segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Florianópolis despreza os florianopolitanos

A temporada de verão já começou, mas alguns bares não estão prontos para receber os turistas.

Usei esta frase na última postagem. Ela é usada constantemente.

Mas será que só os turistas merecem um bom tratamento dos bares de Florianópolis? Os florianopolitanos não merecem?
O que os turistas tem a mais que os nativos? Dinheiro, óbvio. Quando eles se vão, deixam dinheiro, mas ao chegarem, levam nossa água, nossa energia elétrica, nossa comida e, por vezes, nossas mulheres e homens.
Se o dinheiro vale a pena tudo isso, só posso deduzir que nos prostituímos para os turistas.

Florianópolis realmente não está preparada para os turistas, e nunca esteve preparada para os moradores.

Ruas, praias, praças, todas arrumadas para o verão, para os turistas, enquanto o resto do ano passam esquecidas, desprezadas, para quando chegar o próximo verão serem revitalizadas.

A impressão que eu tenho é que nós, moradores, fazemos um favor para a cidade morando aqui fora de temporada. Mantemos a cidade durante o ano para que os turistas se deleitem no verão.


E o povo canta aos turistas: "Porque vieste com proposta amorosa? Eu que vivia num perfeito mar de rosa. Só conheci falsidade em lugar de carinho. No meio das flores quiseste levar-me ao monte de espinho" (Monarco)

Despreparo de bares para a temporada de Florianópolis

A temporada de verão já começou, mas alguns bares não estão prontos para receber os turistas.

Em Itaguaçú, os garços perguntam para os clientes se desejam algo mais, pois a cozinha está fechando. É meia noite e meia de sábado, sendo que os bares ficam abertos até às 2h.

Na Lagoa da Conceição, bares com ambiente fechado não possuem ar condicionado, nem ventilador. Clientes saem do bar pois não agüentam o calor. Se os clientes já sentem calor, imagine os músicos. O Grupo Novos Bambas toca toda sexta-feira em um dos bares com ambiente fechado, no centrinho da Lagoa. O bar encher pela música, mas a rotatividade de clientes é grande devido ao calor.

Florianópolis tem o apelido, ou título, de Capital do Turismo. Com certeza não é motivado pelo exemplo desses 2 bares.


E o povo canta: "Alalaô, ô ô ô, ô ô ô, mas que calor, ô ô ô, ô ô ô" (Antônio Nássara)

domingo, 30 de dezembro de 2007

Se me ver andando na rua, pára e me chama! Posso estar precisando de carona!

Frequentemente eu estou andando em algum ponto da cidade, por mais inusitado que seja. Desde a Palhoça até a Lagoa da Conceição, Balneário Camboriú, Sombrio, e até pelo centro de Floripa eu transito.

Frequentemente eu encontro algum conhecido de carro passando por mim. Mais frequente ainda é quando algum conhecido me encontra, porque, como disse no texto anterior, ali embaixo, sou míope e não vejo muita gente.

Frequentemente, quando nos encontramos, rola uma buzina.

Frequentemente eu continuo andando apé.

Peço encarecidamente pra quem me ver andando na rua, parar e me chamar. Eu posso estar precisando de carona.

Obrigado.


"Nunca mais vou te perder / Nunca mais vou te deixar passar / Você é quem mostra meu caminho / Nunca me deixa sozinho / Na hora da aflição / Se te chamam paradora / Eu dou um novo apelido / És a minha condução" (Artur de Bem e Jorge Jr.)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Sou míope!

Sim! É difícil quando as pessoas admitem defeitos em si, mas eu admito!
As pessoas me perguntam: "Porque não usas óculos?"
Mas claro! Porque não pensei nisso antes?

Eu tenho um óculos. A armação está torta, as lentes estão tortas, além de defasadas. As lentes que eu usava eram de 1 grau cada (mistura de miopia com astigmatismo). Acontece que era só pra fazer grau. Efeito que é bom, nada. Pensei: se é pra ficar míope, vou ficar míope com vontade. Abandonei meu óculos.

Agora eu tenho a sã consciência que não enxergo, e as pessoas também, já que eu estou sem óculos.

Quando estou em algum evento e há pessoas conhecidas, eu evito olhar. Não por otarisse, babaquisse, ou coisa do gênero, é pura miopia.
Se eu olho alguém que não é um conhecido, me passo por folgado. Se eu acho que é um conhecido, quando chego perto, vejo que não é.
As vezes eu até enxergo um conhecido, mas não sei ver se ele está olhando pra mim, e não cumprimento de longe.

Não é estrelismo, nem nada, mas quando me encontrarem em algum lugar, venham falar comigo. Eu não vou enxergar, ou não vou saber se estão me enxergando também e não vou cumprimentar, ou não vou saber que são vocês.

Espero ter explanado a situação.


E pra me sacanear o povo canta: "Vejam essa maravilha de cenário..." (Silas de Oliveira)

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Por favor, seu tel. Perdi minha agenda

Só pra informar pro pessoal que o e-mail enviado não é vírus.

Eu realmente perdi minha agenda de celular.

A TIM me informou uma loja autorizada para manutenção do meu aparelho (Rua Tenente Silveira). Só que não é (só na Dom Jaime Câmara). E em 3 segundos o sujeito conseguiu a façanha de resetar o meu celular. Perdi fotos (o de menos), agenda de compromissos e todos os telefones registrados. Ele nem sequer quis saber de me informar o que fez, ou o que estava fazendo ou o que iria acontecer se o fizesse.

Sendo assim, peço encarecidamente que vocês me enviem seus telefones de casa, celular e do trabalho.

Muito obrigado!


Artur de Bem

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Pequenas explanações

Creio que nada do que foi publicado abaixo seja alguma ilusão.

