terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Licença poética

Hoje em dia é fácil errar um texto.
Inventaram a tal "licença poética" pra justificar vários erros.

Quando alguém erra e não tem argumento, nem coragem pra dizer que errou, se utiliza da tal licença poética. Então é perdoado.

A licença poética deveria ser aceitável somente quando for uma poesia, uma música, ou aqueles textos que o autor faz, alguém gosta e publica em jornais e revistas, sabe?
Mas todos esses 3 tem que ser de bom gosto.
Vejo muita poesia hoje mal escrita, sem nexo, sem rima, músicas sem inspiração, etc. Para estes casos não se pode usar da licença poética. Fica feio pra licença e pra música ou poema.

Mas mesmo que o autor faça um textinho qualquer, diga que tal erro é licença poética. Quem vai dizer que não?

"Noite de samba / Noite comum de novela / Ele chegou / Pedindo um copo d'água / Pra tomar um comprimido / Depois cambaleando / Foi pro quarto / E se deitou / Era tarde demais / Quando ela percebeu / Que ele se envenenou." (Paulinho da Viola)

Esse samba tem um erro. O certo seria "Ele se envenenara.". Ninguém percebeu. Só depois de algum tempo. Mas ninguém percebe. Pra esse caso (e em casos em que o erro é proposital) é concedido ao autor o uso da licença poética pra justificar o erro. Vejam, é concedido ao autor. Não é o autor quem pede nem o autor quem concede.

Vamos lá pessoal, deixar a preguiça de lado, deixar a licença poética para quem realmente mereça e vamos estudar a nossa querida língua portuguesa que é muito linda e rica.
Depois que vocês aprendem o certo, verão que é muito mais difícil errar do que acertar.

Mas enquanto isso não acontece, o povo continua cantando esse samba com licença poética até dizer chega, concedida ao autor: "Foi em Diamantina, onde naisceu JK, que a Princesa Leopoldina, arresolveu se casá..." (Sérgio Porto)

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Bandido atrás das grades? Não! Na frente da TV.

Não sei pra que mostrar tanta notícia de caso de polícia.

O povo não gosta de ver isso. Vê pra ter o que comentar na roda de conversa do dia seguinte.

Eu como futuro jornalista me sinto mal cada vez que eu vejo mais uma matéria de assalto, assassinato ou coisa assim.

Violência sempre aconteceu, só que agora os bandidos apostam entre si pra ver quem aparece mais vezes na televisão. E quem perde a aposta são as vítimas e o espectadores.
De vez em quando a mídia usa alguma dessas vítimas pra servir de exemplo. Nem é o caso de pessoas famosas ou filhos de desembargadores, são pobres, fudidos da vida. Ainda não achei outro motivo pra isso, se não pra sensibilizar a sociedade.
"Nossa! Tu viu o que aconteceu com aquela criança? Coitada da mãe!"
Pura bobagem. Tratam a gente como se fossemos ignorantes.

Tanta coisa bonita pra ser dita, pra estimular um pensamento mais profundo sobre tais assuntos, mas não, a mídia mostra logo o mais óbviu, mais inútil, que não trás nenhuma informação.

Pensar em falar sobre cultura, história do Brasil, samba, etc., eles não pensam. Alô TV Cultura, alô TV Futura!

Por falar nisso, vocês estão sabendo do Wagner Segura hoje no Teatro da Ubro, no centro, às 20:00? Não né, a mídia não fala.
Pra quem não sabe, Wagner Segura é o maior perpetuador do Choro em Santa Catarina e o mestre da metade dos músicos de Florianópolis. A outra metade são alunos dos alunos dele.
Mas não se preocupem, quando ele morrer vocês vão conhecê-lo melhor. Assim como o Seu Tião.

"Se quiser se distrair ligue a televisão, amor, comigo não..." (Candeia / Martinho da Vila)

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Filho, continuação dos pais

Eu vejo muito hoje em dia os pais definirem a profissão dos filhos.
Criam as crias desde pequenos para gostarem de tal área e seguirem carreira.


Isso acontece quando os pais não conseguem seguir tal área e se contentam em ver os filhos serem o que não conseguiram ou não puderam ser.

É uma tremenda responsabilidade para o filho. Vai que a criatura não consegue seguir a carreira do criador. Decepção dupla: O filho fica decepcionado por não conseguir seguir a carreira que aprendeu a gostar e fica decepcionado por não conseguir agradar o pai. O pai fica decepcionado por não conseguir seguir a carreira que quis, pelo filho não conseguir seguir a carreira que o pai quis e fica chateado pelo filho ficar decepcionado.

Eu não tenho filhos mas creio que uma boa forma de indicar uma boa profissão para o filho é deixá-lo com a mente aberta. Tirar os preconceitos que tu possa ter. Um dia o teu filho é que vai te ensinar.

Enfim...
Filhos: se vocês começarem a seguir a carreira dos pais de vocês, abram o olho.

Pais: por favor, não forçem a barra com seus filhos! Afinal de contas, eles é quem vão escolher o asilo de vocês.

Enquanto isso o povo continua cantando: "Meu nome é trabalho, mas eu to pregado, afim de um cascalho, vou pra todo lado, tem 5 pirralhos chorando um bocado, vê se quebra o galho doutor, tô desempregado, me arranja um trabalho doutor, tô desempregado" (Arlindo Cruz / Franco / Sombrinha)

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Adeus Seu Tião!

Dia 4/12 morre o dono do bar mais famoso de Florianópolis: Seu Tião.

Não tenho muito o que falar mas não posso deixar de comentar isso também.

Não tive o prazer de conhecê-lo mas sei da sua importância na história do Samba, Choro e Seresta em Florianópolis.

Seu enterro foi hoje (5/12) regado à samba.

Até pra sempre Seu Tião.


"Silêncio, o sambista está dormindo, ele foi mas foi sorrindo, a notícia chegou quando anoiteceu" (Geraldo Filme)

sábado, 2 de dezembro de 2006

Dia Nacional do Samba

Dia 2 de dezembro foi o Dia Nacional do Samba.
Dia 1º aconteceu o evento comemorativo desta data em Florianópolis. O show foi incrível.

Presenças do pessoal da Consulado, Velha Guarda da Copa Lord, Protegidos e da Portela.

Eu gostaria de agradecer aos intérpretes que cantaram no Mercado Público: Neném Maravilha, Sabará, André Calibrina, Vlademir Rosa, Jandira, Marú, Guilherme Partideiro, Rafael Leandro, Marçal do Samba, Thiago Pixaim, Jeisson Dias, Maria Helena e as participações especiais de Dagoberto (filho do Neném Maravilha) e Du (Kadência do Samba).
Todos esses subiram ao palco ao meu comando. É fraco o muleque? Mais um item pro meu curriculum: fiz parte da equipe de produção e organização do Dia Nacional do Samba.

Todos estavam lá: Bom Partido, Kadência do Samba, Número Baixo, pagodeiros de plantão, jornalistas amantes do samba, etc.

Show memorável!

Desculpem o atraso, mas eu tinha que comentar o show.

E dia 1º o povo cantou: "Não, não basta ter inspiração, não basta fazer uma linda canção, pra cantar samba se precisa muito mais, o samba é lamento, é sofrimento, é fuga dos meus ais" (Candeia)