sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Motivos que fazem uma casa de show fechar

Há alguns fatores que contribuem para que ocorra o assunto em afirmação.

Sem muita ordem de importância, mas creio que o primeiro item seja o público. Se não tiver gente para assistir o show, a casa não recebe e, por consequência, não pode pagar os músicos.

Anúncio. Propaganda. Publicidade. Marketing. Investimento. Flier. Folder. "Mosquitinho".
Músicos e casa tem que usar e abusar disso. É como um orientador de mestrado, ou santo protetor: ele está aí é pra ser usado. Então, use, abuse, ouse da propaganda. Alguém tem que saber que o show existe. O músico precisa receber seu cachê, e a casa precisa que o público vá consumir em seu estabelecimento. O anúncio tem que partir dos 2: casa e músico.

Tendo anúncio, e público, é hora de manter o público. Quem fica parado é poste. É necessário estar sempre inovando, renovando, inventando. Só não pode inventar moda. Se colocar moda no meio, escangalha com tudo.

Vejo muita casa fechar pelo tal do dinheiro.
O evento inicia com um certo preço de entrada, dá certo, a casa cresce o olho e enche o bolso. Mas o olho é maior que o bolso, esquece do público, esquece do músico, a casa aumenta seu capital, o público para de ir, e o músico aumenta o currículum: "Eu já toquei nesta casa!"

Um espaço adequado, para as pessoas se sentirem bem, espaço pra dançar, pra sentar, banheiro limpo, bom atendimento, climatização, comida, bebida, preço acessível, local acessível, estacionamento, bom relacionamento entre casa e músicos, entre operador de som e músicos, entre músicos, entre funcionários da casa, entre funcionários e clientes, entre músicos e público, música de qualidade, cumprimento de horário por parte dos funcionários, músicos e público (abertura da casa, início do show, intervalo, fim do show e fechamento da casa), eticétera, eticétera, eticétera.

Existe um lugar no Rio de Janeiro que tem samba toda semana. O evento existe há cerca de 30 anos. Era toda quarta-feira durante uns 20 anos, mudou pra sábado e hoje é domingo. Repito, de novo: o evento existe há cerca de 30 anos e ocorre toda semana: Cacique de Ramos, o maior movimento cultural do Brasil na década de 80.
Alguém já viu uma peça teatral, um cinema, ou qualquer evento cultural em cartaz durante tanto tempo? Eu não.

Será que em Florianópolis os eventos de samba conseguirão se manter por mais de 3 anos? Pensando rapidamente por cima, acho que esse foi o tempo recorde que um evento periódico já existiu: Silvelândia, a maior roda de samba da história de Florianópolis.


E o povo canta: "Porque será que aqui é tudo mais difícil? Sambar vai virar desperdício se o meu Brasil não acordar" (Guilherme Partideiro)

3 comentários:

Antonieta de Barros disse...

Se alguém se der ao luxo de ler essa parte, verá a minha própria crítica a um texto de mim mesmo.

Há o Bar do Tião, que existe até hoje, o evento no Mercado Público, que não é mais o mesmo, o bar do Cal, que durou mais de 3 anos...

Mesmo assim, creio que tenha me feito entendido...

Como ultimamente isso tem sido difícil, me fazer entendido, resolvi colocar esta explanação.

Jorge Jr. disse...

Isso quer dizer que acabou o Mantende as tradições??

¬¬

Antonieta de Barros disse...

Não!!!

O Projeto Cultural Mantendo as Tradições permanece todo sábado a partir as 15h e vai até às 20h.

Foi só um desabafo sobre algumas casas de show que já fecharam e outras que irão fechar, pois estão no mesmo caminho!