Quem foi nos eventos ouviu com todas as letras, assim como todas as letras foram aquelas publicadas nos jornais.

Não fiz este comentário no espaço reservado para comentários da postagem abaixo pois ninguém lê e porque eu tenho a opção de publicar neste espaço. :)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Sambistas soltam a voz e criticam Escolas de Samba

Nas comemorações do Dia Nacional do Samba, ocorridas em Florianópolis (30/11) e São José (02/12), os sambistas soltaram a voz pra cantar e aproveitaram o momento pra fazer críticas sobre o fato de “importar” sambistas cariocas.

Histórico
Em 2006 a Embaixada Copa Lord abriu, pela primeira vez, um concurso de samba enredo. Para a final estavam concorrendo 4 sambas. Um deles era de um carioca, Mará. Antes do concurso havia um boato de que o samba já estava escolhido, iria ser o carioca. Marçal do Samba, Rafael Leandro e Guilherme Partideiro, integrantes do Grupo Número Baixo, que concorriam em parceria, levaram um grandioso número de pessoas para torcer por eles. Diante da festa, a diretoria da escola se viu obrigada a, pelo menos, incluir o refrão do trio no “samba já escolhido”, e unir os 2 sambas.
Este ano a história foi semelhante. O trio estava concorrendo de novo e, de novo, havia o samba carioca na disputa. Só que o trio foi cortado pela diretoria dias antes da final e venceu o carioca, sozinho desta vez. Nas declarações do presidente, Jacaré, não haverá mais concurso, pois se desapontou com a baixa qualidade das composições e por se incomodar demais com o concurso.
Na Consulado houve o fato de maior repercussão. Reza a lenda (ou seja, as informações daqui por diante divulgadas são impressões do autor, daquilo que foi lido em jornais e conversado em rodas de conversas) que o samba escolhido pelos jurados não foi o escolhido pela diretoria da escola para ser o vencedor. Como a diretoria fala mais alto, venceu um samba de uma compositora desconhecida até então. Ao procurá-la, descobriu-se que era uma carioca. A revolta dos integrantes foi tamanha que, entre umas ameaças de saída da escola e outras, a diretoria voltou atrás e escolheu um samba florianopolitano porém, alterado. A escolha não agradou e os desligamentos da escola continuaram.

Presente
Há algum tempo há, implicitamente, um movimento pra fortalecer o samba local. Os grupos Bom Partido e Número Baixo são alguns exemplos. Um dos ideais desses grupos é cantar sambas feitos na cidade, por compositores da cidade.
A Associação dos Sambistas da Grande Florianópolis (ASGFLO) surgiu com, entre outras finalidades, esse propósito: de congregar e exaltar os sambistas locais.
O movimento se fortalece a todo instante ganhando apoios cada vez mais explícitos de Jeisson Dias, André Calibrina, Maria Helena, Vicente Marinheiro (estes 3, por sinal, nascidos no Rio de Janeiro), Sabaráh, Vlademir Rosa, Rachel Barreto, Celinho da Copa Lord, etc.
O surgimento das Velhas Guardas das Escolas de Samba é outro exemplo do reflexo desse movimento. Senhores que não iam mais ao samba, hoje sobem ao palco, cantam e são aplaudidos. A União das Velhas Guardas é outro exemplo.
O Projeto Cultural Mantendo as Tradições é outro exemplo deste movimento. Com o propósito de cantar sambas locais, incentivar músicos, compositores, cantores, o Projeto seque para o terceiro ano de existência, com suas próprias pernas. Perna de gente bamba.
Enfim. Exemplos de música de qualidade não faltam. O que falta é coragem de dizer: eu aplaudo músico de Florianópolis.
Gostaria de agradecer à Consulado por nos ajudar a fortalecer este movimento de cultuar os sambistas locais.
E pra constar: não temos nada contra os sambistas cariocas. Nem poderíamos. Só não vemos necessidade de trazê-los percebendo a vasta qualidade dos nossos.

E o povo um dia vai cantar sem medo: “O samba lá em Floripa é lindo / E saiba, também é batido na palma da mão / O povo recebe você sorrindo / E só de pensar na partida dói o coração” (Adilson Bispo, Lula Matos, Anderson Baiaco) – Cariocas.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Dia Nacional do Samba – 02 de dezembro

Em Florianópolis o Dia Nacional do Samba será comemorado no dia 30 de novembro, sexta-feira, aproveitando o dia útil da semana, para atingir um público maior.
Os eventos serão de qualidade e de graça, indo ao povo onde o povo está. Logo de manhã, às 6h30, quando a população estiver indo para o trabalho ou escola, o Grupo Número Baixo estará aguardando e presenteando com uma apresentação no TICEN. Às 11h30, quando alguns estiverem indo embora, no intervalo do almoço, ou ainda chegando para trabalhar, será a vez do Grupo Bom Partido.
A partir das 18h, o evento principal, no Mercado Público, até às 23h. Sambistas, intérpretes, compositores, escolas de samba, todos nascidos, ou criados, ou nascidos e criados em Florianópolis: Celinho da Copa Lord, Camélia, Jeisson Dias, Léia Farias (Velha Guarda da Protegidos), Marçal do Samba, Márcio Martins, Rachel Barreto, Sabaráh, Wânia Farias (Velha Guarda da Protegidos), Grupo Bom Partido e participação especial de Bira Pernilongo e Wagner Segura.
Será a 4ª edição do Dia Nacional do Samba em Florianópolis.
A organização é do Mandato do vereador Márcio de Souza e da Galeria da Velha Guarda da Protegidos da Princesa.

