous, Fogão, Vicente Marinheiro, Júlio Cesar, Thiago Pixaim, Júlio Cesar (Pixaim), Bira Pernilongo, Mato Grosso, Nazareno, Celinho da Copa Lord, Juju da Gegê, Diogo Medeiros, Dinho BP, Zé Delírio, Dú KDS, André Calibrina, Elias Marujo, entre outros.

Bailarinos voluntários ajudam a animar a festa: Seu Expedito, Marco Sorriso, Seu Virgílio, entre outros, anônimos.

Se o nome de alguém for omitido, perdoem a memória do autor destas linhas.

Esse é o Projeto Cultural Mantendo as Tradições, feito para exaltar novos músicos, novos cantores, novos compositores e não deixar cair no esquecimento a velha guarda.

Em 2008 o Projeto completa 3 anos, muito bem vividos.
Dia 16 de fevereiro, sábado, a partir das 13h30, Guilherme Partideiro, na voz e violão de 7 cordas, embala o almoço do público com uma seresta. A partir das 15h tem início mais uma edição do Projeto Cultural Mantendo as Tradições, a de nº 157.


E o povo cantará: "O Praça 11 dispensou a hipocrisia, e dia a dia ergue o samba em suas mãos" (Guilherme Partideiro)

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Carnaval em SJ

Vou falar um pouco sobre o carnaval de São José.
É de graça!!

Bem estruturado, sem rivalidades entre os blocos, clima de cordialidade, de amizade, de alegria, o carnaval de São José só pecou pelo horário.
O bloco Unidos do Jardim das Palmeiras, por exemplo, era pra ter desfilado às 20h30, mas só entrou na avenida às 23h.

No mais, estava tudo legal. Sem brigas, sem invasão de passarela, tudo no combinado.


Aproveitando o momento, o Bloco Unidos do Jardim das Palmeiras foi campeão do concurso de Blocos no carnaval de São José.
Não vou tecer comentários sobre isso. Não vi os outros blocos e nem a apuração, mas pelo que eu ouvi sobre o desfile, era um dos blocos que merecia ganhar.

Fico feliz de ter ajudado o Bloco a vencer. Toquei cuíca na bateria.


Só acho que os blocos de São José poderiam, também, ou somente, desfilar junto com os blocos de Floripa.
Já que querem imitar tudo quem vem do Rio, tem escola que vem da cidade vizinha, Niterói, pra desfilar no Rio. Atravessam uma ponte um pouquinho maior do que a Pedro Ivo ou a Colombo Salles, e desfilam tranquilamente.


E o povo canta: "Exu já mandou dizer que hoje não tem tristeza. É noite de carnaval, de alegria e de beleza" (Marçal do Samba e Rafael Leandro)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Carnaval

Não gosto de carnaval, não entendo de carnaval, não faço muita questão, e não to nem aí para o que acontece no carnaval.
Saí, sim, na bateria, pra curtir ao lado de alguns dos meus amigos: Dôga, Zé Mário, Alisson, Bidu, Everton Luis, Danilo, Ângelo, e, principalmente, este ano, Catonho da Cuíca!

Só não entendo algumas coisas:

Como que uma bateria, que todos viram cair a cadência, recebe nota 10?
Como que um samba com frases nada a ver com o enredo recebe 10 de Samba enredo?
Como que uma escola desfila sem um carro alegórico, sem uma alegoria de comissão de frente, e recebe nota 10 em Alegorias e Adereços?
Como que a mídia soube do resultado da apuração antes do anúncio do locutor oficial?
Como que o presidente da escola soube do resultado da apuração, e pulava na cabine do locutor, antes da mídia e antes do locutor oficial?
Como que deixam um locutor oficial não saber locutar, errando cronograma, leitura de notas, brincando com a imprensa, fazendo de um assunto sério uma brincadeira, como se estivesse anunciando o prêmio da Casa Feliz?
Como que o censo comum, músicos, observadores, os que trabalham pela escola, os admiradores, é sempre totalmente diferente dos jurados?

Como que narradores do desfile erram o nome das escolas? São somente 4.
Porque os repórteres fazem sempre as mesmas perguntas pra quem esta na concentração, atrapalhando a evolução da escola e a transmissão da tv?
Porque não mostram o puxador e a bateria, num dos momentos mais emocionantes do desfile, o início?
Porque mostram tanto uns e outros da platéia, que nada tem a ver com o enredo da escola, e não mostram a escola?
Porque os narradores falam tanto durante o desfile? Porque não resumir as informações, sendo mais precisos?

Porque o desfile de Florianópolis inicia no mesmo horário do desfile do Rio e termina no mesmo horário do desfile do Rio, sendo que lá tem 6 escolas de samba (este ano), com mais de 4 mil integrantes cada e aqui são 4 escolas?
Que matemática é essa que contam cerca de 3 mil componentes nas escolas daqui? Vocês já viram o tamanho de cada ala? Já viram o tamanho das alas das escolas do Rio? E cada escola de samba de lá leva cerca de 4 mil componentes.
Ou a contagem daqui tá demais, ou a contagem de lá tá de menos.
E porque aqui o tempo das escolas é o mesmo tempo das escolas do Rio? Lá as escolas tem 80 minutos para passar tranquilas pela Sapucaí, que é mais ou menos o dobro do tamanho da Nego Quirido, e as escolas daqui ainda se apressam no final.

Porque ainda dizem que o Carnaval de Floripa é um dos melhores do país?
Só perde pro carnaval de Recife, Olinda, Salvador, Nordeste em geral, Escolas de Samba do Rio, Blocos do Rio, Escolas de Samba de São Paulo, carnaval de Laguna, Joaçaba, Porto Alegre...............

E a minha pergunta maior:
Como que o Tamborim de Ouro recebe notas 8 de bateria?

Enfim... acabou o carnaval. E o que isso acrescentou para o samba? Surgiu algum sambista novo? Surgiu algum samba que vai ficar pras nossas memórias o resto da vida?


E o povo canta: "E depois, quando a festa acabar, o que vai ser dessa vida? Vai voltar ao que era antes de passar pela avenida. Nem melhor, nem pior, porque não pode ser mais colorida. Que será desse reino de branco e azul, quando a voz das pastoras emudecer? Quando o som da batida do surdo parar, igual um coração para de bater?" (Carlinhos Vergueiro)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Reclamações

Isso! Agora reclamem que tem sol!!

Acho que Florianópolis nunca clamou tanto por sol do que agora!

Mas como é mania de todos reclamar de tudo, tudo nunca está bom, só estou esperando a primeira pessoa reclamar que está muito quente pra vomitar xingamento até dizer chega.

"Ai, que frio!"
"Ai, que calor!"
"Ai, que chuva!"
"Ai, que nunca chove!"

E depois reclamam de mim, que só reclamo.


E o povo canta: "Todos querem ter o que é seu de direito, mas não sabem ter direito o que é seu" (Artur de Bem)