Em São José será a 1ª vez, mas nem por isso perde em qualidade.
Dia 02 de dezembro, domingo, o Restaurante Praça 11, palco do Projeto Cultural Mantendo as Tradições, será, também, o local da comemoração.
Número Baixo, Novos Bambas, Kadência do Samba, David de Floripa, Marú, Sabaráh, Vlademir Rosa, Leonel Januário, Jeisson Dias, Rachel Barreto, Celinho da Copa Lord, Bira Pernilongo, Maria Helena, Vicente Marinheiro e Júlio César vão protagonizar este memorável encontro.
Por ainda não ter apoio de governo, é cobrado um valor simbólico de R$ 5 para se emocionar com os mais belos sambas e mais belas interpretações da Grande Florianópolis.
A organização é da Associação dos Sambistas da Grande Florianópolis – ASGFLO.

Um dia o povo cantará: "O rádio não quer mais tocar / A mídia me ignora / O samba na mesa do bar / Faz parte da minha memória / Amigo! Hoje o samba sou eu / Execrado, rejeitado / Que o mundo não emudeceu / Percebeu! E eu ainda aqui estou: / Falido, banido e ferido / Eu canto o samba que sobreviveu" (Guilherme Partideiro e Dôga)

terça-feira, 20 de novembro de 2007

1º Dia Nacional do Samba em São José

Dia 2 de dezembro não é o aniversário de Tia Ciata, nem de Pixinguinha, Cartola ou Donga.
Ary Barroso já havia composto "Na baixa do Sapateiro" (Ah! Bahia / Bahia que não me sai do pensamento) quando pisou pela primeira vez na Bahia, dia 2 de dezembro. Por iniciativa do vereador bahiano Luis Monteiro da Costa, instituiu-se o Dia Nacional do Samba para homenagear Ary. Desde então, Salvador e Rio de Janeiro são as principais cidades onde há comemoração deste dia.

Em São José, Santa Catarina, esta celebração será realizada pela primeira vez, no Restaurante Praça 11.
Por iniciativa da Associação dos Sambistas da Grande Florianópolis – ASGFLO, os grupos Número Baixo, Novos Bambas, Kadência do Samba, os intérpretes David de Floripa, Marú, Sabaráh, Vlademir Rosa, Leonel Januário, Jeisson Dias, Rachel Barreto, Celinho da Copa Lord, Bira Pernilongo, Maria Helena, Vicente Marinheiro e Júlio César irão protagonizar este encontro histórico.
A comemoração será no dia 2 de dezembro, domingo, a partir das 12h, com entrada de R$ 5,00.


Dia 02/12 o povo cantará: "Vai amanhecer / As flores vão crescer / Enfeitar a cidade / E sem repressão / O povo vai abrir o coração pra liberdade" (João Carlos)

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Tobias

Versos para o meu cachorro feitos há tempos. Meio mal, mas vou postar pra não perder.


Tobias, cachorro tinhoso, outrora manhoso
Chorava por tudo, antes chorar, do que ser mudo
Quem não chora não mama, ditado conhecido
Esse cão mais que sabido, já sabia de sua fama

O coitado chorou, não mamou por culpa do dono
Sentado em seu trono, não enxergava a vontade do animal
E quando mal ganhava carinho, chorava de alegria
E quando o dono voltava pro ninho, chorava, mas no fundo, sorria

Pobre do cão que não ia para escola
Não tinha que trabalhar fora, apenas cuidar de seu lar
A comida que recebia, vinha sempre na mesma bacia
A água que saciava sua sede, na borda do balde, um limo verde

Até disso o cachorro chorava
Mas na frente de seu dono, sua alegria contagiava
Pula de um lado para o outro
Parece um Fado meio torto

Um dia desses, ele não mais chorou
Olhou fixamente, e apenas se deitou
Não esperava receber gratidão, mesmo depois de muitos anos de amor
Não latiu, não chorou, não esboçou nenhuma reação

Uma lágrima seca escorreu de seu rosto
O desgosto de viver é o que a lágrima explica
Um último suspiro e o seu dono sente
Tocou no cão pela primeira vez, seu fucinho não mais estava quente.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Celular. Um mal necessário ou um bem desnecessário?

Em uma consulta médica, onde havia uma placa pedindo que desligasse o celular, o próprio medido desrespeitou a “lei”, atendeu uma ligação, não chegando, sequer, a terminar a minha consulta. Com o dito cujo na orelha, esticou o papel com a receita médica em sinal de “tchau”. O que mais me irrita é o fato de eu ter desligado o meu. Fiz errado? Acho que não. Obviamente não retornarei àquela clínica.

Quando eu entrei na Faculdade Estácio de Sá pela primeira vez, para fazer a minha matrícula, percebi algumas placas do tipo: “Desligue seu celular, você não passou no vestibular com ele.”. Proposta interessante. Desrespeitei a regra pensando da seguinte forma: Quando meu celular toca, ele vibra e só depois faz barulho. Em um primeiro momento não incomodaria ninguém e eu teria tempo de cancelar a ligação, ou atender, caso fosse algo emergencial, visto que eu quase nunca uso. Depois pensei: Não é o fato de fazer barulho, mas, sim, de atrapalhar uma conversa.

Hoje nas salas de aula, não importa a série, todos usam celulares. Professores e alunos. Até mesmo aquelas pessoas que entram para dar algum recado sobre algum evento: “Opa pessoal, desculpa.”. Desliga, melhor dizendo, cancela a chamada e continua com o recado.

Uma amiga, que cursa o ensino médio em colégio público, me disse que atendeu o celular durante a aula. Quando a professora pediu que desligasse, essa minha amiga ficou brava. Pensou estar com a razão pois a aula estava chata. Argumento furado. Outra informação que ela disse foi o fato dos professores também atenderem o celular durante a aula. Um erro não justifica o outro.

Faculdade, ensino superior, e o problema continua. A placa, a pouco citada, está fixada em todas as salas de aula. Incluindo a minha. E porque cargas d’água o cidadão deixa o celular ligado, se não há necessidade? E se há necessidade, configure o eletrônico para que não faça barulho no primeiro instante, saia do recinto, e atenda a infortuna ligação.

É uma incomensurável falta de respeito com o professor e com o graduando ao seu lado, além do fato de não prestar atenção àquilo que o professor diz. Mas creio que isso não seja o suficiente para tirar o sono do aluno telefonista.

Sem mais delongas, meu caro colega, por favor, desligue o celular.

E o povo canta: "O chefe da polícia / pelo telefone mandou avisar / que na Carioca tem uma roleta para se jogar" (Donga / Mauro Duarte)

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Novos Bambas

Minha homenagem ao Novos Bambas.

São 7 anos de vida. Ainda são novos. O Novos Bambas, grupo de nome simples, quase próximo do simplório, impressiona, e não é de hoje.

Na 138ª edição do Projeto Cultural Mantendo as Tradições (06/10) o grupo mostrou que está de volta, pelo menos pra mim, ao meio sambístico da cidade. Com uma tranqüilidade de Velha Guarda, uma força de escola de samba, uma vontade de principiantes, expressam nos olhares um ar de ingenuidade, quase insegurança. O Novos Bambas apresentou um repertório antigo, mas novo. Nem tão novo quanto Número Baixo, nem tão antigo quanto Bom Partido. Nem melhor, nem pior, apenas diferente.

Suas cordas são harmônicas, coesas. 12 bordões formam uma sustentação e tanto para o canhoto Diogo demonstrar sua destreza no cavaco.

Sua percussão é pura, como deve ser. Tupi comanda a cozinha, que contém, ainda, Luiz, D’Ângelo e Lelê. Nada extravagante, sem firulas. Pandeiro, tantã, repique de mão, repique de anel, surdo e tamborim se alternam entre os 4.

Suas pastoras são sensacionais. Tríade famosa, mas que ninguém lembra os nomes: Heloísa, Daniela e Caroline. É de chorar. Um canto hipnotizante. Pra tentar ajudar a entender quem é quem, a Daniela também pode ser vista tocando repique de mão e a Heloísa, surdo.

Não podemos esquecer da família, essa instituição tão importante. E a família Novos Bambas é algo de extraordinário. Sempre alegres e dançantes. Essa família, sim, sabe fazer um pagode!

O grupo já tocou com Jeisson Dias, Jandira, Bom Partido, Número Baixo, Coisa da Antiga, Celinho da Copa Lord, Leonel Januário, e mais uma pá de gente. Mas são novos. Já participou de eventos como: Encontro de Samba Raiz I, II, III, IV, V; O Samba Pede Passagem, entre outros. Mas são novos. São constantemente chamados para tocar fora da cidade, do estado, já tocaram fora do país. Mas são novos. Não quero nem ver quando eles forem velhos bambas. Mentira, quero sim!

Desejo muito axé para este grupo!

E o povo hoje canta: "Alegria / Se arrastando / E deixando / Rastros imortais..." (Diogo Medeiros)

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Disputa de samba enredo

Na primeira eliminatória de samba enredo da Consulado, o samba de César Farias Junior, o Cezão, foi desclassificado. Eu estava lá no dia e não ouvi nenhum comentário sequer sobre algum defeito no samba. Pelo contrário.

Ouvi alguns comentários de que um ou outro samba não estava bom e que, um destes não muito bons, seria um plágio de um samba da mesma escola. Um músico contou os compassos: 12. O limite pra ser considerado plágio são 8.

Ninguém entendeu o que se passou. Várias pessoas estão sem entender até hoje. Algumas delas me pediram para escrever esta nota e publicar no jornal. Como não tenho esse poder, ainda, publico no meu nada lido blog.

Sei que é complicado, mas cabe uma nota sobre a escolha dos sambas enredo. Outras escolas de samba seguem quase a mesma linha. Exemplo maior é a Copa Lord. Perguntem para o presidente da Copa o porque do samba do Marçal do Samba, Guilherme Partideiro e Rafael Leandro ter saído da disputa. O porque da desclassificação dos outros 7 sambas, antes.

O sujeito gasta com estúdio, cd, divulgação, entre outros, para ser desclassificado sem motivo?
É por essas e outras que eu não gosto de samba enredo, não entendo de samba enredo e não faço questão de gostar e entender.

Como sambista-saudosista, quero mais é que ESTA evolução implantada nas escolas de samba se exploda.
"E o povo já pergunta com maldade: Onde está a honestidade? Onde está a honestidade?" (Noel Rosa)

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Feijoada do Bloco Santo Estêvão

Do meu amigo Marcelo:

Nesse domingo (07/out) houve a Feijoada do Bloco Santo Estêvão, no Praça 11, com grande presença de moradores do morro e convidados.

O Grupo Bom Partido arrebentou com músicas de Dorival Caymmi, Clara Nunes, Paulinho da Viola e outros clássicos do samba de raiz.

A sambista Jandira, prestes a ganhar o terceiro filho, ficou em casa repousando, mas a maioria da família de sambistas estava lá.

Reencontrei o Douglas (Doga), que agora faz parte do grupo, e relembramos a etnografia que fizemos na 3ª fase.

A feijoada tava no ponto. A tarde foi tão gostosa que falou-se na possibilidade de uma nova edição.

Até Amarildo soltou a voz e cantou pra valer. Sem falar da aclamada Maria Helena e sua grande participação.

Segue algumas fotos.


Falou, Marcelo!


Fotos: Marcelo

Adriano do Cavaco, Luiz, Doga e cervejas.


Théo, filho do Marcelo, tocando Djembe. Depois de
quebrar, aprendeu a mecher.

domingo, 7 de outubro de 2007

Censura

Só pra constar: A Copa Lord retirou o samba abaixo do concurso.
Mais informações: entre em contato com o presidente da Copa Lord.

E o povo canta: "Hoje você é quem manda / Falou, tá falado / Não tem discussão..." (Chico Buarque)

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Copa Lord 2008

Queria, primeiramente, informar que não torço pela Copa Lord, ou por qualquer outra escola de samba. Estou dando um apoio aos meus amigos Marçal, Rafael e Guilherme que, bravamente, concorrem, mais uma vez, no concurso do samba enredo da Copa Lord.

Não consegui colocar aqui no blog o áudio, mas me peçam que eu mando por e-mail. Ou o cd.

O concurso é dia 30, domingo, no Clube Horizonte, às 15h.

Até lá!

Copa Lord é Japão [2008]
( Marçal do Samba, Guilherme Partideiro, Rafael Leandro )

Atravessando o Portal
Banzai minha Embaixada
Caiu na dança imperial transformando em Carnaval
A história de uma terra iluminada
De um povo apaixonado pela arte
Não se cansa, não se abate, exímios guerreiros
Escreveram a história de seu país
Tem gente que hoje diz que nessa noite o Japão é brasileiro

E a bateria pulsa igual um coração
É um Taiko que bate dentro do peito
E a bateria pulsa igual um coração
Sou Embaixada Copa Lord não tem jeito

Um aviso já havia sido dado
Logo após um naufrágio
Chegaram os primeiros japoneses
Se deleitaram nessa terra tão feliz
Borboletas, colibris, Sankatarine relembrou o seu país

Mas só cem anos depois, sagrou-se a imigração
E a passos largos deu-se a colonização

Lá a evolução, e a tradição
São companheiras
Máquinas humanas verdadeiras
Capazes de evocar, o delicado florescer das cerejeiras

Oh! Deusa do Sol
Gloriosa que brilha na avenida
Reflete sua luz em minha vida
Sou Copa Lord, Embaixada mais querida.

E domingo o povo cantará: "Oh! Deusa do Sol / Gloriosa que brilha na avenida..." (Marçal do Samba / Guilherme Partideiro / Rafael Leandro)

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Expectativa

Não esperem nada de mim.
Se surpreendam se encontrarem algo.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Ônibus "lata de sardinha"

A Biguaçú/Emflotur saiu na frente e lançou um ônibus novo. Deve caber cerca de 70 pessoas sentadas. Mas elas não podem ter mais que 1,63m.

O novo ônibus já foi apelidado de “lata de sardinha” e traz problemas também para os idosos, gestantes, obesos e deficientes. Um ônibus normal tem cerca de sete espaços reservados antes da catraca. O novo, quatro, além de uma vasta supressão de espaço. O banco reservado para obesos é largo, mas possui 30 cm de distância da parede da frente, a contar do encosto.

A população do Brasil, e do mundo, está envelhecendo. É notável. Hoje em dia a catraca deve estar quase no meio do ônibus, pra destinar mais espaço pros idosos.

Tanta inovação, e nem há espaço pra pessoas que usam cadeira de rodas.

O ônibus como um todo é compacto, desde a porta de entrada. Os únicos 3 espaços confortáveis são o do motorista, do cobrador e o banco do meio, na última fileira, na cozinha, porque não tem nenhum banco na frente.

Eu não sei o que é pior: andar em pé, com o lotação lotado, ou sentado nesse ônibus.


E o povo continua cantando: "Foi em Diamantina / Onde naisceu JK / Que a Princesa Leopoldina / Arresolveu se casá..." (Sérgio Porto)

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Bandido continental

Muito se fala em policiamento nas pontes para não entrar bandido em Florianópolis. Concordo com dois itens: reforçar o policiamento e colocá-los nas pontes. Mas, porém, todavia, no entanto, entretanto, contudo, há muito bandido na Ilha. Com isso vamos evitar também que esse bandido saia da ilha e entre em Florianópolis?
Não entendeu? É que Florianópolis possui uma ponte. Inclusive é o maior cartão postal da cidade. Uma ponte, a princípio, e desculpem a minha ignorância, não sou nenhum especialista em engenharia, mas creio que sirva para ligar dois lados. No caso, ilha e continente. E pasmem, Florianópolis possui uma parte continental!
Intensificando o policiamento nas pontes, só agrava a situação. O bandido ilhéu deita e rola somente na ilha, e o bandido continental deita e rola somente do continente, junto com bandidos de São José, Palhoça, Biguaçú....
Então criaremos um setor da polícia somente no continente? Não. Chega de aphartaid. A polícia deve ser da cidade toda.
Por não ser especialista no assunto, não me arrisco a dar sugestões extraordinárias para melhorar a situação, mas creio que aumentando o número de vagas de policiais, aumentando o salário dos mesmos, já é um grande feito. E, vua-lá, tá feita a mágica da “solucionática”.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Oninpresença

Fico profundamente chateado, puto dos córno mesmo, com falta de responsabilidade, horário e compromisso.

Outro dia estive na Assembléia Legislativa para passar uma tarde no Plenário e conhecer a rotina dos nossos deputados estaduais. Não há rotina. Estão sempre fazendo coisas diferentes. Imagino que todo dia seja como o dia em que visitei: deputados sem nenhum aroma de responsabilidade com a seção.

Quando chego na faculdade, vejo alunos com a mesma forma de agir. Coisa que eu não via nem na quinta série. Porque naquela época era necessário a autorização do professor para sair da sala. Como na faculdade não há esse controle, o aluno acha que deve sair da sala o tempo todo, inclusive na hora de ir embora: “Ai professor, é que eu tenho um compromisso...”. Compromisso é com a faculdade no período de 18:50 até às 22:30. Não deve ser agendado nada de segunda à sexta nesse horário. Mas vai da prioridade de cada um. Ou como diria nosso ex-colega: “Vai da consciência, né?”

Já vi aluno chegar atrasado junto com mais dois. Esses dois sentarem primeiro e, quando esse integrante se apoiou na cadeira para sentar, outro integrante o convidou para sair. Não foi o caso de sentar, se levantar e sair. Foi o caso de não sentar e já sair de sala. Mas que diabos um infeliz desses veio fazer na faculdade? Conversar? Se quer conversar, liga pro 145!

Mas não dá de reclamar muito. Na Assembléia é exatamente a mesma coisa. Deputados que não comparecem, comparecem pela metade, comparecem no celular...

O deputado tem um compromisso toda terça e quarta feira das 14:00 até 18:00 e quintas das 09:00 até às 13:00. Durante esse horário, entrega a porra do celular pra um assessor e permaneça no Plenário até que se encerre a seção. É um compromisso.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Limpeza urbana. A começar pelo fim.

Vejo em alguns bairros que, por não sei quem, são considerados nobres, pessoas passeando com seus cachorros portando sacos plásticos para limpeza do material fecal do animal. Só falta papel higiênico.

Outro dia passou por mim uma carroça, dessas que o pessoal usa pra catar papelão. A carroça parou pra catar uns papelões no lixo, enquanto seu cavalo, bem belo e formoso, cagava para a situação. Sem fazer trocadilhos com posições políticas. O cavalo levantou o rabinho, e começou a festa da imundice.

Será que o dono do cavalo, a exemplo das donas dos cachorros, não deveria usar também um recipiente para coletar o coco dos seus bixinhos?

Sim, porque o coco de um cachorro, embora muitas vezes só perceptivo quando pisamos, é pequenininho, não fede muito e é de fácil limpeza. Agora, o coco de um cavalo é muito grande, fede pra tudo que é lado, e demora pra ser limpo naturalmente.

Há evidências de que o coco de cavalo foi usado como tapa buraco. A prefeitura não apareceu com o asfalto, a Comcap não apareceu com a equipe de limpeza, uniu-se o útil ao agradável.

Pode parecer sacanagem com os pobres coitados dos catadores, mas porra, dá um jeito na merda do animal.

Eu ia ficar muito puto se um infeliz trouxesse um cachorro pra cagar na minha calçada. Imagina um cavalo.

Ainda bem que elefantes não voam.

terça-feira, 31 de julho de 2007

Pensamento de cidade pequena

1 - Enfeitar a cidade;
2 - Não prever expansão;
3 - Ficar surpreso com o crescimento;
4 - Querer atrair investidores enquanto a população necessita de atendimento médico;
5 - Não ter estrutura para receber os investidores;
6 - Ficar faceira com atrações interestaduais;
7 - Não ter saneamento básico;
8 - Subestimar a população;
9 - Lembrar de como era bom o passado;
10 - Conhecer os cidadãos do calçadão;
11 - Ser rodeada de água e não possuir um porto;
12 - Ser rodeada de água e não usar transporte marítimo;
13 - Fazer projetos para trem e não fazer projetos para transporte marítimo;
14 - Criar elevados para escoar o trânsito e não usar o transporte marítimo;
15 - Planejar teleférico e não planejar transporte marítimo;
16 - Pensar em todas as possibilidades de transporte, exceto o marítimo;
17 - Ter 3 pontes, usar 2, e não cuidar de nem 1;
18 - Ser comandada por 2 ou 3 famílias;
19 - Ficar feliz com a chegada de novos shoppings;
20 - Copiar outras cidades, inclusive os exemplos ruins;
21 - Ansiedade em ter túneis, elevados, alto índice de engarrafamentos, etc., para dizer que é uma cidade grande;
22 - Fazer de tudo para ter problemas para poder dizer que é uma cidade grande;
23 - Enfim, querer ser uma cidade grande.

Qualquer semelhança com Florianópolis é mera coincidência.

sábado, 14 de julho de 2007

Assessor de Imprensa do Grupo Número Baixo

E os vendavais da prosperidade sopram na vela do meu barco.

Anuncio com um grande prazer e 'saitisfação' que sou o novo Assessor de Imprensa do Grupo Número Baixo, grupo este que tenho muito apreço e admiração.

Não posso assumir o cargo oficialmente porque o Sindicato dos Jornalistas não permite que um estudante de jornalismo assine como jornalista, mas, informalmente, sou.

E minha primeira nota já está no ar: www.numerobaixo.com.br - 'Adilson Bispo reencontra o samba de Floripa.'

Agora vocês já tem mais um lugar para me ler.

Então, boa leitura.

E o povo continua cantando: "Foi em Diamantina / onde naisceu JK / que a Princesa Leopoldina / arresolveu se casá..." (Sérgio Porto)

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Eleição

Eleições 1

As próximas eleições serão somente em outubro do ano que vem, mas esse cantinho quer saber: Se as eleições para prefeito fossem hoje, em quem você votaria? Quem você acha que cuidaria melhor do seu bairro?
Escolhi alguns nomes que circundam as páginas de política dos jornais.

- Esperidião Amim
- Dário Elias Berger
- Carlos Amashta
- Marcílio Ávila
- Notícias do Dia
- Hora de Santa Catarina
- Juarez Silveira
- Outros



Eleições 2

Para quem não sabe, Colombo Machado Salles, homônimo de uma das nossas pontes que estão caindo, ainda está vivo.
Sendo assim, este cantinho pergunta:
Quem você acha que se tornará memória primeiro?

- Colombo M. Salles, o próprio
- Colombo M. Salles, a ponte

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Campanha para emagrecer

Seria cômico, se não fosse trágico. Milhões de dinheiros investido em campanhas de emagrecimento: remédios, produtos diet, light, zero, enquanto milhões de mulheres brancas na faixa de 18 até 35 anos passam fome.

Maneira fácil, rápida e barata de emagrecer unindo o útil ao agradável: pára de comprar comida.

E se quiser gastar um pouquinho mais, faz um intercâmbio no Zaire, Etiópia, Haiti, ou até mesmo na minha casa.

Quanta ignorância! Gastar dinheiro pra produzir algo que faça emagrecer!

Seria mais fácil usar uma parte desse dinheiro pra produzir mais produtos que engorda e dar pros que morrem de fome. Não é aquela morte de fome que se sente quando está na pizzaria e a pizza atrasa. É aquela morte de quando a perna vai bamboleando, a cabeça vai ficando fraca, o pensamento voa, e logo em seguida a alma.

Se for parar pra pensar, não faz sentido criar produtos de emagrecimento. Eu não entendo. E creio que nem aquela mulher branca de 18 a 35 anos que passa fome, ou aquela jovem preta, velha preta, criança preta, homem branco, velho branco, criança branca.....

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Samba

Na pressa, e ânsia, de escrever e publicar fotos é que estou aqui escrevendo esta postagem. No último sábado, 2º sábado do mês, e todo 2º sábado do mês haverá, houve samba bom no Mercado Público: O Grupo Bom Partido se apresentou em um palco montado no vão central.

De acordo com o que eu vi, quero desdizer o que eu disse em um e-mail enviado aos amigos sobre o Grupo Bom Partido. A apresentação de sábado estava muito boa. Ensaiada, repertório bom, instrumentos em sintonia, tudo bonitinho. Teve até a Josiane dançando, lindamente, na frente do palco (foto). Coisa que eu não via há tempos. Faça isso sempre, Josiane!
Dança é o que não faltou. Seu Lidinho (foto), integrante da Velha Guarda da Copa Lord, também compareceu e deu o seu show particular.

Uma pena é que daqui há cerca de 3 meses, que se prolongará por mais muitos, o grupo não poderá contar com uma das integrantes de maior relevância - segundo os próprios outros integrantes do grupo - Jandira. Ela está grávida de 5 meses.


Rafael, Adriano, Josiane, Jandira, Marcelo, Fabrício (part. especial), Bruno (part. especial) e Luiz. Faltou a Júlia. Foto: Artur de Bem.


Josiane terá que ajudar manter o coro feminino na ausênsia da irmã, grávida. Foto: Artur de Bem.


Seu Lidinho é o único integrante com fôlego, perna, e autorização de Avez-Vous para dançar em apresentações da Velha Guarda. Foto: Artur de Bem.

Pra ficar por dentro das apresentações do Bom Partido, envie um e-mail para o Carlos, produtor do grupo: carlosraulinobp@hotmail.com. Frequentemente ele envia a agenda para uma lista de pessoas que solicitam. Vale a pena!

E o povo continua cantando: "O dia do pagamento? 32 de fevereiro, à tardinha." (Tio Hélio e Nilton Campolino)


O espaço para comentários está logo abaixo desta linha, onde está escrito: # posted by Artur de Bem @ 6:14 PM 0 comments

terça-feira, 29 de maio de 2007

Aparthaid

Canso, e me enjôo, de ver pessoas formando grupos denominados ‘minorias’ para se fortalecer, mostrar que existem, ou seja lá qual for o motivo. O próprio grupo está carimbando o atestado de minoria. Além de estar se excluindo. Associação de Mulheres Trabalhadoras, Associação de Deficientes físicos, Associação dos Ceguinhos do Brejarú, etc.

Tanto se fala em acabar com o preconceito, acabar com a divisão, mas mais e mais grupos são formados. Não entendo a razão.

Vivemos em um mundo de orkut, cheio de comunidades. É a vida imitando o virtual? Ou será que o virtual imitou a vida, e agora a vida quer imitar o virtual? Porque o virtual tem mais glamour! É melhor eu participar de uma comunidade virtual de leitores de livros do Papa do que criar um grupo de estudos dele. O virtual desvirtua o real.

A única separação desse tipo da qual me deram um argumento válido é a Cota para Negros na Faculdade. Motivo: temporário. Cerca de 20, 30 anos. É aberta a cota para que o negro saia formado e crie chances para que as crianças negras entrem mais, e melhor, na escola e tenham mais chance, em cerca de 20 anos, de chegar à uma faculdade, ai sim, sem precisar de cotas. O período das cotas valeria até que haja um equilíbrio racial nas faculdades. Uma espécie de alavanca.

No mais, qual é a função de um grupo de mulheres, deficientes, negros? Lutar por suas causas? Justo. Mas pra isso, será mesmo necessário criar uma associação?

Deve ser porque é o caminho mais fácil. Entre mudar o pensamento para que ninguém mais olhe um diferente como diferente – Oras! Diferentes todos somos! Ainda bem! – e formar uma associação, é muito mais fácil formar uma associação.

Me permito discordar de Tom Jobim quando disse: “Se todos fossem iguais a você, que maravilha viver.” Que horrível seria todos iguais. Não teria graça nenhuma. A não ser que sejam iguais a mim. E não chiem. Se vocês fossem iguais a mim, iriam concordar. A opinião é minha, e seria nossa.

Vou criar uma associação. AAQA (Associação dos Associados em Qualquer Associação). Será a maior Associação do mundo! E eu, sendo o presidente, posso comandar o planeta!

segunda-feira, 21 de maio de 2007

E agora, José?

Agora ajoelha e chora. Espera acabar este mundo e começar outro. O que deveria ser feito já não vai adiantar hoje. Adiantaria há cerca de 10, 15 anos atrás: Planejamento.

Tanto se fala em Planejamento Econômico, Urbano, etc, mas com o Planejamento Social ninguém se importou. Até teve gente que se importava. Se tivessem dado ouvidos para Betinho, Chacrinha, Gonzaguinha, se tivessem dado ouvidos até para o próprio Lula um tempo atrás, poderia ser de grande valia.

Resolveram fazer vista grossa, mas o grosso foi crescendo. Agora, como disse Cartola: “Chora, disfarça e chora”, mas não dá mais pra disfarçar. Deve ter gente grande sendo incomodada com isso. O povo já está incomodado há tempos. O povo nunca teve voz, nem vez. Vocês podem até lembrar do impeatchement do Collor, mas não foi o povo que tirou ele do poder. Ele mexeu no bolso do povo e também de empresários grandes.

Enquanto isso as cadeias foram enchendo. Aliás, já estavam cheias desde os tempos da ditadura, mas estavam cheias com as pessoas erradas. Hoje continuam cheias, dessa vez com as pessoas certas. De que adianta? O preso liga para o solto fazer o assalto, é preso, liga para o solto fazer o assalto, é preso..... É como querer matar um talibã que adoraria morrer. Na cadeia o pobre fudido que recebeu o telefonema e foi preso vai ganhar comida, fama, mesmo que a cadeia seja superlotada, amigos, e continua livre, ligando pra quem quiser.

Eu fico com a pureza da resposta das crianças: “me dá o relógio, o celular e a carteira!”

E o povo continua cantando: “Foi em Diamantina, onde naisceu JK, que a Princesa Leopoldina, arresolveu se casá.”

Escrito em 18/05/2006

sábado, 5 de maio de 2007

Saudades de um saudosista

Seria então a maior saudade que alguém poderia sentir? Não. Apenas uma brincadeira com as palavras.

Estou com saudade de vocês, leitores. Morando sozinho, sem computador, e sem acesso às configurações do blog pela faculdade, não posso atualizar este Cantinho. Mas não pensem que estou sem escrever. O mural da sala, na faculdade, virou o meu blog real, enquanto o virtual descansa.

Aliás, muito bom. Escrever pra algo palpável é bom. Creio que até melhor do que internet. Pelo menos no meu caso a interação está sendo maior.
Eu, como saudosista, historiador, pesquisador, prefiro ter tudo guardado em papel. Muito mais seguro.

Por falar em saudosismo, segue um texto que muito provavelmente irá também para o "Espaço do Artur", nome do espaço que eu ganhei da curadora do mural, Kenni.


Há aquela história de que a criança pobre tem mais imaginação do que a criança rica. Isso porque a criança rica quando recebe um brinquedo, já recebe com ele pronto: ou é uma boneca já pronta ou um carrinho já pronto. A pobre não. Arranja um pedaço de madeira qualquer. Pode ser tanto um boneco, um carrinho, uma nave espacial, vai depender da imaginação da criança.

Baseado nisso é que eu fico pensando sobre aquele toca discos mágico: o MP3 player.

Eu não tenho um. Tenho um gravador que uso para fins profissionais e que também pode servir como o tal do walkman. Mas não preciso de um reprodutor de som comigo. Eu imagino uma música. Não escuto nada pronto.

Sorte a minha, pois sou compositor e músico-teimoso nas horas vagas. Então imagino qualquer música, melodia e crio meus sambas. E mais: não gasto com pilhas, não gasto meus ouvidos, só gasto imaginação. Mas creio que isso seja ingastável.

Coitado daquele que vive com um fio pendurado no ouvido. Preso à um mundo já pronto e que não cria, só reproduz.

Além do que é uma baita falta de respeito com as pessoas ao lado. Ponto de ônibus, dentro do ônibus, fila, etc. Logo aqui em Florianópolis, onde o povo é tão comunicativo. Ninguém conversa com ninguém. Porque além de estar sem imaginação, está ouvindo algo já pronto, com idéias prontas e vai ter os mesmos pensamentos prontos. Pronto. Ponto.

E o povo de Florianópolis ultimamente canta: "Se gritar 'pega ladrão', não fica um meu irmão, se gritar 'pega ladrão', não fica um" (Ary do Cavaco / Bebeto di São João)

quinta-feira, 1 de março de 2007

Policiamento

Dos textos que eu leio em jornal, revista, etc., mas principalmente em jornal, vejo muita coisa errada comparando com o que aprendemos em aula. Parece até que é normal o erro. Então de que adianta eu me matar de estudar, pra fazer um texto teoricamente perfeito, tirar nota 10, se em campo, eu vou fazer muita coisa errada? E vou. E você também.

Nossos professores, que também são jornalistas, têm parte de culpa no cartório. A parte da culpa deles é por ser jornalista.

Ora, se eu sou um médico e vejo um colega de trabalho fazer algo errado, eu tenho que denunciar, ou, dependendo da gravidade, apenas conversar com o médico. Na verdade deveria que ser assim com qualquer profissão: o policiamento. Um jornalista erro um dia, ninguém fala nada, outro erra outro dia e o primeiro não falo nada porque não falaram dele... e vira uma bola de neve. E o aluno quando erra, erra e é punido. Certo. Errei, estou aprendendo. Só aprendemos com punição. Multas de trânsito estão ai pra não me deixar mentir.

Deveria haver uma punição para o jornalista que erra.

Eu sinto saudade do revisor sem nunca ter trabalhado com um.